sexta-feira, 1 de junho de 2007

CANTO DE UM POETA - Paulo Roberlando

Cantei um canto
Que um dia encantou tua alma
Que combalida e com ânsia de calma,
Perambulava por indefinições
Do que poderia ter existido...
Descortinei então teu medo,
Abri as janelas de teus segredos
Explorando o que tinha de mais incontido...

Que te sufocava
E engessava a esperança,
Que se desfolhava em débeis lembranças
De devaneios que não mais existem.
Fui poeta e desvairado,
Que te seduziu em cantos
Fazendo te seus sonhos prantos,
E de teus sentimentos – versos inacabados...

Sobrou somente
O sibilar do vento
Que não trás com ele o momento
Que te fiz viver e acreditar...
Pode ser que ele, ainda que remotamente,
‘Num lampejo que pensavas suprimido
Te lembre do que não podia ser vivido,
E qual névoa se dissipou de leve; dolosamente...


“Na estória de um poeta
A menina acreditou – e nos olhos
Da menina – uma lágrima rolou...”
A Menina e o Poeta (Roberto Carlos / Erasmo Carlos)

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