Tirei uns quarenta dias
Pra sumir na capoeira
Comecei a bebedeira
Logo no dia seguinte
Amigos pra mais de vinte
Contentes com a surpresa
Me buscou em Fortaleza
Um amigo de primeira
Provocamos tremedeira
Nas garrafas da cidade
É ruma de amizade
Que todo dia me chama
Pra pescaria na lama
No rio da Manuela
No açude, na pinguela
Na Barrinha, no Preá
Na Croa Grande do Mar
Na terra do Jenipapo
Ou no Buraco do Sapo
Na baixa do Zacaria
Na fogueira da Bibia
Ou na Lagoa dos Bode
O Bagre sempre que pode
Me leva pra Macajuba
Pensando que me derruba
Com meia dúzia de cana
Logo cedo é caravana
O telefone tocando
O povo me convidando
Vambora queimar o dente
Tomara que eu agüente
E o fígado não se queixe
Bora pro caldo de peixe
Na lagoa do Bobó
Pra depois tirar o pó
La no Alto da Colina
Ainda tem a menina
O beijo na madrugada
Os carinhos de carrada
Cuidados que nem mereço
A todos eu agradeço
Pelo gesto de grandeza
A ruma de gentileza
Que estragaram comigo
Me despeço comovido
Um abraço do amigo
Numa rede em Fortaleza!
Por: Orestes Albuquerque.
Um comentário:
Caríssimo Evaldo, mais uma vez, obrigado pela gentileza de postar meus textos no site da Biblioteca. Abraço grande!
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