quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Comemoração aos 20 Anos da Biblioteca Municipal

Premiação aos ganhadores do Concurso Municipal de Poesias
Depoimento da Primeira Dama do Município

Homenagem aos escritor da terra - João Batista

Exposição de Numismática do Museu de Som e Imagem

Premiação aos maiores leitores da Biblioteca

Apresentação do Coral Anjos de Deus - Escola de canema

Exposição do Kit de 685 livros recebidos - Programa Livro Aberto

Exposição de fotos Cruz ontem e hoje


Comemoração aos 20 Anos da Biblioteca Pública Municipal, seguindo a programação abaixo:

· Distribuição da II Ed. Jornal Cultura de Casa;

· Exposição das Poesias De José Fabião Filho João Batista de Sousa

· Exposição Permanente de Fotos - Cruz Ontem e Hoje;

· Nova Pintura da Sala Infantil;

· Exposição Numismática

Apresentação de dados estatísticos e premiação;

Premiação e Leitura das Poesias do Concurso Municipal de Poesias e Prosas;

Apresentação Do Kit De Modernização Ofertado Pela Biblioteca Nacional Pelo ministério da cultura às bibliotecas que se encontram em situação regular junto ao sistema nacional de bibliotecas públicas e que desenvolvem programas de melhoria incentivo a leitura de seus munícipes. Como por exemplo internet gratuita no estabelecimento.

Apresentação do histórico em data show da biblioteca pública municipal;
apresentação e leitura das biografias dos escritores homenageados;

Pronunciamento dos representantes da família de José Fabião Filho e do escritor João Batista de Sousa e autoridades presentes;

Coquetel aos Convidados;

Apresentação do Coral de Canema.
BIOGRAFIA DOS ESCRITORES
JOSÉ FABIÃO FILHO – LAGOA SALGADA – CRUZ

