domingo, 31 de julho de 2011

Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual


5ª Mostra Itnerante For Rainbom

Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual


Com temática exclusiva LGBT, a mostra itinerante do IV For Rainbow – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual – disponibilizou 150 kits de seus filmes para distribuição e exibição. O material já foi solicitado por 110 instituições, sendo 66 entidades contempladas pelo programa Cine Mais Cultura. Os demais kits serão destinados aos Pontos de Cultura do Ceará, estado onde acontece a mostra.
Os filmes concorrem ao troféu Artur Guedes, na categoria Melhor Filme, selecionado por júri popular em todas as localidades de exibição. O “kit For Rainbow” é composto por um DVD com filmes de curta e média-metragem nacionais, um catálogo, um CD com produtos gráficos para reprodução e textos de interesse da questão LGBT, um cartaz, produtos artesanais com motivos LGBT e camiseta para sorteio ao público das sessões itinerantes.


O Cineclube de Cruz participou da seleção e foi agraciado com um dos Kits da Mostra.
Em Cruz a 5ª Mostra Itnerante For Rainbom acontecerá na Biblioteca Pública Municipal com a exibição de quatro dos filmes do Kit enviado.
Dia - 03/08/2011 
Horário - 18:30h

Durante o evento será sorteado uma camisa referente ao evento.

Participe. 
Você é nosso convidado especial no combate a homofobia e preconceito contra a classe LGBT.

Organização:
Coord de Cultura de Cruz
APM Paulo Freire
Brinquedoteca Pública 
Coord da Biblioteca Pública.

Apoio:
Governo Municipal de Cruz

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O sino que não dobra mais... - Paulo Roberlando

