terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Imagens da Noite da Biblioteca - Aniversário de 24 anos


Livro entregue ao Prefeito e 1ª Dama Municipal iniciando a noite de Autógrafos
Homenagem a Irmão Portela Recebida por Irmã Toinha e Irmã Josiane
 Apresentação da Pintura da Casa Grande

 Mesa de Livros do Autor Paulo Roberlando Livro Alma Desnuda


Fala de Totó Rios de Acaraú sobre seu trabalho voltado a Cultura de Acaraú

Fala da 1ª Dama Municipal

 Fala do Secretário de Educação Raí

 Banda de Música Pe. Valdery presente ao evento
 Mesa de Autoridades - Totó Rios, Paulo Roberlando, Prefeito Jonas Muniz, 1ª Dama Maria Inês, Irmão Toinha e Josiane, Vereador Erlandson Muniz e Rai Secretário de Educação.
Entrega de certificados a alunos do Projeto Música na Escola.
Fala do Autor do Livro Alma Desnuda - Paulo Roberlando
Família do Autor no Momento dos Autógrafos.

Na noite foi também apresentado ao público o Cordel A Pedra do Capim de Orestes Albquerque, o qual realizou doação de livros pra Biblioteca Mesa de Autoridades e Escolas Públicas Municipais.

Casa Grande - Apresentada na Noite da Biblioteca 12.01.2011

A pintura  foi apresentada no dia 12/01/2011, por ocasião do 24º Aniversário da Biblioteca dentro das festividades da Semana de Emancipação de Cruz, sendo apresentada também um histórico sobre a Casa Grande, recuperada através da memória dos Irmãos Zeca Muniz e Gonzaga e seu primo Nego Sousa sobre a coordenação de Evaldo Vasconcelos e Elisabeth Albuquerque. Pintada por Maycon de Lagoa Salgada


MEMÓRIA DA CASA GRANDE


Relato produzido por Elizabeth Albuquerque
A “Casa Grande” como ficou conhecida foi construída por Antônio Carlos de Vasconcellos, meu tetravô, provavelmente nas primeiras décadas de 1800, quando se preparava para casar. Não temos essa data, mas, sua primeira esposa – Maria Angélica, faleceu em 09/06/1827 – e o inventário realizado no mesmo ano pelo viúvo, diz que ela deixou três filhos, o mais velho com 14 anos, o que indica que nasceu em 1813.

Diz a tradição oral que Antônio Carlos (neto de Joana Correia da Silva e Manoel Carlos de Vasconcellos, tidos como os primeiros povoadores de Cruz), usou nessa construção a madeira do desmatamento da área onde se estabeleceu. A casa era de taipa, coberta de telhas e era muito grande. Este casarão atravessou a história, passando de pai para filho por três gerações. Depois foi vendido para o Capitão Antônio Raimundo de Araújo, em data que não descobri, ainda. Mas, com certeza depois da morte de Antônio Carlos (02/05/1870), pois no inventário dele, realizado em junho de 1870 consta a referida casa.

Geraldo Aluizio de Araújo e sua irmã Jordélia, filhos de Celso Araújo e netos do Cap. Antônio Raimundo eram herdeiros do casarão e, pela proximidade familiar venderam-no para a tia Maria Souza (sogra do Aluizio) por Cr$ 10.000,00 no início da década de cinqüenta. Quem me deu esta informação foi o filho mais velho dela (em dez/2010), José Antônio de Albuquerque – conhecido como NEGO SOUSA. Ele só lembra que a compra foi anterior ao seu casamento, que ocorreu em 12/1955, mas eles já moravam lá desde 1950...

Após a morte de Maria Souza, que era casada com Antônio Menezes de Albuquerque – meu tio avô pelo lado paterno – Nego Souza vendeu a casa velha para a Paróquia de Cruz por Cr$ 30.000,00. Disse-me ele que essa importância foi dividida igualmente pelos 10 irmãos e com os Cr$ 3.000,00 que lhe tocou ele comprou a casinha onde mora até hoje.

No livro de Tombo da Paróquia de Cruz o Pe. José Edson Magalhães, nosso primeiro vigário, registrou em 30/12/1958, a compra de um terreno para construção de um prédio escolar e uma casa paroquial pelo valor de Cr$ 28.000,00.

A diferença de Cr$ 2.000,00 corresponde a venda da casa velha para quatro senhores que a demoliram e dividiram o material entre si. Um deles foi o tio Gonzaga que me disse ter participado desta aquisição com os senhores: Manoel Sialdino, Manoel Zaquiel e outro que ele não conseguiu mais lembrar, embora não tivesse na memória este valor. Tio Gonzaga é o único vivo, para contar a história, com seus 84 anos (em dez/2010), quando fechamos este levantamento.

Imaginem só, uma casa de taipa com quase 150 anos, ainda tendo alguém disposto a aproveitar o material. Contou-me uma senhora, de seus setenta e tantos anos, que seu marido assistiu a dita demolição e teria comentado que os amarradios das estacas em muitas das paredes eram de couro de gado (relho, tipo chicote de couro torcido).

O lendário casarão que até então teve sua história reconstituída através da memória dos mais idosos ganhou registro de imóvel. Ele consta do inventário da minha tetravó – Maria Angelica (que descobri em julho de 2010, junto a vários outros antigos, no Arquivo Público do Estado do Ceará), e está descrito assim:

“...Declara o inventariante meeiro haver ficado em seu casal por óbito da dita sua mulher huma morada de casas de taipa, coberta de telha, com quatro portas e uma janela, sitas no sitio denominado Cruz, avaliada pelos avaliadores em preço de vinte mil reis”.

E no inventário de Antônio Carlos (f. 02/05/1870) realizado por sua 3ª esposa, Ignez Maria de Araujo, em junho de 1870, ele aparece com a seguinte descrição:

“... Haverá uma morada de casa de taipa coberta de telha com uma porta de frente com cercado de pau a pique, avaliada por trezentos mil reis, cita na Cruz deste termo – 300$000”

Com esses dados, somados ao conhecimento visual de pessoas idosas – meu pai Zeca Muniz, 90 anos; tio Gonzaga, 84; e Nego Souza, 83 mais a presença de um desenhista contratado pela Prefeitura providenciamos um retrato desta 1ª casa construída no centro da hoje cidade de Cruz, ambientada nos anos de 1930.

Registramos por último que no terreno onde ficava o referido casarão, adquirido pela Paróquia, foi construído apenas o prédio Paroquial, pois o Padre preferiu reformar outra casa do patrimônio da Igreja, transformando-a na residência dos Padres. Com isso, a outra parte do terreno foi vendida para o Jonas Muniz (hoje Prefeito da cidade) que lá edificou sua morada.

Elizabeth Albuquerque, 06/01/2011



No período em que o Sr. Nego Sousa e sua Esposa Cecília Maria da Silveira foram morar na Casa Grande morava também o Sr. João Romão e esposa (Chiquinha), aproximadamente em 1955. Segundo ele a Casa tinha 75 palmos de frente e um muro no quintal de 25m de comprimento. Abaixo uma planta da casa segundo relato do próprio Nego Sousa, desenhada por Evaldo Vasconcelos, Coord de Cultura