sábado, 2 de junho de 2007

Poesias não publicadas - Antonio Pedro

SAUDADE DA MINHA CASINHA

Deixei minha casinha
Como se fosse um marimbondo
Que deixa a casa sem dono
Por causa de uma fumacinha
Um dia bem à tardinha
Saí, vim pra cidade
Mas não era de vontade
Que deixei minha guarida
O amor de minha vida
parti deixando saudade.

Deixei minhas laranjeiras
Muito bonitas e floradas
O cântico da passarada
nelas e também nas mangueiras
Ao lado de um pé de roseira
De frente uma janela
Era zelada por aquela
Que me ofertava uma flor
saudade do meu amor
Que ainda choro por ela.

Bem na frente do portão
tem um pé de espirradeira
Cinco pés de laranjeiras
E um carnaubeirão
Vizinho a um pé de limão
Depois pés de siriguela
Vizinho a outra cancela
Tem um pé de acerola
E dois pés de graviola
E uma pitangueira amarela.

Touceirão de bananeira
nas águas de um banheiro
Ao lado de um pé de coqueiro
Em frente a mesma roseira
Aquela flor que tanto cheira
E nós dois lá na janela
naquelas manhã tão bela
Só nós dois dialogando
E o tempo ia passando
Só a flor e eu e ela.

Passava horas e horas
Em uma área sentado
Com São Francisco ao meu lado
Do outro a minha senhora
Olhando aquela flora
Os beija-flores voando
De flor em flores beijando
Só me recordo a lembrança
Um coração de criança
Que fica em mim chorando.

Autor: Antônio José dos Santos


RECÉM - NASCIDO

Eu nasci lá no retiro
As quatro da madrugada
Ao romper da alvorada
Dei o primeiro suspiro
Sentindo da flor do Lírio
Que beijava um colibri
A assistente disse eu vi
Que ele nasceu chorando
Eu ei de morrer cantando
Já que chorando eu nasci.

Retiro a minha terra
Onde eu nasci e me criei
Orgulho da minha grei
Aonde a ovelha berra
Lá é ilha não é serra
Meus pais em sua guarida
O amor da minha vida
Que me zelaram em criança
Hoje só tenho a lembrança
De papai, mamãe querida.

Adeus terra que eu nasci
De lindo carnaubais
Que ali vem de canais
Onde canta o juriti
os pássaros vão divertir
pertinho da marambaia
Que também canta a jandaia
Chamando seus companheiros
Que ali encanta o celeiro
Lá no coquetel da praia.

Depois no belém cheguei
Onde morei toda a vida
Lá foi minha preferida
Que no Belém encontrei
E com ela me casei
Passamos a lua de mel
Pois era um anjo fiel
Que pra mim foi um encanto
Pra Antônio José dos Santos
maria veio foi de céu.

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