sábado, 2 de junho de 2007

Introdução Livro - Familia Sementes que não morrem


Introdução

A saudade muitas vezes pode nos levar por caminhos nunca trilhados, certos da distância e do peso seremos levados a suportar.
Esta junção de sentimentos, pensamentos e filosofia de vida faz parte de um dos meus sonhos. Além do desejo de registrar essa trajetória de laços familiares, espero expressar minhas ideias, a partir do contexto social e familiar do qual faço parte.
Quando pensei em escrever algo sobre meus pais, levada pela saudade da presença física deles, jamais imaginei que pudessem existir tantos momentos inesquecíveis, que parecem saltar de minha mente como num filme antigo, em preto e branco, com imagens tocantes e saudosas. Tudo que flui através das lembranças nada mais é do que um arquivo inapagável, já que estes laços familiares são marcas distintivas que permanecem para além da vida terrena.
O apanhado que faço das memórias de meus pais, é para que não fiquem apagados os acontecimentos que merecem ser eternizados. Um deles: a saudade que meu pai sentiu por minha mãe durante onze anos. Nutriu seu reconhecimento pelas qualidades dela como esposa, amiga e companheira de todas as horas. As lembranças dos momentos felizes juntos e a sensibilidade de poetizar estes momentos fizeram-no viver mais. É a vida: só vivemos quando temos um ideal, um sonho a ser realizado, um objetivo, uma trilha que nos leva a um lugar antes visualizado por nós, o desejo de alcançá-lo alivia as dores da caminhada. Foi assim com ele e, assim, será com todos os sonhadores incorrigíveis, como eu e, talvez, como meu leitor. Meu pai me ensinou esta grande lição que eu passo adiante: ser simples sempre, e mostrar o que somos e o que queremos, sem preocupação com opinião alheia ou aceitação. Aqueles que aceitam, porque gostam das coisas simples e têm sensibilidade para perceberem, que além do desejo do autor em mostrar sua criatividade, também a perspectiva de ensinar algo através das palavras. São pessoas premiadas pela qualidade de algumas pequenas obras, que não são menos importantes do que as grandes, pois nelas existe um toque muito especial de amor, amor que não passa. Sementes que vão além da vida, além da presença palpável que a fé em Deus nos leva a experimentar.
Por isso decidi ser grata a Deus e aos meus pais através de palavras e expressões colhidas da mais genuína arte de amar que recebi como herança deles. Sementes que não morem.

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