Poeta popular e repentista, além de ter exercido o cargo de vereador na Câmara Municipal de Acaraú. Embora não tivesse freqüentado o Curso Superior, adquiriu através do esforço próprio, notável domínio na técnica do verso, manejando sabiamente a métrica tradicional, especialmente o heptassílabo, ou redondilha maior.
Nascido a 08/08/1913, em Lagoa Salgada, Município de Cruz. Seus pais: José Fabião Sousa e Ana Maria Sousa. Seu avô – Professor João Pereira de Sousa – foi um dos primeiros professores de destaque da região destes lados do Município de Cruz. Ainda em Lagoa Salgada casou-se com Maria Neusa de Sousa. Pouco depois mudou-se para Curral Velho, localiade de Acaraú. Com a necessidade dos filhos estudarem foi morar na Cidade de Acaraú, passando também a participar da vida política daquela cidade elegendo-se vereador e chegando a presidência da Câmara Municipal de Acaraú. Como vereador lançou projeto de denominação das seguintes ruas de Cruz, então distrito de Acaraú: Rua 6 de abril; Sete de Setembro; Monsenhor Sabino e Coronel Teixeira Pinto. Em 1971, devido todos seus filhos fixarem residência em São Paulo, em busca de trabalho, também passou a viver naquela cidade onde viveu até sua morte, mas sempre relembrando de sua região natal da qual possuía elevada estima.
Como poeta e e fascinado pela viola percorreu longas estradas do Ceará ao Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas na sua arte de cantador, na qual era grande, parando definitivamente com a morte de seu pai, guardando viva, porém, a lembrança de uma época que lhe deu felicidade, como tão bem traduz essa quadra:
O que esta lira recorda:
me machuca de verdade;
cada traste, cada corda,
representa uma saudade.
A partir do falecimento dos seu genitor, começou a manifestar suas idéias e seus sentimentos através de composições poéticas variadas: quadras (trovas), poemas, poesias.
Ele não versejava no intuito de seduzir e convencer a quem quer que fosse; simplesmente no verso, sua forma preferida de expressão, ia revelando as imagens que desfilam na sua mente e os sentimentos que lhe povoam o coração.
Quem conheceu Fabião na intimidade, sabe que no milagre da transfiguração operado pela arte poética, ele vai se retratando. Os seus versos, os seus poemas, são quase sempre desabafos, confissões de desejos contidos, de amores sonhados e não realizados, de aspirações não alcançadas, das suas convicções e da sua crença, neles estão sua experiência, sua vida vivida em Lagoa Salgada, chão por ele amado, jamais esquecido. Uma quadra mostra sua alma inquieta: estas rugas, no meu rosto, / não estão aqui, por acaso; / são símbolos de um desgosto / que se soma a um triste ocaso.
A poesia de José Fabião, trazendo rima e métrica tradicionais é, de um modo geral, reflexiva, pois à medida que lemos, sentimos vontade de parar para refletir, meditar, conferindo-a com a realidade existencial. Através dela é possível que aqui e acolá nos vejamos na infância e juventude, na vida adulta e, quem sabe, senão em alguns momentos da terceira idade.
Por meio da Secretaria de Cultura de Acaraú a obra desse poeta, quase que totalmente transmitida pela oralidade, foi fixada em letra de forma parte de sua produção para preservação da memória da nossa região. Infelizmente o poeta não teve o prazer de vê-la publicada em vida, mas sua família sim. Este foi o primeiro livro da coleção “Letras Acarauenses no objetivo de publicar os autores mais significativos do Município Acaraú.
Discurso de Aristeu(Seu filho) na Solenidade de lançamento do livro “Poesias”
Exmo. Sr. Deputado Federal José Aníbal,
Exmos. Srs. Prefeitos: Acaraú, Cruz e Itarema;
Exma. Sra. Vice-Prefeita de Acaraú;
Ilomo. Sr. Secretário da Cultura Dimas Carvalho,
Revmo. Mons. José Edson Magalhães,
Autoridades civis e religiosas,
Senhoras e Senhores,
Em nome da esposa, filhos, netos, bisnetos e de todos os familiares de José Fabião Filho, queria poder expressar a emoção e a alegria que meu pai sentiria se aqui pudesse estar recebendo essa tão honrosa homenagem.
Peço licença, por um instante, para dirigir-me diretamente a meu pai: “Pai, daria as estrelas, cada / de que o espaço é composto, / para ver hoje estampada / a alegria do teu rosto”.
Sem entrar no mérito da homenagem, quero desde logo agradecer a todos que, indiretamente, trabalharam para a viabilização dessa obra, com uma reverência especial ao Mons. José Edson Magalhães e ao Secretário da Cultura, Professor Dimas Carvalho.
Meus conterrâneos, todo o poeta é um eterno sonhador. Meu pai sonhava e escrevia, escrevia e sonhava ver publicadas suas poesias. Parafraseando Fernando Pessoa, “quando a alma não é pequena, sonhar vale a pena!”. A seu tempo, Deus realiza o sonho dos justos.
Há instantes atrás por ocasião de mais uma solenidade comemorativa dos 156 anos de emancipação política, Acaraú homenageou alguns de seus filhos ilustres, acarauenses de berço e de coração! Meu pais foi um acarauense de berço, porque aqui nasceu e viveu os melhores anos de sua vida; acarauense de coração, porque esteve ligado a esta terra e suas gente, a ponto de, em uma de suas visitas aqui, ter levado um pouco de areia para ser depositada em seu caixão. Hoje seus restos mortais estão misturados a essa terra, da qual nunca se separou. Acaraú foi sua única pátria. Em São Paulo, sentia-se exilado.
Este livro, mais que o valor sentimental e psicológico que encerra, contém um sentido espiritual para nós, porque relativiza e atenua o acontecimento do dia 07 de janeiro de 2001, quando, no momento em que o dia se deixava consumir pela noite, a morte calava meu pai. Mas, assim como os raios do sol nos mostram que a noite não consumiu o dia, as poesias transcritas nesse livro nos fazem crer que a morte não calou meu pai.
Se Deus, misericordioso que é, levou sua alma, Acaraú, por seus anjos, restitui-nos hoje sua fala, suas idéias, seus sonhos.
Obrigado!
Acaraú, 29 de julho de 2005.
No dia, 10 de janeiro de 2007, o escritor foi homenageado, por suas magníficas composições poéticas pelo Governo Municipal de Cruz, por ocasião dos 20 anos da Biblioteca Pública Municipal, através da Secretaria de Educação e Cultura de Cruz num espaço virtual criado especialmente para a ocasião, “Espaço Gente de Casa”, no Site Municipal de Cruz (www.cruz.ce.gov.br). Este poderá ser acessado e agraciado em qualquer lugar do mundo a qualquer hora do dia através do melhor espaço informativo e publicitário moderno, a Internet. O nome de sua obra, foi Poesias.

