Uma marca que nunca,
Nunca denunciou
Que meu tempo já se ia
Pelas vagas que em remanso engolia
A não mais presente mocidade...
Sobra-se então remoídos pensamentos
Que vagueiam em lampejos de momentos
Contrastando com minha idade...
Já fui e não mais,
Não mais me encontro aqui,
A imagem postada em velhas fotos
Contrastam com novos
De agora, bem diferentes.
Sim, cá estou,
Outro que não sou,
O de antes; e ainda bem recente...
Se na mesma cena
Tento me ver em espelho,
Revolvendo o que ficou congelado
E teimosamente emoldurado
Nos flashes que se romperam
Por saudade mais que dolorida,
Tragada na certeza contida
De que nada ficou e, nem sobraram...
Fica agora
Novos retratos,
Denunciando que o tempo passa
Com cicatrizes que devasta
As duvidas de sua existência...
Percebo grisalhos sinais
Certezas por demais,
Que tenho o tempo e, minha existência.
Por – Paulo Roberlando
Maio/2009
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