sexta-feira, 1 de junho de 2007

A HISTÓRIA DO SR. JUCA

A HISTÓRIA DO SR. JUCA


As forças da minha mente
Guiadas assim por Jesus
Desenvolve a memória
Com uma resplendida luz
Pois não vou ficar sozinho
Caminhando no caminho
Falo no que me despuz.


Pois os segredos da vida
Pessoa algumas descobre
Por mais que tenha ciência
Nem o rico nem o pobre
Por mais que você peleja
Alcançar o que você deseja
Mais os segredos encobre.


No auge da dor pediu
Proteção ao Salvador
Dizendo: Meu bom Jesus
Eu não sou merecedor
Mas daí-me vossa proteção
Veja a situação
Deste pobre sofredor.


E com o decorrer do tempo
Que os filhos foram crescendo
Sempre melhorou um pouco
Pois os filhos já sabendo
Algumas coisas a fazer
Assim podia obter
Coisas pra irem vivendo.


Maria Nelsa a mais velha
Mocinha trabalhadeira
Ajudava muito em casa
Pois era uma pioneira
Todo trabalho fazia
Trabalhando noite e dia
Espertinha e bem ligeira.


Francisco Inácio também
Honesto trabalhador
Só até os 18 anos
Ele em casa ajudou
Foi cuidar da sua vida
Arranjou uma querida
E bem novinho casou.


Aqui eu peço desculpa
De em todos não falar
Mais sei que foram bons filhos
Isto posso eu afirmar
Enquanto eram de menor
Para que coisa melhor
Todos juntos a trabalhar.


Apenas vou prosseguir
A história novamente
Do Sr. Juca, o homem
Que era muito doente
Se restabeleceu
Ou o que aconteceu
Com a vida deste cliente.


Pra começar Juca morava
Na terra de um patrão
Chamando-se José Lúcio
Esse horroroso cidadão
Era rico e muito nobre
Caritativo dos pobres
Com nenhum tinha questão.


E assim Juca vivia
Na sua humilde casinha
Ou ao lado de sua família
E sua esposa Mariinha
Como ela era prostada
E ele sem fazer nada
Poucas coisas ele tinha.


No ano de 72
Mariinha faleceu
A tempo estava prostada
De repente adoeceu
Já se achando abatido
Partiu-se o fio da vida
A Sete de Maio morreu.


Para Sr. Juca foi
Mais uma dor com certeza
Se separar da esposa
Pois a sua natureza
Não agüentou sem chorar
Pelejou pra agüentar
Mas não teve uma defesa.


E ficando assim viúvo
Só com as filhas mais novas
A casula com nove anos
Queria dar uma prova
Pensou casar novamente
Pra mulher ajudar a gente
Até baixar a cova.


Maria Alice Rodrigues
Moça idosa e conhecida
Honesta trabalhadeira
Cuida da casa e da comida
Juca disse é aquela
Que eu me caso com ela
Para o resto da minha vida.


De início tudo deu certo
Falou a moça, ela quis
Brevemente se casaram
Pensando ser bem feliz
Mais tudo foi um engano
Foi derrotado seu plano
Assim a história diz.


Porque a dita moça
Não aceitou dele os carinhos
Ele disse eu me casei
Foi pra não ficar sozinho
Por isso assim não dar certo
Nós tem é que dormir perto
Pois não somos mal vizinhos.


Portanto não aceitando
As propostas do marido
Ela pra um lado, ele para outro
Vivendo assim dividido
Pra que desgosto maior
Casar para viver só
A vida não tem sentido.


E assim apenas dois meses
Maria Alice ficou
Na casa do Sr. Juca
Depois que se casou.
Brevemente foi embora
Pra Acaraú onde mora
E assim se separou


Tornou ficar sozinho
Casar não quis saber mais
Dizia ele é melhor
Viver sozinho em paz
Do que mau acompanhado
Antes não ter me casado
E perder meu cartaz.


Vamos deixar Juca aqui
Sofrendo a separação
Para falar sobre outro caso
Que tornou-se em aflição
É sobre a terra onde mora
Portanto vemos agora
Qual é a situação.


O leitor está lembrado
Onde o Sr. Juca morava
Na terra do Sr. José Lúcio
A quem dos pobres gostava
Com ninguém fazia questão
Tinha os moradores como irmão
Na casa que ele chegava.


As terras que ele possuía
Todas tinha moradores
Faziam o que queriam
Todos aqueles senhores
José Lúcio não se importava
Por que ele mesmo achava
Que todos tinham seus valores


Em uma destas terras
É que Juca morava
E por isso toda vida
Com o patrão ele se dava
Nem uma ameaça se quer
As propostas de José
Aos moradores não agrava


Mas é que esse bom homem
Um certo dia morreu
E ficou para os herdeiros
Tudo que era seu
Ai a questão rolou
Porque José Lúcio não assinou
As terras que ele deu.