Retirado do Livro Poesias com autoria de José Edson Magalhães – Modificado e acrescido de informações por José Evaldo de Vasconcelos.
JOAO BATISTA DE SOUSA
Paixão pela música e poesia.
Filho de Vicente Martins de Sousa e Dona Maria da Conceição Farias de Sousa, seu João Batista de Sousa, poeta e cantador, nasceu em Dourados, no Município de Santana do Acaraú, em 15/04/1950. Atualmente mora em Porteiras, zona rural localizada no município de Cruz. Quem visita está comunidade não deixa de conhecer uma casa simples, mas com um grande tesouro dentro, um homem com um nível intelectual acima do normal. Segundo ele: “Nasci superdotado”.
João Batista de Sousa, um típico poeta popular, viúvo, desde criança fabricava viola com caco de telha, fazia e brincava com outras crianças como se estivesse tocando. Com 7 anos começou a trabalhar na roça. Aos quinze anos começou a criar poesias.
Aos 16 anos, com o gosto que tinha em ouvir rádios locais desde criança, iniciou suas cantorias através de versos. nesta época morava em Sobral e cursava a 5ª série do ensino fundamental. Estudava de manhã e a noite para ganhar dinheiro e pagar as despesas. Cantava nos bares.
No ano de 1968, com 18 anos de idade, resolveu deixar Sobral. Passou a morar em Porteiras em 08/02/1968. Com muita dificuldade em Português, cursou novamente a 5ª série com a então professora da época Rufina Magalhães e ao terminar o ano letivo, começou a paquerar aquela encantadora mulher. Segundo ele: “Namoramos 2 anos e casamos escondido em Acaraú, pois a mãe dela não aprovava o casamento”.
Casou-se com Rufina Magalhães de Farias (Fundadora da Escola de Imbé – localidade de Acaraú) aos 21 anos, no dia 15/02/1971. Ela faleceu em 06/12/2002, desde então mora sozinho.
Depois de casado, seu nego, como era chamado pelos amigos, cantava nas residências aos finais de semana. “Eu era o melhor cantador que tinha na comunidade”. Essa paixão pela música teve um final triste, pois aos 42 anos os médicos diagnosticaram em seu João Batista, uma doença de caráter psicológico, por causa da preocupação de está sempre se aperfeiçoando nos estudos. Só que o mesmo discordava do diagnostico dos médicos. “Acho que nasci com o germe da doença, sou paranormal e tenho intuição de me comunicar com outra pessoa a distancia”.
Assim, segue a vida de seu João Batista, onde encontra como único consolo suas lindas e exuberantes poesias.
“Sou muito solitário, e quando sinto que estou muito triste, vou dar uma volta para me distrair”.
No dia, 10 de janeiro de 2007, o escritor foi homenageado, por suas magníficas composições poéticas pelo Governo Municipal de Cruz, por ocasião dos 20 anos da Biblioteca Pública Municipal, através da Secretaria de Educação e Cultura de Cruz num espaço virtual criado especialmente para a ocasião, “Espaço Gente de Casa”, no Site Municipal de Cruz (www.cruz.ce.gov.br). Este poderá ser acessado e agraciado em qualquer lugar do mundo a qualquer hora do dia através do melhor espaço informativo e publicitário moderno, a Internet. O nome de sua obra, ficou denominado como Poesias.

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