sexta-feira, 1 de junho de 2007

Outras Poesias III - Antonio Pedro


TEMA: É QUEM TRABALHA FAZ TUDO E NÃO TEM NADA
COMO SOFRE O POBRE CAMPONÊS
01
Eu um dia pensando em meu talento
Trabalhava todo dia no roçado
E ficava assim até maravilhado
E o trabalho para num era um alento
Às vezes me faltava o sustento
Minha família já era uns dezesseis
Mesmo assim já me faltavam três
Era duro eu passar a invernada
É quem trabalha faz tudo e não tem nada
Como sofre um pobre camponês
02
Sai de casa o pobre homem sofredor
A esposa também fica trabalhando
E os filhos também ficam ajudando
Enfrentando seja que hora for
Que é o que faz o pobre lavrador
O patrão cobra as contas de uma vez
Ele paga que é um bom freguês
Promete a trabalhar sem descansada
É que trabalha faz tudo e não tem nada
Como sofre um pobre camponês.
03.
O camponês trabalha diariamente
E o rico quer que seja como escravo
Cada qual mais ruim e muito bravo
Quer botar o pobre homem na corrente
Pois o pobre pra isto é inocente
E pega o pobre e mete num xadrez
Pode até ser um amigo bem Cortez
Quer saber é se paga na virada
E quem trabalha faz tudo e não tem nada
Como sofre um pobre camponês.
04
Vai ao patrão e fýca desconfiado
Que no bolso não tem nem um tostão
Não compra nem um litro de feijão
Que o patrão não vende mais fýado
Ele diz também não dar resultado
Vá embora daqui com rapidez
E não vendo, não conheço nem vocês
Pobre vive com a vida desaprumada
E que trabalha faz tudo e não tem nada
Como sofre um pobre camponês.
05
Quem trabalha todo dia no roçado
É quem faz o sustento da nação
Produz o milho, o arroz e o feijão
O pobre homem só vive apertado
E no fim o seu saldo é um cruzado
E faz dó nos filhos a grande nudez
A roupa velha já toda despedaçada
É que trabalha faz tudo e não tem nada
Como sofre um pobre camponês.
06
Sofre muito o pobre do campeiro
Que trabalha também em sua roça
Chega tarde em sua humilde palhoça
Chama os filhos e faz um fogo no terreiro
Só pra olhar porque não tem dinheiro
Para fazer um jantar bem português
Pois já deve a alguns há mais de um mês
Olham o fogo até alta madrugada
É quem trabalha faz tudo e não tem nada
Como sofre um pobre camponês.
Belém, 20/05/94
SÓ VOGA QUEM TEM DINHEIRO
01
Dinheiro em grande porção
Dá honra e capacidade
Respeito e qualidade
Em que seja preto como um carvão
O branco lhe dá a mão
Manda entrar logo ligeiro
Diz entra meu companheiro
Beba logo esta copada
Sem tutu não vale nada
Só voga quem tem dinheiro.
02
Entra o branco no salão
Todo empalitozado
Mais está tão quebrado
No bolso nenhum tostão
logo entra um negrão
Metido e todo faceiro
As moças sentindo o cheiro
E o negro cheio de ouro
Começa logo um namoro
Só voga quem tem dinheiro.
03
O forró está animado
O tocador já tocando
O povo todo apreciando
Chega um tão desconfiado
Só porque está quebrado
Não arruma um companheiro
O outro porque tem cruzeiro
Não olha pra o camarada
E ele sem beber nada
Só voga quem tem dinheiro
04
Já gostei de brincadeira
E hoje não gosto mais
No tempo de eu rapaz
Um dia de terça-feira
Fui um forró na ribeira
Eu e mais um companheiro
Mais não levava um cruzeiro
Uma Muller disse a mim
Olhando e zombando assim
Só voga quem tem dinheiro.
