sexta-feira, 1 de junho de 2007

O Calvário do Presidente Tancredo

Romance do Tancredo Neves
(Jaime Farias)

O Calvário do Presidente Tancredo


Oh! Pai do céu, Concedei-me
Muita força de seu sedo
Pra que eu possa descrever
Toda história, todo enredo
Que tem por título; O CALVÁRIO
DO PRESIDENTE TANCREDO.

A sua biografia
Daria uma história imensa
Tancredo em vida não foi
Do jeito que alguém pensa
Posso aqui citar uns dados
Sobre o que li no imprensa

Tancredo de Almeida Neves
Nasceu em Minas Gerais
A 04 de março de 10
Vivendo ali com seus pais
Formou-se, por ser
Inteligente de mais

Mas, em advocacia
Não deu pra continuar
Pois sua filantropia
Lhe obrigava recusar
Que Tancredo preferia
Defender sem acusar

De uma família católica
Vivia a região
Quando ainda era menino
Trabalhou de sacristão
Não estudou vocação

Mas em São João Delrei
Sua cidade natal
Auxiliava a paróquia
No trabalho clerical
Onde adquiriu cedo
Um espírito social

Logo após ter se formado
Consagrou uma amizade
Casando com Risoleta
Mesmo daquela cidade
Filha de um fazendeiro
Da alta sociedade

Então, depois de casado
Por espírito patriota
Ingressou para política
Onde nunca viu derrota
Nos seus dados biográficos
Quem bem os conhece, nota

Foi vereador e prefeito
Deputado e senador
Chegou até ser ministro
Pelo seu alto valor
Mas, ultimamente em Minas
Ele era o governador

Sempre se projetou como
Defensor da classe pobre
Muito amante da justiça
Coração aberto e nobre
Caracteres que em muitos
Políticos não se descobre

E como católico íntegro
Ainda fazia parte
Da ordem dos Franciscanos
Era um grande baluarte
Seu nome em toda país
Brilhava nosso estandarte

Sempre oposicionista
Ao Governo Militar
Mas junto com outros líderes
Depois de muito lutar
Os brasileiros casados
Conseguiram anistiar

Por quê em 64
Com a revolta militar
Só não foi mesmo exilado
Quem nada tinha a pagar
Como em Tancredo, uma culpa
Nunca puderam encontrar

E há mais de 20 anos
Reinava o militarismo
Toda pobreza oprimida
Em volta do fanatismo
De chantagens e promessas
Do falso autoritarismo

Mas o povo daquele tempo
Por toda parte podia
Para que seus representantes
Não usassem covardia
Em transformar o país
Num tipo de monarquia

Todo mundo desejava
A democracia urgente
Pois ninguém tinha direito
De votar no presidente
Com isso, em todo país
Houve um clima diferente

O Brasil devendo muito
Sem condição de pagar
Toda sua exportação
Só chegava ao patamar
Dos juros e a inflação
Já não podia baixar

Havendo empresas diversas
De muitas nações do mundo
Explorando nossa terra
Um negócio tão profundo
De formas que o Brasil
Cada vez mais ia a fundo

Toda multinacional
Que aqui se estabelecia
Para desenvolver a pátria
O presidente dizia:
Mas tinha que indeniza-la
A medida em que falia.”

Houve algumas que vieram
Só para dar prejuízo
Prejudicando a nação
Se isto aqui enfatizo
Porque quem faz dessas coisas
Não gira bem do juízo.

A classe operaria
Sofria cada vez mais
E quando reivindicava
Por seus direitos legais
Iam parar na cadeia
Ou em leitos de hospitais

Falavam em democracia
E só se conhecia o nome
Todos os reajustes, sempre
Eram um salário de fome
parava tudo, que agente
Só trabalhava quando come

Os flagrantes da seca
Da região nordestina
Passaram a maior desgraça
Que nenhum rico imagina
Pois no Brasil sempre foi
A classe mais peregrina

Foi gasto uma grande soma
De dinheiro com essa gente
Porém, administrado
De modo inconveniente
Que quando há forte inverno
O quadro é mais comovente

Metade deste dinheiro
Tinha dado pra comprar
De feijão e de farinha
Para da fome os salvar
E o resto de terra firme
Pra quela gente morar

Foi com este pensamento
Que os chefes de oposição

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