quarta-feira, 12 de junho de 2013

JANELA DE NÓS DOIS


Te vi assim, a procurar suponho
Revirando meu sonho
A procurar por mim
 
E eu assim, a procurar por ti
Até me consumir
Sem perceber de mim
 
Te vi assim, a enganar o tempo
A me chamar no vento
A esperar por mim
 
E eu aqui, a caminhar comigo
A tropeçar contigo     
A esperar por ti
 
Te vejo em todos os lugares
Na noite pelos bares
Na toada do cantor
 
Te vejo passar na tempestade
Nos anúncios da cidade
No espelho da vitrine
 
Te vejo em mim, na roupa mais bonita
Quando a sorte me visita
Numa noite de luar
 
Te vejo enfim, um leve pensamento
Uma silhueta em movimento
Um perfume a vagar no abstrato
 
E eu na janela respirando a rua
Janela que é tão minha quanto tua
Pois que tanta companhia já me fez
 
De tanto procurar não sei de mim
À espera de ti fiquei assim
A procurar por ti, a procurar por mim!!
 
Orestes Albuquerque

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