05
Vai uma festa dançante
Na casa de um cidadão
Dinheiro nem um tostão
Procura logo uma amante
No bolso guarda um brilhante
Das moças pedindo cheiro
Elas diz vá embora cachaceiro
Nós somos moças bacana
Conhecemos quem tem grana
Só voga quem tem dinheiro
06
Do Belém, até Bahia
Do Rio ao Acaraú
Nas praias do cauaçu
Um forró que tinha lá
Comecei a namorar
Era assim meio faceiro
Desses moços bandoleiro
Quando eu entrei na dança
Lá veio logo a cobrança
Só voga quem tem dinheiro.
SÓ ENTRA QUEM TEM DINHEIRO
01
Estou Ihe escrevendo agora
O valor que o dinheiro tem
Com dinheiro arruma um bem
Com dinheiro se namora
Tem de tudo sem demora
Até um bom companheiro
Tudo Ihe vem muito ligeiro
Onde você for entrar
Não precisa nem brigar
Só entra quem tem dinheiro.
02
Tem forró no Senadim
Depressa arruma um amigo
Diz o outro eu vou contigo
No portão tá o Joaquim
Ele fala eu estou assim
Abaixa o delo ligeiro
O Joaquim fala grosseiro
Vá embora cara torta
Pois aqui na minha porta
Só entra quem tem dinheiro.
03
Um dia fui uma seresta
Lá em uma tal de toca
Tinha um sujeito de coca
Muito triste sem palestra
Eu perguntei cadê a festa?
Eu sei lá meu companheiro
E saiu no meu roteiro
Tinha dois rapaz bebendo
E um foi logo dizendo
Só entra quem tem dinheiro.
04
Fui ao clube das mangueiras
O forró tava animado
Chegou Manuel Geraldo
O dono da brincadeira
Já assanhando a cabeleira
Mais era bom companheiro
Ai falou pro porteiro
Assim meio aborrecido
Até mulher sem marido
Só entra quem tem dinheiro.
05
Fui até o Caitetu
Forró do Chaga Miguel
O amigo se fez de mel
Chamava eu era tu
Fui mais o Jaburu
Que é o meu companheiro
Eu só levava um cruzeiro
Parece até um castigo
Foi dizendo logo comigo
Só entra quem tem dinheiro
06
No clube do Sebastião
Que chamam a discoteca
Logo eu pego uma boneca
Satisfaço meu coração
Tava sem nenhum tostão
E falou logo o porteiro
Não quero aqui cachaceiro
Logo me aborreceu
Aqui quem manda sou eu
Só entra quem tem dinheiro.
07
Fui um forró no Corguinho
Comecei a namorar
Já na intenção de dançar
A menina com carinho
Me chamava de benzinho
Chegou um sujeito faceiro
Mano foi eu primeiro
E saiu para o salão
Quando chegou no portão
Só entra quem tem dinheiro
08
Uma vez estava dançando
No salão em uma festa
Achando boa a palestra
Chegou um sujeito gritando
Ele estava me chamando
Lá fora no terreiro
Me arruma ai um cruzeiro
Pois fui entrar no portão
E levei logo um empurrão
Só entra quem tem dinheiro.
SAUDADE DE UM AMOR
01
Eu acho o vento tão triste
Pra quem tem amor distante
Me lembro de minha amante
O coração não resiste
E mesmo ninguém assiste
A minha grandiosa dor
Saudade de minha flor
Se o vento fosse e viesse
Quando voltasse trouxesse
Noticias do meu amor.
02
Eu moro no Amazonas
Tenho um amor no ceará
Se fosse lá no Pará
Que eu amasse essa dona
Ficava na mesma zona
Não precisava voador
Nem de barco e nem vapor
Se o vento fosse e viesse
Quando voltasse trouxesse
Noticias do meu amor.
03
Eu acho tão triste o vento
Pra quem vive separado
Às vezes até desprezado
Mesmo assim não agüento
Ando com meus passos lentos
Sofrendo amargura e dor
Enfrento seja quem for
Mas se o vento fosse e viesse
Quando voltasse trouxesse
Noticias do meu amor.
