Peço permissão a Deus
Reto pai e onipotente
Que me dê inspiração
E eu seja bem
competente
pra sem pensar em tabu
Falar do Rio Acaraú
e das maldades que ele
sente
Com um gesto indecente
Em alguns lugares é
soterrado
as árvores ao seu
redor
estão quase todas
devastadas
parece sofrer abandono
mas as margens tem seu
dono
pois estão todas
cercadas
Uns pra criar gado
outros fazer plantação
usando um tal de
agrotóxico
sem nenhuma proteção
para a vida é um
desafio
porque tudo cai dentro
do rio
e causa contaminação
Até a água então
já é barrada também
pra pegar outros
caminhos
construídos por alguém
pra ser comercializada
e lucro ser destinado
pro bolso de quem já
tem
Outros males também
que é um grande
desafio
alguns lixões
desprotegidos
e ninguém dá nem um
pio
e uns assoreamentos
em uns canais velhos
nojentos
direto pra dentro do
rio.
Coisa que jamais se viu
nem se podia imaginar
as retiradas de barro
em área irregular
e as areias que vão
tirando
se ver até máquinas
escavando
e ninguém consegue
barrar
Vamos imaginar
a beleza natural
com essa lei que ai
está
de um novo código
florestal
com quinze metros
preservados
o resto pode ser
devastado
Será que isso é
normal?
Vejamos o carnaubal
que serve pra mim e pra
tu
que da palha a gente
faz
chapéu, saca, tucum e
uru
e é grande maravilha
e se encontra nas ilhas
do nosso Rio Acaraú
Terra do coco e do caju
Mandioca, milho e
feijão,
da melancia, manga e
banana,
Jerimum, cana e melão
batata doce e verdura
toda essa belezura
é típica da região
Nós precisamos de
proteção
pra nossas matas
ciliares
vamos dar uma
acordadinha
nos órgãos ambientais
que nos ajudem por
gentileza
a proteger nossa beleza
pois nela a vida se
refaz
Já espertamos até
demais
está sobrando
paciência
pois se ver muito
descaso
e falda de consciência
precisamos levantar a
voz
pois o Rio Acaraú é
pra nós
um meio de
sobrevivência.
Por: José Edson de
Sousa
Paróquia de Nossa
Senhora da Conceição
Acaraú – Ceará
Poema recitado por
ocasião da V Marcha do Vale Acaraú realizada no Município de Cruz.