A anos que eu planejava
Narrar um original
Do belo Sítio Porteiras
Que é um simples local
Porem, me serviu de berço
E meu torrão Natal
Deu-se esse nome eu local
Logo que foi habitado
Pelo Farias e seu pai
Que ali criavam gado
E no verão carecia
De, na linha ser tratado
Nada, ainda era cercado
E o manguezal era extenso
O ribeirão, cada ano
Tinha um lugar mais propenso
Para passagem ao gado
Era um trabalho imenso
Então, no lugar propenso
Do rio, quebravam a barreira
E na barranca do mesmo
Colocavam uma porteira
Assim era o gado preso
Sem voltar pra capoeira
E na enchente altaneira
Tiravam o gado pra mata
Mas como o leito dos rios
Toda enchente desacata
Era feita outra passagem
No verão, na mesma data
E assim a história relata
Pelas muitas travessias
Do alto, pra aquela ilha
Que se conhece hoje em dias
Porque ficou conhecida
Por, PORTEIRAS DO FARIAS
Meus avós, meus tios e tias
Foram testemunhas disto
Leão, filho de Farias
Antônio, Pedro e o Sisto.
Pedro Gregório, seu genro
Todos relatam isto
Naquele tempo foi visto
Toda essa terra em comum
Isto é, era de todos
OU não era de nenhum
O desmantelo chegou
No ano de trinta e um.
Foi então, grande o zum-zum
Que mexeu com muita gente
Para medição da terra
Surgiu logo um requerente
Comerciante de CRUZ
E do Farias, parente
Eu digo que era um parente
Urbano José Silveira
Por ambos serem bisnetos
Do velho Chico Teixeira
Cuja família da Cruz
Dominantes da Ribeira
Como de Cruz, as Porteiras
Media-se uma légua, então
O Urbano requereu
Do DOMÍNIO DA UNIÃO
Da Data Légua de Cruz
E aí, veio a medição
Em uma reunião
Acertaram um plano ageito
Que os apossados da data
Só teriam um direito
Se pagasse um travessão
Para o seu limite feito
Como não a via jeito
O pobre desprevenido
Sem puder pagar as custas
Como ficou decidido
Ficou sem o seu direito
Quase que, como agredido
Como fora decidido
Naquele plano bem feito
Todo direito de posse
Pro pobre, não teve efeito
Foi posta a terra em leilão
Para o rico ter direito
E o pobre desse jeito
Começou a sofrer na vida
Em ficar como agregado
Sem conforto e sem guarida
No cantinho onde viveu
Com a família querida
No desespero da vida
Os que tinham espírito forte
Desertaram desta terra
Para o Sul, ou para o Norte
E os que ficaram, sofreram
E ainda sofrem o duro corte
Meu pai, contou-me, por sorte
Um passado interessante
Que lhe ocorreu, nesta tal
Medição extravagante
Pelo qual, achei meu pai
O homem mais importante
Em abril de trinta e um
Logo após a medição
A terrinha do pai dele
Ia pra arrematação
Que o velho não tinha como
Pegar o seu travessão
E o travessão que era o último
da DATA LÉGUA, chamada
Meu pai, valeu-se de roça
E fez uma farinhada
Vendendo todo o produto
Fez a terra resgatada
Fez três arrancas da roça
Quase toda, quanto tinha
Por felicidade, deram
Três alqueiras de farinha
Vendeu por trinta mil réis
Mas resgatou a terrinha
Na qual criou os seu filhos
Seus manos, criaram os seus
Os netos do meu avô
Criaram os deles; e eu os meus
Que maravilha! Meu pai!
Demos mil graças a Deus
Por isso é que sempre amo
O Torrão onde nasci
Porteiras é o meu local
Onde nasci e cresci
E meu pai, morto, ainda o vejo
A meu lado, como o vi
A graça do amor paterno
O tempo nunca destrói
Quanto mais tempo se passa
Mas a saudade constrói
Um amor envaidecido
Por ter sido um pai herói.
5 comentários:
ao ler uma poesia que,relata os meus antepassados..e essa poesia ter sido escrita pelo meu avô... me enche de orgulho, me faz lembrar do meu torrão...ñ de agora...mas sim da minha infancia ao lado dele " o maior o poeta de cruz "
Depois de muitos anos tenho a oportunidade de rever estas belas poesias que meu querido avô escrevia, grande poeta e personalidade cruzence.
esse grande e inlustre homem tem sua marca registrada em cruz e porteiras suas poesias e musicas sao facinantes tem orgulho de ser seu neto homem muito intelequitual
Meu pai, Sr. Jaime um homem guerreiro, honesto, humilde e manso de coração. Sempre que me encontro triste, me fortaleça relendo parte de suas obras. Obrigado Evaldo por ter publicado o acervo .
Meu pai, Sr. Jaime um homem guerreiro, honesto, humilde e manso de coração. Sempre que me encontro triste, me fortaleça relendo parte de suas obras. Obrigado Evaldo por ter publicado o acervo .
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