sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Textos Vencedores do III Concurso de Produção Textual da Semana da Emancipação de Cruz 2009

III CONCURSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL DA SEMANA
DE EMACIPAÇÃO MUNICIPAL 2009
TEMA:“HISTÓRIA DOS LOCAIS” - NIVEL 6º AO 9° ANO.


POESIA VENCEDORA
EEF. FILOMENA MARTINS DOS SANTOS - CANEMA
NATÁLIA MARCE ALBUQUERQUE
8º. ANO A - TARDE

As farinhadas de meu pai

Eu sou Francisco José de Albuquerque e aqui recordo alguns momentos vividos em minha vida há anos passados, que para mim não passam desapercebidos mesmo sendo comparados aos nossos tempos atuais. Lembro-me com saudade de quando eu era criança e tinha mais ou menos dez anos de idade, na época da colheita dos nossos cultivos do ano todo: feijão, arroz, milho e a mandioca.

O feijão, o arroz e o milho iam para nossas cozinhas para serem preparados e servidos na hora da alimentação, para toda a família, sendo preparados em nossos fogões à lenha, e que, só mesmo, nossas panelas de barro seriam ideais para o nosso humilde fogão.
Da mandioca, meu pai Valdivino Aquino Albuquerque sempre fazia todos os anos geralmente no mês de setembro as nossas famosas farinhadas, que eram as mais compridas e que ainda é uma tradição na nossa família, muito valorizada e praticada por mim e muitos de meus dezenove irmãos.

Meu pai logo cuidava em arrumar as rapadeiras, o forneiro e ele mesmo cuidava em trazer a mandioca da capoeira até a casa de farinhada em cassuás carregado por jumentos, éguas ou cavalos.

Já era de costume todos acordarem cedo, mas nos dias de farinhada, mas cedo ainda, às três horas era o ideal para o trabalho ser começado e cada um na sua divisão de tarefas. Como saiam muito cedo, dificilmente alguém tomava o café antes de sair, então os donos da farinhada se encarregavam de trazer café com tapioca para servir a todos que ali trabalhavam.

Naquela época, o café era comprado em grãos que deveriam ir ao fogo depois pisá-lo em um pilão para então adquirir o pó do café e seguir com o processo usado hoje ainda, teriam o preparo da tapioca que não seria tanto complicado, mas como deveria ser feito no fogão à lenha, não seria tão fácil como se imagina.

A casa de farinha era de barro ou taipa, o monte usado para triturar a mandioca foi comprado em 1975, o montegomes, que foi usado por cinco anos por meu pai nas farinhadas, e foi substituído em 1980 por outro, o mesmo usado até hoje, mas antes desses motores, era usado a roda puxada por meu pai e outros homens.

Depois de triturada a massa era espremida em um alguidar, usado antes dos tanques, à noite deixava sair a manipoeira espremida para ficar somente a goma acentada. A lavagem da goma era feita com água trazida das fundas cacimbas para jogar na goma até desmanchá-la. No outro dia bem cedo tirava a goma do alguidar e colocavam no jirau para secar hoje se usa um secador. Depois disso iam peneirar a goma nas urupemas que após o forneiro tirar a última fornada de farinha, varria-se o forno e aos poucos a goma ia sendo jogada com o forno ainda quente para secá-la e , assim ficavam os donos da farinhada até alta noite, concluindo suas obrigações.

POESIA 2ª COLOCADA

NOVE DIAS SEM PARAR
Andreza Rodrigues Brandão – 13 anos – 9º. Ano

João Evangelista da Cruz


Nasci a cresci em Paraguai uma comunidade que já vivenciou muitos acontecimentos, entre eles a enchente de 1974. A partir daí Paraguai se desenvolveu rapidamente.
Era mês de março. Uma tempestade tomou conta do povoado. Começou a chover, uma chuva forte e sem tréguas. A tempestade durou nove dias sem parar. Eu nunca tinha visto nada igual.
Perto de minha casa havia um córrego, com a forte chuva o córrego transbordou e minha casa ficou completamente alagada. Meu quintal literalmente ficou semelhante a uma lagoa, pois até peixes lá nós pescávamos.
Um dia, dando uma volta em casa, percebi que a parede da sala estava rachada, pois as casas naquele tempo eram feitas de tijolos crus e sem nenhuma segurança. \então chamei meus dois filhos mais velhos, nós três colocamos uma carnaúba na parede como uma forma de nos protegermos, pois se deixássemos daquele feito a parede poderia sair e conseqüentemente também o teto.
As vezes precisávamos ir até a Caiçara, a nossa localidade vizinha. Mas para chegar até lá era preciso atravessar o córrego. Então nós colocávamos dentro de uma sacola a roupa seca e amarrávamos e colocávamos em cima da cabeça para não molhar. E assim nós atravessávamos o córrego, nadando sempre com o cuidado de não molhar a roupa. Quando chegávamos do outro lado do córrego trocávamos de roupa e íamos a pé o restante do caminho.
Quando a noite chegava eu, minha esposa e meus onze filhos, íamos dormir na casa de meu compadre Pedro Pereira, pois nossa casa não estava em condições para dormir, já a casa de meu compadre não estava alagada por ser construída em um porto mais alto. Alguns de nós dormíamos no chão por não ter rede para todo mundo.
Depois de três meses aquela água foi diminuindo e aos poucos tudo voltando ao normal.
Com o passar dos anos Paraguai já com suas experiências soube muito bem como se desenvolver, pois temos escola, posto de saúde...hoje só vivo pelo amor de meus netos e familiares que junto comigo relembram nosso passado.

