Era Tarde,
Ouvi o tom do silêncio
Com um grito que entoava tristonho
Um canto de leve lamento,
Que por um momento
No sibilar do vento,
Eu senti esvaziar-se
Minha alma...
Era tarde,
Vi no escuro
A cor de minha tristeza,
Que escorria por minha face,
Jorrando melancolia,
Estranha agonia
De um instante,
Que não passa...
Era tarde,
Uivos e latidos cortavam a noite,
Vindos de algum cão tristonho,
Tristonho como eu,
Envolto a um véu,
Negro qual breu,
Que me obscurece
O desejo de viver...
Era tarde,
Um frio suave me açoitava
As últimas recordações,
Ecos; de amargo gosto,
Sons que não mais ouço,
E eu ainda tão moço,
Tentando,
E não me encontro...
Era tarde,
Na rua deserta
Um espectro perambula
Entre pensamentos,
Solvendo tormentos,
Afogando-se em sentimentos,
Que nem bem conheço
Tanta intensidade...
Era tarde,
E não amanhecia...
Por – Paulo Roberlando Junho/1997
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