sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Livro - Coletânea de um aprendiz aos 80 - Zeca Muniz

2 comentários:

gorettiguerreira disse...

Com Zeca Muniz... Pelo telefone...

Hoje agradeci a Deus por ter dado tanta inteligência ao homem que através de um aparelho celular pude sentir o coração de meu velho pai sintonizado ao meu lá bem distante.(Ceará)
Meu velho pai, grande Filósofo e Poeta nato já apresentando sinais de falências pela avançada idade (90) anos incompletos ainda. Um fiapinho de voz a falar em meu ouvido coisas sábias e animadoras para seguirmos em frente com fé. Senti sua voz fraquinha e uma respiração ofegante do outro lado da linha a me chamar de filha e agradecendo a Deus pela extensão de sua existência.
É, meu sábio pai poeta... O tempo nos ensina tanto e ao final também vai levando nossas forças vitais como a cumprir seu cronômetro do tempo de cada um nessa esfera.
Estou pensando em visitar meu pai em Agosto, e então pedi pra que ele (papai) não ousasse partir antes,desse tempo; Ele pausou a conversa e me disse: Mas filha, não se pode controlar o tempo determinado aqui. Então percebi mais uma vez sua sabedoria e que novamente o "senhor tempo" é quem dita as regras, recebe ordens coitado do tempo. Ao menos tive hoje ao meu favor "O tempo e o telefone" para troca de carinho e respeito com meu velho e "Guerreiro" pai poeta: Zeca Muniz!!!
Beijos meu Pai. Te amo muito!
Sua filha: Goretti Albuquerque

gorettiguerreira disse...

Ao meu Pai com emoção!


Rua sete de Setembro
Quase no final da rua
Em um casarão branquinho
Lá mora um Senhor franzino
Por nome: Zeca Muniz.

Parece um combinado
De o nome de sua rua
Se encaixar com os seus atos
Para libertar-se dos fatos
Que se refez no passado.

Um jeito dócil e manso
Enquanto cala ensina
Na cadeira de balanço
Olha nas mãos a caneta
E seu caderno de escrita
Vai esboçando as facetas.

Passos lentos e alongados
São sua marca registrada
Mostrando que assim chegamos
Se olharmos bem a estrada
Nega-se ser um letrado
Porque não teve um Mestrado.

De olhos negros marcantes
Aos seus oitenta e oito anos
Através de seus “Poemas”.
Independente para quem
Em seus romances e prosas
Eterniza-se e ensina alguém.

Para por alguns instantes
Olha o Céu com olhar profundo
Como perguntando a Deus
Onde ficou o seu mundo
Percebe que o coração
Guardou seu Amor profundo.

José de Sousa Albuquerque
Não nascestes no Egito
Mais na pequena “Aningas”
És de fato um “Sonhador:”
Mesmo calando seus sonhos
És por Deus um “Pensador.”

Meu Pai Poeta desculpe
Os meus singelos versinhos
Que com sua caneta e caderno
Fiz algo assim mais fraquinho
Para escrever que “Te Amo:”
De ti serei um pouquinho.

Sua filha:

Goretti Albuquerque.