04
O vento bateu na janela
Eu estava até sonhando
Pois eu fiquei me enganando
Pensando que fosse ela
Pegava até na mão dela
Eu era um grande sonhador
E dela até vi a cor
Se o vento fosse e viesse
Quando voltasse trouxesse
Noticias do meu amor.
SE TELEFONASSE PRA MIM DIMINUIA A SAUDADE
Gosto muito de você
Mais moro muito distante
Pois és tu a minha amante
Que eu gosto de te ver
E assim não sei porque
Te consagrei amizade
Mas moras lá na cidade
Eu acho muito ruim
Se telefonasse pra mim
Diminuía a saudade
Vivo sempre imaginando
A distancia que ela mora
E não posso te ver agora
Por te eu fico pensando
Com medo da falsidade
Meu amor é de verdade
O seu não pode ser assim
Se telefonasse pra mim
Diminuía a saudade.
Eu estou me recordando
Daqueles dias passados
Que eu estava ao teu lado
Só nós dois conversando
Com beijos e me abraçando
Nós naqueles fins de tarde
Com nosso amor de verdade
E hoje faz comigo assim
Se telefonasse pra mim
Diminuía a saudade
Hoje se nós se encontrasse
Renovasse nosso amor
Aplacava a minha dor
Pertinho você chegasse
Realizava nosso enlace
Era um amor sem maldade
Conforme a sua vontade
Que você fizesse assim
Se telefonasse pra mim
Diminuía a saudade
Lembro de te todo dia
Nunca posso te esquecer
E tenho máximo prazer
Pois eu tenho simpatia
E no teu semblante eu via
Com toda sinceridade
Que tu me tinha amizade
O nosso amor não tem fim
Se telefonasse pra mim
Diminuía a saudade.
Não posso mais suportar
A nossa separação
Já é uma ingratidão
Sem nós dois dialogar
Nunca deixei de te amar
Pode crer que é verdade
Nunca te fiz falsidade
Eu posso dizer assim
Se telefonasse pra mim
Diminuía a saudade.
MINHAS AVFNTURAS DE AMOR
Estou escrevendo pra contar o meu passado
Fui adorado no meu tempo de criança
E hoje em dia estas coisas foram embora
Meus olhos chora que só ficou a lembrança. (Bis)
Vinte e dois anos eu passei a ser casado
Fui estimado, era uma vida em flor
Vivo sofrendo, só não sei se eu mereço
Mais não me esqueço da minha vida de amor. (Bis)
Eu também já fui querido e fui amado
Sempre ao meu lado não faltava amor oculto
Esses amores do jeito que eles querem
E de mulheres nunca mais eu vi um vulto (Bis)
Já gozei muito a minha mocidade
As vaidade pra mim era um paraíso
E hoje em dia eu só vivo quase pensando
Sempre implorando das mulheres um sorriso (Bis)
È um sonho um amor igual ao meu
Ninguém me deu e nem nunca vai me dar
Só mesmo Deus é quem pode dar um jeito
Amor perfeito para eu poder amar (Bis)
Que aventuras eu tinha no meu passado
Fui namorado e não faltava bem querer
E hoje eu vivo somente no abandono
Quem era dono da vida e meu prazer (Bis)
Que filme triste fui perder minha senhora
Não vou embora que o mundo não é culpado
Destas que vejo andando pelas ruas
Já quase nua é difícil ver ao meu lado (Bis)
A minha sorte está no amor de uma donzela
Que eu ame a ela não seja só ilusão
Caprichosa, honesta e trabalhadeira
Sem ser grosseira mora no meu coração (Bis)
Eu fui criada nos braços da natureza
É uma beleza me alimentar da saudade
Fui temperado com o tempero da paixão
Meu coração é a vitima da amizade (bis)
Vão desculpando a minha rima mal feita
Não é direita porque eu escrevi sozinho
Está faltando quem eu mais queria bem
Hoje só tem a minha falta de carinho (Bis)
Belém, 31/10/99
O MEU CORAÇÃO NÃO QUER OUTRO
ALGUÉM EM SEU LUGAR
01
Estou escrevendo com saudade
De um amor que tenho ausente
Eu tenho na minha mente
Que esse amor é de verdade
É grande a nossa amizade
Mas eu só vivo a pensar
Se esse amor me deixar
Eu não quero outra mulher
O meu coração não quer
Outro alguém em seu lugar.
