sexta-feira, 1 de junho de 2007

POESIAS VOLTADAS A TERCEIRA IDADE - Zeca Muniz

A VIDA DE UM VELHO

Velho, me chamavam antes
Hoje me chamam de idoso
Idoso é na meia idade
Quando a gente ainda é teimoso
Hoje com a canga da idade
Nos tornamos bois morosos.
Tem gente que não se entrega
E leva a vida sempre a exmo
Se derretessem as energias
No fim só dava torresmo
Não tem pra onde estrebuchar
Nós somos é velhos mesmo.
Tem velho que se lamenta
Choraminga que faz dó
Quer se erguer quase não pode
Por que dói o mocotó
A coluna recurvada
É o tipo de um socó.
Só que não pode voar
Mais sempre conta vantagem
Refletindo a mocidade
Tenta erguer sua imagem
Diante uma mulher nova
Ainda faz pabulagem.
VIVENDO A LONGEVIDADE
Irmãos amados da terceira idade
Eu vos convido a refletir
O autor da vida aponta o julgamento
Cuidado! Estamos sem poder fugir
Passou o tempo da vã vaidade
Chegou o tempo da desilusão
Olhemos a vida com serenidade
Para ter firme nossos pés no chão.
Nasci no tempo do carro de boi
O filme da vida posso lhes mostrar
Diz um provérbio “Vivendo se aprende”
Garanto que muitos não chegaram lá.
Busquei caminhos em busca de anseios
Que a gente inventa, buscando aventura
Meus pés deslizaram na lama e na areia
E no fim da jornada me resta as agruras.
E contemplando a essência da vida
Vislumbrei lampejos do transcendental
Buscando valores que temos na alma
Mudamos caminho na reta final.
Aproveitemos o tempo que nos resta
Para amar o próximo e pedir perdão
E perdoar para ser perdoado
E sentir a paz em nosso coração.
Estou chegando ao fim da jornada
E revendo os caminhos por onde pisei
O peso das culpas me sufocam a alma
Pelos muitos erros, de quanto não sei.
Da safra vida o que vou levar?
Se a boa semente quase não plantei
Só tenho no peito um pouco de esperança
Na sã complacência do eterno Rei.
UM HINO AOS IDOSOS
Esqueça, irmão a fragilidade
Da nossa idade pois é normal;
Busquemos luz na divindade
Forças no plano espiritual
Longevidade é uma grande graça
Dom que nos deu o pai criador
Está esperando que acordemos
Para viver seu plano de amor.
Refrão:
Fraternidade com unidade
No nosso grupo se faz irmandade
Com boa vontade e seriedade
Colhemos frutos na nossa idade
Anima o grupo da nossa idade
Fraternidade com unidade.
Não retornemos com as saudades
Da vida jovem que já passou
Revendo em nossas frivolidades
Que não trouxeram tanto valor
E levantemos, ao céu a mente.
Utilizemos nosso bom senso
Somente quando juntos lutamos
Juntos chegamos a um consenso.
Já que é dando que se recebe
Repartiremos nossos valores
E de retorno receberemos
A paz de espírito em nossas dores
Pois se com fé e boa vontade
Olharmos cristo com amizade
Teremos sim, a vivacidade.
E lograremos melhor a idade.
Não remoamos o que passou
A não ser que, para perdoar
E pedir perdão das nossas ofensas
Para o luz do alto nos reanimar
Busquemos no cristo suas pegadas
Metas e princípios que ele ensinou
Levemos aos idosos por caridade
Algumas mensagens de paz e amor.
Quanta energia desperdiçamos...!
Relegamos nossa alma ao léu
Agora busquemos força no espírito
Com esperanças, em busca do céu.
Do amor nasce a fraternidade
N’alma a honesta sensibilidade
Traz caridade com seriedade
E nos dá paz e dignidade.
UM HIN0 AOS IDOSOS II
Fraternidade com unidade
No nosso grupo faz irmandade
Com sinceridade e afabilidade
Reanimamos, e com vivacidade
Trocamos abraços de amizade
E viveremos a melhor idade.
Feliz aquele que envelheceu
E buscou na vida o rumo de Deus
Treinou o pensamento e a paz colheu
Virtudes da alma, e do espírito nasceu
Visou o sentido da vida e cresceu
Tem dignidade e glórias mereceu.
Na idade avançada pesa mais a cruz
São falhas da vida que a dor nos induz
Precisa o conforto e do espírito a luz
Do ânimo da alma que é quem nos conduz,
Olhemos o calvário do Senhor Jesus,
A serenidade que na dor traduz.
Vivendo a esperança da eterna visão
Supliquemos ao Pai Rei da criação
Trilharmos um final com renovação
E termos em paz nosso coração
Com o que nós temos ajudar o irmão
E pedir com graças nossa salvação.
A CONTEMPLAÇÃO DE UM IDOSO
Música: Luiz Gonzaga, dedicada as fogueiras de São João. Noites de São Joao
Ó que saudosas lembranças
Quando recordo o passado
E ao lembrar as fogueiras na Poeira,
No caminho do roçado.
Correndo chegava em casa
E não parava a carreira
Juntava troncos, gravetos
E estava feita a fogueira
E a festa assar batata,
Jerimum e macaxeira.
Era um dos belos folguedos
Da nossa vida infantil
Logo a inocência passou
Chegando a força viril