Quando menino, contanto não mais do que doze ou treze anos, era eu sacristão. Orgulho que cultivava na assiduidade com que me apresentava às missas dominicais, mas nada me dava mais contentamento do que tocar o sino. Quando da primeira chamada, Fabrício, corinha como eu, disputava comigo em debandada carreira da sacristia, quando recebíamos do Dery da Constancia, “chefe dos sacristãos” a ordem de tocar o sino. Corríamos feito doidos, entrecortando os bancos, serpenteando por entre as senhoras do Apostolado da Oração alvamente vestidas, chegando juntos a escada estreita do “côro”, onde Fabrício sempre perdia na subida. Eu era mais ágil, e por sê-lo, era o primeiro a pegar no badalo do sino e tocar a segunda chamada. Em minha satisfação e felicidade, me considerava o melhor entre os ajudantes da missa, no toque daquele som que para mim era mágico, sinfônico, onde lá de cima, era como se eu pudesse ver suas ondas espraiando-se pela cidade, indo longe, bem longe, no eco do chamado dos fiéis à celebração.
Nos dias em que morria alguém, sempre ficava de prontidão à porta do “Seu Bendito Inês” esperando que ele me chamasse pro toque do “sinal”, sempre ouvindo dele a recomendação: “Olha menino, foi gente grande que morreu, não foi criança, então não me vá tocar repique, é sinal!”. Ora, como seu eu não soubesse a diferenciação destas duas modalidades de anúncio fúnebre cristão, logo eu que era tão apaixonado pelo ofício de tocar o sino, repique era um som mais intermitente, não tão compassado e plangente como o sinal.
A cidade ainda não era tão grande, não tão barulhenta como nos dias de hoje, as pessoas não eram apressadas, todos ouviam o sinal, e todos sabiam que alguém havia finado. Claro que com esta função de bater o sino por vinte minutos, me rendia uns trocados que eu de imediato me dirigia depois a bodega do Seu Manoel Luís pra gastar com bananada e biscoito de maisena, na verdade, pouco me importava se ia receber ou não pelo mister, como muitas vezes não recebia... esquecimento da Dona Constancia... quando era ela quem recebia e acordava comigo o pagamento ao término do toque, o problema era receber depois, quando se tentava, ela dizia: “Menino não tem que pegar em dinheiro...”, na realidade, o que eu queria mesmo era badalar o sino.
Passado os anos, muitos anos, hoje homem feito. Semana Santa, estando em casa me preparando pra ir à missa do “Lava Pés”, como de costume, aguardo o sinal da primeira chamada, sim, pois gosto de ouvir a harmonia daquela sonoridade convidativa que vem de longe, de minha infância, de minha mocidade, e da agora minha maturidade me chamar, em compassos que parecem tocar o mais profundo de mim, minha alma... ouvir e sentir as suas ondas sonoras reverberando em minhas recordações e mais queridas saudades...
Qual foi minha surpresa, que não foi o bronze tinindo que ouvi desta feita, quer dizer, foi som de sino, mas não o meu sino, não a música da minha alma... o que eu ouvia era um alarido maquinal, estridente... Eram vários toques, de várias tonalidades, diferentes em volume, tão acentuado que mal dava pra distinguir se realmente eram sinos que ali estavam tocando. Meu primeiro ímpeto foi da janela de meu quarto, que dava pra ver a torre da matriz, procurar de onde estava vindo este alvoroto... e, a medida que o volume aumentava em forma intermitente, mais interrogações me tomavam: Onde conseguiram este campanário? Como tão rapidamente o instalaram?
Com estas e umas cem outras indagações me encaminhei à Igreja para a missa da Quinta-feira Santa, com uma ansiedade tamanha, que nem mesmo percebi o cumprimento do meu amigo Raimundinho,  ao mesmo me indagando sobre a novidade do sino... indiferente me aproximo do pátio, olho a torre, o velho sino estava lá, no seu mesmo lugar de tantas décadas... silencioso...
Na mesma procura, minuciosamente percorro toda torre na vã tentativa de saber de onde veio a chamada da missa em forma estranha ao que estava acostumado. Mas nada, nada identifico, tudo estava em seu lugar, e nada havia sido acrescentado a majestosa e bela torre.
Sentado na fileira de banco de costume, próximo ao altar lateral direito, de frente para a nave central, observei que a Igreja estava lotada, e destas tantas pessoas, acredito que muitas, muitas estavam com a mesma interrogação que me atormentava aquele instante.
Dezessete horas, confirmo no relógio, agora vai tocar a segunda chamada, penso... agora saberei de onde veio a novidade. E logo, em ensurdecedor volume, o chamado começa a ecoar pelo templo, admirando e assustando a todos os presentes. Se de longe era confundível, agora ali mesmo, de perto, a coisa era pior. Em decibéis insuportáveis, vários sons de sinos se intercalavam, sem ritmo, sem sinfonia, uma confusão sonora...
Ouvia-se um burburinho misturado aos toques absurdamente altos da chamada, condicionando tudo a uma verdadeira balbúrdia. E eu mais inquieto do que nunca, procurando ansiosamente saber de onde vinha. Em primeiro lance, percebi que era som mecânico, e, não me contendo levantei-me e transpus o altar-mor em direção a sacristia, indo diretamente ao sistema de distribuição sonora, e, ali, ali estava a resposta de toda a minha perturbação, um CD, todo aquele som pandemônico estava vindo de um CD. Era a modernidade e a praticidade substituindo o melodioso sino...
Finda a missa, no pátio, olho para a primeira janela, acima da porta central. E lá estava ele, quieto, silenciado, abandonado depois de tantos anos soando... foi ele que tocou para a missa de meu batizado, foi ele que tocou para a missa de minha primeira eucaristia, foi ele que tocou para a missa do meu crisma, foi ele que tocou parra a missa de meu casamento... reflito tristemente que não será ele a entoar o sinal de minha ida, como de tantos, plangetemente entoou...

Por: Paulo Roberlando da Silva Ribeiro
uma sexta-feira santa - 21/04/2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Depoimento Aluno Pró-Jovem

Depoimento Aluno Pró-Jovem sobre o cinema na Biblioteca em Parceria com o CRAS e Pró-Jovem Adolesente:

Pra falar a verdade,

Eu adorei e não esqueci,
Dos filmes e de tudo que eu vi.



Quando começamos a ver os filmes
E a comentar,
Eu gostei de todos os filmes,
E comecei a me interessar.



Teve vários filmes que,
Tinha a ver comigo,
Filmes sobre a família,
Cenas sobre amigos.



Filmes que retratavam,
Sobre a realidade brasileira,
Cenas de violência,
De tristeza e pobreza.



Mas, não devemos pensar,
Apenas em tristezas,
Lembro das cenas alegres
De desenho animado e brincadeiras.



Deveria ficar pra sempre,
Na memória de todo mundo,
Filmes educativos e que,
Mostram muito sobre tudo.



Espero daqui pra frente,
Tudo fique melhor ainda,
Todos os filmes fiquem interessantes,
E que, nos lembrem da vida.


Queria ficar bem velhinho,
E ainda lembrar,
Desses filmes maravilhosos,
Que vocês costumam passar.



