Antônio José dos Santos nasceu no dia 31 de maio de 1916, numa quarta-feira, nas proximidades da cidade de Acaraú, no lugarejo chamado Retiro. Foi batizada no dia 16 de julho do mesmo ano, na então capelinha de São Francisco da Cruz, nossa atual matriz, pelo padre Antônio Tomás.
Seus pais, Manuel Pedro de Sousa e Raimunda Nonata dos Santos. Aos quatro anos de idade, mudou-se com a família que incluía sua avó Maria Tomásia e a Chiquinha, para o Belém. Estudou com os professores da época que lecionavam na vila de Cruz: Celso Patrício (um mês) e Filomena Martins dos Santos (quatro meses). Com eles aprendeu o gosto pelas letras. Sendo muito difícil dar continuidade à freqüência às aulas por causa da distância e a falta de transporte, continuou aprimorando o que tinha aprendido, lendo tudo que encontrava e escrevendo seus pensamentos e idéias. Por este motivo seu dom poético pode ser aflorando ao longo dos anos.
Aos 22 anos casou-se com Maria Augusta Muniz, que tinha apenas 17 anos, no dia 03 de setembro de 1938, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Acaraú, tendo como celebrante monsenhor Sabino de Lima. Tiveram 11 filhos, sendo oito mulheres e três homens, contando ainda na progressão familiar, com 54 netos e 54 bisnetos.
Permaneceram juntos 59 anos, pois sua esposa foi chamada por Deus para a eternidade no dia 23 de fevereiro de 1998, deixando saudade e muita solidão, pois nos últimos anos um fazia companhia ao outro, já que seus filhos, todos casados, construíam suas próprias famílias.
Antônio Pedro como é conhecido, não quis ser apenas um simples agricultor comum, sonhava em ser imortal por seu dom poético e lutou por isso, não por vaidade, mas por sentir necessidade de expressar toda sensibilidade e amor acumulado em si como poeta. Como tal, vivenciou e registrou momentos e situações que só os olhos e o coração dos poetas conseguem perceber. Amou e foi amado, como ele mesmo escreveu. De todos os seus amores, uma foi especial: sua esposa, companheira, amiga e catequista. Com ela, aprendeu a alimentar a fé, o amor a Deus e a prática religiosa.
Sua passagem foi coroada pela crença na misericórdia do Pai Eterno. Muitas vezes, colocava-se na presença do Criador e pedia perdão humildemente.
Deixa a mais valiosa herança que um pai pode deixar a seus filhos: a certeza de que tudo é possível quando existe amor e perseverança.
A saudade que sentimos é alimentada pelas lembranças do seu jeito todo especial de valorizar a vida, de amar cada expressão da natureza através das plantas e flores, pássaros e pessoas.
Agradecemos a Deus pelo pai que temos, pela família que com a mamãe construiu, pelo amor cativante que fez transbordar, mesmo sem perceber.
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