sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O MENINO, A RAPOSA E A CHIQUINHA - Orestes Albuquerque

Prantá roça de criá calo, espinhaço inté o chão, pissuir as criação, a dispois raposa fazê banquete? Uma ova! Era seu pai praguejando enquanto oleava a velha espingarda de carregar pela boca. Nunca vira seu pai tão enfezado. Parecia mordido de raposa. Mergulhou a caneca no pote, lavou o rosto e dirigiu-se ainda sonolento para a mesa do café. - Bença mãe. - Deus te Bençoe! Teu pai tá espritado de raiva. O galinheiro tá que é pena. As pegada é de raposa. - Eita, será que cumeu a Maricota? Ainda onte contei os bicho. Pra mais de cem. Fora os pinto. Lembrou-se de Maricota, ressuscitada debaixo da cuia, muito fraquinha, salva no pirão de leite com farinha. Imaginou seu pescoço franzino de frangota, entre os dentes afiados da raposa. E se ela tivesse dormido trepada? Raposa não sobe no pé de pau. Já cruzava o terreiro em direção ao galinheiro, quando seu pai lhe interrompe o pensamento. Vá num pé e vorte nouto, na budega do seu Leocádio comprá as munição. Na minha sombra raposa num faiz arrancho. A raposa estava encalacrada. Tinha pena do bicho bruto que age por instinto, apenas pra matar a fome. Se pudesse deixaria um aviso pra ela no galinheiro. Um frasco de chumbo, espoleta, pólvora pra dez carrego. - Seu Leocádio, tem chumbo que num é chumbo? Que bate mais num fura? Seu Leocádio lambeu o papel, enrolou o pé duro..... - Oia seu minino, já escuitei falá num tá de festim, mai eu memo nunca vi não. Diga seu pai que esse eu num tenho não. - Não seu Leocádio, ele nem queria desse não. Tinha que fazer alguma coisa pra salvar a raposa daquela emboscada. Pediu a seu pai pra lhe deixar fazer o carrego, assim colocaria só bucha e pólvora, tiro de festim. Pedido negado. Bota porva, bota bucha, bota chumbo e outa bucha. Acho qué assim. Nem me alembro a derradera vez que atirei num bicho. Acho que foi num quexada que tava acabano cum miaral. Ô foi na pintada? A pobre raposa estava mesmo com as horas contadas. Foi zinindo pra escola, se aconselhar com sua amiga Chiquinha. Só ela e mais ninguém na sua idade, tinha tutano de homem. Chiquinha era a brigona da escola. Todo menino tinha medo dela. Mas, pra sua sorte, era sua amiga e confidente. - Chiquinha, meu pai tá armado até os dente. - Questão de terra? - Raposa mesmo. Após confabularem durante toda a aula, Chiquinha lhe empresta sua arapuca gigante, que logo foi armada na trilha das pegadas. Agora era só rezar pra raposa passar por ali naquela noite. E mais um pequeno detalhe, que foi lembrado pelo menino. - Chiquinha, arapuca sem galinha não pega raposa. - Será que ela se importa de comer galinha lá de casa? Os dois rolaram na terra numa grande gargalhada! A ansiedade não lhe deixou dormir naquela noite. Ao chegar na armadilha de manhã cedinho, Chiquinha, mais astuta que a raposa, lá estava acocorada contemplando sua presa. Fizeram uma grande gaiola de varas amarradas de cipó. Era a nova casa da raposa, que para tanto não foi consultada. Os dias foram passando e o segredo dos dois aumentando. Já passava de dez galinhas, suas cumplicidades. Já estava ficando perigosa a brincadeira. Um tiro pela culatra, com perdão do trocadilho, lhes custaria uma bela surra de cipó. Numa noite chuvosa e fria, o homem volta da tocaia todo molhado, tal qual a raposa na gaiola. O menino que ainda não dormira, preocupado com o desfecho da sua trama, escuta a conversa dos pais. - Tenho cá cumigo que ela me espia inté eu sair. Animá cum fome nem bebe água, amoitado. Tu tá contano essis bicho? Namemente tão amiudano. - Tu sabe que me atrapaio na conta, quando elas se mexe. - Vai vê que a bicha inté já se mudô da redondeza, e eu aqui me fazendo de besta. E esse minino que num me ajuda mais em nada, agora é unha e carne cum a menina do cumpade Chico. Passados dias, seu pai deu a raposa por morta, após Chiquinha dar falsa notícia de uma nuvem de urubu lá pelas suas terras. Meu pai não deu falta de nenhum bicho, só pode ser ela, conclui a menina. A raposa ainda comeu muitas galinhas. De sorte, seu pai não sabia contar. Adotada com nome de Maricota, a raposa virou animal de estimação. Tempos depois, na escola..... - Meu pai vai mudar de criação, diz que vai criar porco. Bicho maior. - Tem arapuca pra onça? Pergunta Chiquinha com um sorriso maroto!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Relato de Trabalho do Livro "A História..."