Ilusões desabrocharam
E mudamos de perfil
Quantas fogueiras criamos
No arroubo de nossas paixões
Quantas perfídias tecemos
Tangidos por sensações
São poucos que nessa idade
Controlam suas emoções.
Com tudo a vida era festa
E nas noites de São João
Alguns saltavam a fogueira
Outros soltavam rojão
As moças rodavam em volta
Brincando com o coração.
Tudo são águas passadas
Que me veio ao pensamento
A vida passa tão célere
E estou em outro momento
A vida não traz retorno
Para quem corre atrás do vento.
E ao chegar aos oitenta
E escutar a razão
Buscando conhecimento
E fazendo contemplação
Adestraremos a mente
Para a melhor direção.
A vida tem muitas fases
Precisamos distinguir
E mesmo com pouca energia
A nossa vida colorir
Buscando na nossa mente
A formula de evoluir.
Nessa noite de folguedos
Vamos pedir a São João
Que queime as nossas maldades
E nos dê paz no coração
E encha de ardor perene
Com fé, amor e perdão.
São recordações de um idoso
Revendo o curso da vida
Que ao nascer é tão bela
E se fosse bem vivida
Não nos traria tristezas
Na hora da despedida.
NO DIA DO IDOSO
Uma data meritória Nos traz respeito e valor,
Coroa o nosso estatuto, Que o poder político forjou.
Que se cumpram os benefícios, que leis criadas gerou.
Nem sempre se cumpre às leis, e fica só no papé
É como a espuma da onda, rastro que deixa a maré
Vantagem pra gente velha não merece muita fé.
Mais aprendamos o estatuto, e com coragem reclamar,
Se a lei nos dá alguns direitos, busquemos aproveitar
Só que a nossa classe é frágil, precisa se organizar.
Estamos no fim da linha, e é frágil nosso padrão
Precisamos de alguém, com atitude e ação
Estas pequenas migalhas, sempre despertam ambição.
Que as nossas autoridades, não olhem só pras riquezas,
E se hoje temos direitos, se ponham em nossa defesa
Olhando pros velhos pobres, e zelar com mais presteza
Mas, hoje é dia do Idoso, congracemos-nos com amor,
E demos graças a Deus, por alguém que contemplou...
E registrou esta data, ao idoso pai e avô.
O amor não nasce do acaso
No meu lado emocionante
O amor não nasce do acaso
Mesmo que em tão curto prazo
De comunicação constante,
Talvez por estar distante
Eu não soube cultivá-lo,
Isso me fez um Vassalo
Do meu próprio sentimento,
Já não tenho mais talento
E o topázio ficou no intalo.
Busco no meu consciente
Algo que me represente
Diante a tua nobreza,
E vejo um órgão ofegante
Que com batidas distante
Revela minha tristeza,
E essa minha expiação
Que trago no coração
Tanto mal já tem me feito,
Até me sinto culpado
Por tanto eu ter amado
Sem saber o seu conceito.
Da minha felicidade
Eu sei que tens a metade,
Por que eu a dividi,
E se quiseres somar,
Basta só me procurar,
Que eu estarei aqui.
Não demore muito tempo,
Por que a chuva e o vento
Destroem até metais,
E se demorares tanto
Talvez que nesse recanto
Tu não me encontres mais.
A VELHICE DESAGREGA
A velhice nos assusta,
Sempre queremos viver
Por mais sofrida que seja
Ninguém aceita o morrer
Tem neste corpo um espírito
Que ostenta o sobreviver
Muitos, parece, não pensam,
Que a morte é parte da vida,
Fazem arroubos com a ganância
Sem pensarem na partida
E chegam na hora fatal
Sem a mala prevenida
A vida é como a luz
Exposta no meio do vento
E a morte traiçoeira:
Seja humilde ou avarento
Quando a gente não espera
Ela chega em um momento
Por isso meus irmãozinhos
Cristo, nos advertiu
Estejam sempre preparados
Pode está curto o pavio
Vezes longo sofrimento
E vezes trágico e sutil
Se dela ninguém escapa
Vamos pensar todo dia
Pra não incharmos de orgulho
E alardear fantasia
Colher virtudes da alma
A levar pra eterna via
Lá, são mistérios de Deus!
Onde só vale a verdade,
A sentença será dada
Mediante nossas maldades
E os que viveram no amor
Terão de Deus a amizade
È o sentido da vida
Que O Próprio Cristo apontou,
Façamos um pouco de esforço
Busquemos em Deus o tutor
Falemos com o coração
Que achamos fé com fervor.
A SÚPLICA DE UM ANSIÃO.
O meu corpo desfalece
Mais tenho um coração
E a mente muito frágil
Traz-me a desilusão,
Reforça a minha alma
Com a força de um sanção
E que brilhe em meu senso
A luz pra esta canção.
Perdoa os descaminhos
Que este velho cruzou
Pois na minha juventude
A fúria me dominou,
Mas a água batismal
Tua fé me pegou
E pelo curso da vida
Eu senti o teu amor.
Ò Senhor Deus do Universo
A tua luz me enseja
A jogar com minhas notas
As sementes bem fazejas
Que elas sejam semeadas
Nos vales da tua Igreja
E que lá no reino etéreo
Tua Santa Face eu veja

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