02
Eu lamento a tua ausência
Por não te ver ao meu lado
Meu coração amargurado
Minha saudade é imensa
Você vai me dar licença
Pois eu quero te beijar
E não pode recusar
Dê o caso no que der
O meu coração não quer
Outro alguém em seu lugar
03
Quem ama tem amizade
Não precisa ser bonita
Pois o amor não irrita
Sendo um amor de verdade
É cheio de felicidade
Não precisa se julgar
Pois quem nasce pra amar
E só se Deus não quiser
O meu coração não quer
Outro alguém em seu lugar.
04
Por causa do teu amor
Vivo triste aqui sozinho
Precisando de carinho
Que aplaque a minha dor
Eu preciso ter valor
O meu amor vai passar
Eu não posso reclamar
E quando o meu amor souber
O meu coração não quer
Outro alguém em seu lugar.
05
Meu amor é um encanto
E quando eu falei com ela
Não pensei que era tão bela
Achei o meu amor santo
E nós conversamos tanto
Eu comecei a lamentar
Se você não vacilar
Seja firme a mim se quiser
O meu coração não quer
Outro alguém em seu lugar.
06
Meu amor fale a verdade
Não me faça ingratidão
Se me ama de coração
É grande a nossa amizade
To morrendo de saudade
E se nosso amor terminar
Não quero nem imaginar
Se existe outra mulher
O meu coração não quer
Outro alguém em seu lugar.
NÃO CASO PORQUE NÃO POSSO,
MAS NÃO DEIXO DE TE AMAR
01
Eu Ihe vi a primeira vez
Tocou o meu coração
Senti logo uma paixão
Me doeu mais de um mês
Olhando foi mais de seis
Logo ao nosso encontro
Começamos a conversar
Aquele amor era nosso
Não caso porque não posso
Mas não deixo de te amar.
02
Logo ao sair da igreja
Viemos para o salão
Olhei a tua feição
Disse ó mão benfazeja
Peço a Deus que te proteja
Era sempre a te olhar
E não podia adivinhar
Que 0 amor vosso
Não caso porque não posso
Mas não deixo de te amar.
03
Viemos para a mesada
De carro aquela palestra
E foi o melhor da festa
Era aquela nossa chegada
Bebida, bolo e buchada
Tinha tudo pra sobrar
Nós tínhamos que viajar
O carro que era o nosso
Não caso porque não posso
Mas não deixo de te amar.
04
Estamos todos se arrumando
Abraço, aperto de mão
O meu pobre coração
Que tempo estava chorando
As lágrimas estavam jorrando
Quando fomos nos falar
E me pediu pra beijar
Pronto o prazer é vosso
Não caso porque não posso
Mas não deixo de te amar.
05
Quem ama deseja o bem
E muita felicidade
Bom amor, boa amizade
E você quer muito bem
Eu não tenho um vintém
Vivo pobre em meu lar
Mas não posso reclamar
Tem dias que não almoço
Não caso porque não posso
Mas não deixo de te amar.
06
Eu me acho tão bobinho
Mas minha memória é boa
Preciso de uma pessoa
Para me fazer carinho
Nós nos chamamos benzinho
Sempre nós dialogamos
Um com o outro conversamos
É um grande prazer nosso
Não caso porque não posso
Mas não deixo de te amar.
O MATUTO INTELIGENTE
01
Eu sô um matuto inteligente
Sai do meu interior
Fui falar com o dotor
Na casa do presidente
O de casa seu Vicente!
Como vai vossa mecê
Eu quero Ihe cuincê
Vi dizê que é canidato
E é um home muito izato
Vô dá um voto procê.
02
Não quero o seu voto não
Em você não tenho fé
Com esta roupa tão chué
Vem até com o pé no chão
Procure outro patrão
Que você pode se dar bem
E mesmo não me convém
Não conheço o companheiro
E talvez queira dinheiro
Eu não compro voto não.