RELATÓRIO DE HISTÓRIA






O livro A História... revela as lutas realizadas pelos habitantes e algumas autoridades pela independência de seu município,Cruz.

Foi construído como uma espécie de montagem, que utilizou-se fontes históricas da mesma época em que lutavam pela emancipação política, tornando as informações mais concretas.

Trabalhar com esse livro na sala de aula,foi muito produtivo,além de uma gincana realizada entre os alunos do 6º ao 9º ano, foi também realizado um estudo nas salas de aula,utilizando o livro,de modo que os alunos percebessem as semelhanças e diferenças entre os livros estudados. Com isso, percebeu-se que o livro A história..., proporciona uma visão mais real,por conta de ser todo comprovado através das fontes pesquisadas e que existem até os dias atuais.

Estudar a História local, é de grande importância,e incluí-la nos conteúdos,é um grande salto para a disciplina. É um modo de buscar sua identidade e mais importante do que entender a história do mundo,é conhecer a própria história.  
E.E.F.FILOMENO FREITAS VASCONCELOS
“HÁ 25 ANOS CONSTRUINDO O CONHECIMENTO”

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Relato de Atividades com o livro "A História..." nas escolas



Relatório do livro “A história...”

            No dia sete de maio de 2012 iniciei a aula fazendo a apresentação da capa do livro “A história...”, depois mostrei a bandeira do município e expliquei sua simbologia, envolvi a participação dos alunos com um jogo de perguntas e respostas. Realizei um momento de conversa sobre o voto. Por que é importante votar e escolher um representante?
            Enfim, finalizei a aula com uma atividade de produção de texto com o tema : MUNICÍPIO DE CRUZ: UM SONHO QUE SE REALIZOU PELA UNIÃO DE TODOS.
            Os alunos apresentaram interesse no desenvolvimento da aula e participaram das atividades propostas.




Professora
Marcia Fabiane da Rocha

EEF Joao Evangelista Vasconcelos
Cajueirinho 1

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Reunião com diretores Escolares


Aconteceu no último dia 14/08 participaçao do Coordenador de Cultura na Reunião dos Diretores Escolares na Câmara Municipal de Cruz, para tratar de assuntos relevantes a Cultura.
Foi novamente comentado e avaliada a participação das escolas no Projeto: A memória do meu lugar no museu eu vou guardar, prevista para ser concluída no final de setembro de 2012, onde as escolas trarão através de peças antigas um pouco da história de suas comunidades para o Museu.

Foi também realizada nesta reunião a entrega dos livros da Escritora Cruzense: Maria Lúcia - Sementes que não morrem, num total de 2 a tres livrosa pra cada escola de maneira a serem utilizados pelas escolas por meio dos professores de Lingua Portuguesa e através da própria Biblioteca Escolar, efetivando assim o apoio dado aos escritores populares de Cruz e dando continuidade ao Projeto Cultura de Casa.