Por exemplo a terra do seu Juca
Sr. José Lúcio tinha dado
Os herdeiros não acreditaram
Por não ter papel assinado
E para adquirir
Precisou constituir
Um simples advogado


Depois venderam as terras
Para vários compradores
Foi quando piorou
Para todos moradores
O Sr. Juca coitado
Ficou mais preocupado
Aumentando suas dores


Deixou Sr. Juca aqui
Na maior preocupação
Vou falar em outro caso
Pois é minha obrigação
É na morte de três filha
Que para um pai de família
É de cortar coração.


A sua filha Noeme
Com um ano de casada
O marido lhe deixou
E estando assim separada
Com dez filhos para criar
Sempre estava a reclamar
Aquela pobre coitada.


Além de não ter marido
Não tinha ajuda de ninguém
A não ser do seu papai
Que era pobre também
E assim ela vivia
Perdendo sua alegria
Não quis amar outro bem.


Com pouco tempo depois
Noeme adoeceu
Foi feito bons tratamentos
Não teve jeito, morreu
Com a morte de sua filha
Aquele pai de família
Bastante padeceu.


Ainda mais que ficou
Os netos para ele criar
Mais as dificuldades
Entrava sobre seu lar
Nessa época ele não tinha
Nem feijão e nem farinha
Nem dinheiro para comprar.


Mais como Deus é quem cria
E o jeito foi este jeito
Ficou lá com os netinhos
Criando bem satisfeito
Botou-os pra trabalhar
Para eles não ficar
Tomando os seus direitos


No passar de alguns anos
Outra filha adoeceu
Mesmo sendo medicada
Não teve jeito morreu
Mais outro golpe outra dor
Que o Sr. Juca passou
Bastante entristeceu


Ao cabo de mais oito anos
Juca bem sossegado
Quando chega uma pessoa
Lhe dando um recado
Que outra filha tinha morrido
Ele ficou sem sentido
Bastante preocupado
Pra ele foi um grande susto


Mais tendo recuperado
Ainda meio indeciso
Disse muito obrigado
E então o portador
Rapidamente voltou
Juca ficou angustiado
Vamos deixar o Sr. Juca
Sofrendo mais e mais


E vamos ver a história
Que ficou para trás
Das terras aonde ele morava
Se ficou como estava
Ou se tirarem-lhe a paz.
Foi assim o que aconteceu


Sr. Juca era apossado
Além do lugar da casa
Que o dono tinha dado
Quando chegou os herdeiros
As terras todas venderam
Ai, sim ficou danado.


Porque quem comprou a terra
Queria desocupá-la
E começou a questão
Deu a maior enrolada
Alguns deles bancou bobo
Entrou na boca do lobo


Sem ter direito a nada.
Dede filho do Sr. Juca
Na mesma terra mora
Bem pertinho do seu pai
Porem disse: e agora


Eu só fico satisfeito
Se nós não tivermos direito
É que podemos ir embora
Sr. Antonio Morais
É que foi o comprador
Das terras do Sr. José Lúcio
Onde o Sr. Juca se apossou


Era ele e outros mais
Não tinha nem um capaz
De enfrentar esse senhor.


A não ser o Sr. Juca
Mais seu filho Dedé
Faziam reuniões
E metiam muita fé
Eles eram satisfeito
E diziam deste jeito
Nos vencemos porque Deus quer.


No começo os direitos
Que cada casa ia ganhar
Era somente o chão
Que tivesse de ocupar
Uma palnia fora da parede
Podia morrer de sede
Não tinha direito a mandar.


A questão foi muito em frente
Foi em juiz e delegacia
E as propostas do dono
Nem um morador queria
Nestas alturas o Sr. Juca
Esquentava muita a cuca
Muitas coisas ele sentia.


Neguim conta mais às vezes
Que este povo foi chamado
Na presença do juiz
E que foi ameaçado
Sem resolver esta questão
E quantas decepção
De deixar envergonhado.


Finalmente a muito custo
Juca e Dedé achou direito
De recebe por cento
Ainda teve este jeito
Tudo isto aconteceu
E assim se resolveu
Deixando-os bem satisfeito.


Tudo que aconteceu
Na vida do Sr. Juca
Em qualquer pessoa fraca
Era de deixar maluca
Quebrando prato e colher
Quebrando xícara e talher
Quebrando pote e combuca.


Mais era um homem de fé
Tinha uma humilde tendência
Zelava por sua vida
Tinha boa experiência
Tudo isto aconteceu
Não sei como não morreu
Sofria com paciência.


Passando anos e anos
Chega a velhice também
Ajuda quem não morre novo
Ainda mais quem adoece
Quem sofre e quem padece
A sua hora breve vem.


Foi o que aconteceu
Com esse nosso irmão
Já com seus 78 anos
Chegou a ocasião
De Deus fazer seu chamado
Mais Juca despreparado
Deus suspendeu sua mão.


Fez sofrer uma trombose
Pra sua preparação
Para que também seus filhos
Seus parentes e irmãos
Viesse visitá-lo
Consciente conformá-lo
Pra triste separação.

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