Agradeço a todos da Biblioteca,
E também queria dizer,
Que cada filme que assisti,
Prometo nunca esquecer.



Depoimento de Érika Sabrina – Aluna do Projovem Adolescente do Bairro de Brasília.

sábado, 2 de julho de 2011

Último Repente


Último Repente

Velho Zeca meu poeta
Meu peito é cova de dor.
A gente não combinou
Poema de despedida
Essa coisa tão doída
Carregada de tristeza
Minha rima está presa
Entalada na goela.
Hoje fizeste banguela
A boca da poesia
Apeou da montaria
Amarrou o seu cavalo.
O corpo cheio de calos
Calos de sabedoria
Todo mundo vai um dia
Quando chega sua hora
Meu poeta vai embora
Deixando a casa vazia
Dona Rita bem queria
Envelhecer do teu lado
E não te ver sepultado
Numa cova de cimento
Que toma de sentimento
O peito dos filhos teus
Lamento de cicatriz
Repousa nos olhos meus
Descansa na paz de Deus
Meu velho Zeca Muniz!!!

Orestes Albuquerque

A Colheita
Um passarinho sonhou seu o mar...
Saiu para voar e nele se perdeu...
Do seus espinhos ele fez o amor,
Mas não o pintou,
Por não ter lápis de cor,
E ninguém o entendeu.

Pássaros  são assim!
Pois vivem voando...
Estão dentro de si,
Sempre, partindo e ficando...

Seu vôo foi longo,
Com escombros e breus...
E teve alguns tombos,
Mas, um dia arrefeceu...
E hoje, com céu de brigadeiro,
Planeja seu vôo derradeiro...
Já junto dos seus.

Vai velho passarinho:
Segue teu destino!
Pois os teus meninos,
Já sabem cuidar do ninho.

ALQUE


José de Sousa Albuquerque
ZECA MUNIZ -
 *26/03/1921
+ 02/07/2011

Eu, JOSÉ DE SOUSA ALBUQUERQUE, vulgo Zéca Muniz; nascido, em Cruz, em 26/03/1921, desde a mais tenra idade me botaram no amanho da terra, cavando o pão na inchada. Nunca tive liberdades pra brincadeiras, e a disciplina no meu tempo era rigorosa, qualquer pequeno erro, a advertência era o cipó; acho que os castigos extrapolaram o meu emocional, e a repressão me fez um reprimido.
Por isso não culpo meus Pais, pois não tinham a luz de como educar os filhos com liberdade e informação; assim foram criados e assim nos criaram.
Na lavoura fiz profissão, e trabalhei com meu Pai até os 20 anos. Aos 21, fui sorteado para o Exército, era a primeira saída - e logo ir enfrentar as armas de guerra - isso me trouxe o peso de um treinamento estafante que me deixou mais deprimido e frouxo do que já era, alem do medo de ir pra guerra. Foram dois anos numa escola da vida, onde a disciplina me estrangulou ainda mais o sistema nervoso e o emocional, se bem que aprendi alguma coisa para o caminho da vida.Mas dei graças quando me licenciaram, a guerra terminou e eu não fui, voltei pra liberdade no meu nascedouro, um pouco abalado no sistema orgânico, mas sentindo na alma a esperança de paz no seio da família.
Em 47, já com 26 anos, me casei sem nem uma noção para uma estrutura de família, mas fomos levando o barco a remo e a vara, nasceram-nos 8 filhos 2 morreram ainda criança. Os seis cresceram aos trancos e barrancos, mais eram todos bem inteligentes, e com o pouco de escola que lhes demos souberam achar caminhos mais fluentes para seguir, e me superaram no trajeto da vida. Regozijo-me, pelo pouco que lhes dei no inicio de suas vidas, pois com este alicerce se ergueram e com o sacrifício de seus trabalhos, ordenados com persistência e perseverança.
Visando estas qualidades, contemplo-os um prodígio de família, nascida de um Pai frágil e desordenado, que levou a vida tangido pelo medo e perturbado pela a ignorância, hoje no fim da caminhada, arranjei um passa tempo nas paginas dos livros e, descobri as falhas que estou apontando; rogo-vos perdoem as minhas falhas e, alerto-os, cuidado com o vicio da boemia, ela arrasa com a saúde moral e corporal.
Os Erros e os frutos, deles, estão no histórico sobre o Zequinha.
Que todos vivam em paz e bem unidos, ADIOS.