Texto baseado na história de Francisco das Chagas Brandão de 88 anos.



POESIA 3ª COLOCADA


Antônio Sérgio Marques -
Aluno da EEF João Evangelista Vasconcelos - Cajueirinho I


O COCHILO DA SAUDADE.

Numa tardinha ao pôr-do-sol, de olhos fechados em meu tucum de cordas, uma saudosa lembrança passou pela minha memória. Lembrei-me das histórias que minha avó Chiquinha costumava me contar.
Uma das histórias que eu mais gostava e que ela sempre me contava era a do cacimbão, um lugar onde eu e meus amigos gostávamos de brincar. Era tão bom!
Ela me contou que o cacimbão foi construído em 1.888 por conta de uma grande seca que desfavoreceu a região e que, por conta disso, o primeiro morador dessas terras, o capitão Frutuoso José de Freitas organizou um grupo de escravos e mandou que construíssem um poço que atingiu uma profundidade de 80 palmos.
Esse poço foi construído principalmente para dar água aos animais que morriam de sede no período da seca e para construí-lo, os escravos tiveram que cavar em um lugar onde já havia um pequeno córrego e após a escravidão, construíram paredes que revestiam três lados da barragem com tijolos trazidos á 25 Km de distância: a terra era retirada em cima de um couro de boi e puxado pelos escravos sobre uma rampa construída no outro lado da barragem. Os escravos colocavam a terra sobre o couro esticado e depois, o puxavam para fora do poço.
Nas cheias, a barragem era usada para pescaria e com tempo, foi soterrada, e em 1.983, recebeu uma nova escavação feita pelos moradores da comunidade com o incentivo do governo no programa bolsão e recebeu um poço no seu centro com 80 palmos de profundidade e 1,5 metro de diâmetro para se ter água sempre.
Hoje ela é a única obra renascente dos escravos que se conhece na região e os tijolos que revestiram as paredes ainda estão lá, podendo ser vistos no verão, quando as águas baixam e eles são uma amostra real da construção feita pelos escravos, pena que hoje ela é uma propriedade privada e sua água mata a sede apenas dos animais de seu proprietário.
Minha imaginação resgatou essas lembranças de uma forma tão carinhosa que acabei cochilando e revivendo todo o meu passado que hoje se faz presente em minha vida.


Texto escrito com base na entrevista feita com José Simão de Sousa, 55 anos.

Biblioteca Publica Municipal de Cruz - 22 anos de Fundação

Programação do 22º Aniversário da Biblioteca Publica Municipal Dra Maria Ines de Farias nos 24 anos de Emancipação Municipal de Cruz

- Apresentação da Banda Municipal Pe. Valdery
- Resultado do III Concurso de Produção Textual da Semana de Emancipação 2009 – Gênero Memórias – Tema: Histórias dos Locais – Entrega da Premiação aos Vencedores:
- Certificação aos alunos que mais freqüentaram a Bilbioteca Pública no ano de 2008;
- Apresentação de Dados Estatísticos;
- Apresentação do Blog da Biblioteca onde serão divulgados as produções dos alunos que fizeram parte dos três concursos já realizados pela mesma. – No blog leitura do Mote decassílabo produzido pelo Sr. Valci Costa por ocasião da Inauguração da Biblitoeca Publica em 1988.
- Entrega de Certificação aos concludentes do Curso Básico em Violão e Teclado do Projeto Música na Escola;
- Publicação do Livro Resgatando Memórias de Manoel Messias de Freitas – Cajueirinho I;
- Pré-Lançamento do Livro “Era uma vez na Cruz” de Elisabeth Albuquerque
RELAÇÃO DE ALUNOS CONCLUDENTES DO CURSO BASICO EM VIOLAO E TECLADO

CENTRO DE EDUCAÇÃO BASICA MARIA PEREIRA BRANDÃO
TECLADO
Alan Júnior Vasconcelos, 9º C, Noite. 4
Francisco Adriano de Menezes, 9º B, Noite. 4
Luís Henrique de Vasconcelos, 9º A, Noite. 4

VIOLÃO
Ana Géssica Albuquerque, 9º A, Tarde. 4
Ashelley Gomes Silva, 9º A, Noite. 4
Francisco Leandro de Menezes, 9º C Noite. 4
Maria Laila do Nascimento, 9º B, Noite. 4
Rafael Lopes Alves, 9º A, Noite. 4
Talita Mayara Nascimento, 9º B, Noite. 4
Varner Damasceno Júnior, 9º A, Noite. 4


CENTRO DE EDUCAÇÃO BASICA PAULO FREIRE
Rogério Natanael do Nascimento- 8° ano A- 12 anos
Matheus Cruz França dos Santos- 8°ano A – 13 ano
Gabrielk Lucas lima Souza – 9 ° ano A- 14 ano
Maria Tais Souza Freitas – 8° ano A – 13 ano


ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL FILOMENA MARTINS DOS SANTOS
Francisco Genilson do Nascimento – Violão
Francisco Diassis Cavalcante – Violão
Laira da Silva Ferreira – Violão
José Otávio Araújo Nascimento – Violão

Bruno Silveira Amarante – Teclado
José Renato de Freitas – Teclado
Marcelo Antonio de Menezes - Teclado


ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL FILOMENO FREITAS VASCONCELOS
Gislaine Adna Silva Alves - 13 anos
Maria Erlane Silva - 15 anos
Maria Janieli Araújo – 14 anos
Douglas Júnior Andrade – 13 anos
Maria Michele Araújo – 14 anos
Maria Sueli Araújo – 19 anos
Maria Deiciane Andrade – 13 anos