03
Eu não vendo voto não
O seniô é um abestado
Eu quero é um pá de calçado
Que ando de pé no chão
Eu não ganho nem um tustão
O que cumer não tem um tico
Neste lugar só tem fuxico
Vô me dispidi do seniô
Vô lá pu meu interiô
Nesta cidade eu não fico.
04
Adeus rico usurário
Fica lá com o teu cobre
Não quer socorrer um pobre
Que não ganha nem um salário
Não dá de cumer um operário
Tudo do pobre ele consome
Este rico não tem nome
Só dá ao pobre o maltrato
Vô imbora pra meus mato
Fica ai unia de fome.
05
Eu fui in outro canidato
Só pá vê se era mais faço
Sai na casa do Tasso
Vou dizê não é buato
Logo achei muito izato
Eu não estô dando esparro
E nem tou tirando sarro
Me deu o que eu precisava
E depois ele mandava
Me dexar era em seu carro.
HÁ MUITOS POETAS QUE NÃO CANTAM /
E HÁ MUITOS CANTORES QUE NÃO RIMAM
O mundo é composto de cantores
Uns cantam e rimam sempre entende
Outros cantam e nunca compreende
E outros são bons compositores
E outros são só imitadores
Outros cantam astros e cantam climas
E também a sua proteção estima
E outros só têm muito é garganta
Há muitos poetas que não canta
E há muitos cantores que não rima.
HOJE O ROUBO ESTÁ /
ENTRE A GRAVATA E O COLARINHO
O pobre não rouba não
Porque só vive assustado
Imagina no delegado
E por outra no patrão
D'água e sal come o feijão
Passa fome, coitadinho
Não cria nenhum pintinho
Mesmo não pode roubar
Porque o hoje o roubo está
Entre a gravata e o colarinho.
DEUS ME LIVRE DE CASAMENTO / VIDA BOA É DE SOLTEIRO
01
Eu sou muito namorado
Gosto muito de palestra
Pois é o melhor da festa
É o namoro arrochado
Com a menina de lado
Não caso nem por dinheiro
Só quero sentir o cheiro
Para não de dar tormento
Deus me livre de casamento
Vida boa é de solteiro.
02
Eu gosto de um amigo
Com violão afinado
E se eu fosse casado
Pra mim era um castigo
E por isso é que eu digo
Quero ser mesmo grosseiro
Ou por outro cachaceiro
Mais canga não agüento
Deus me livre de casamento
Vida boa é de solteiro.
SÓ SE SABE O QUE É PAI / QUANDO A GENTE É PAI TAMBÉM
Você só chama Marcelinho
Que ama com perfeição
E quer bem de coração
E tem a palavra carinho
Eu só Ihe chamo Fransquinho
Com certeza quero bem
Saíste aqui do Belém
Do pensamento não sai
Só se sabe o que é pai
Quando a gente é pai também.
MAIS VALE ANDAR SOZINHO / DO QUE MAL ACOMPANHADO
Não gosto de companheiro
Que bebe, joga e dança
Dele eu perco a esperança
Pode ser um pistoleiro
Mata os outros por dinheiro
Nele eu tenho cuidado
Pois só vive embriagado
Briga até com o vizinho
Mais vale andar sozinho
Do que mal acompanhado.
POR CAUSA DESTA MENINA / VIVO NESTE SOFRIMENTO
Quero bem uma donzela
É proibido dos pais
Dela tenho muito cartaz
Mais tenho amor a ela
E por causa dos pais dela
Eu vivo neste tormento
Mais tudo também enfrento
Veja o que a sorte destina
Por causa desta menina
Vivo neste sofrimento.
PAPA
Disse o papa aos pinitente
Peça ao pai o perdão
Peça boa proteção
Peça paz para o presente
Pra pedir o presidente
Que o pobre passa apertado
Pegando piza e pesada
Passando pedra e penedo
Pedindo paz ao papa Pedro
Pra pagar o aposentado.
DO PENSAMENTO NÃO SAI / E NUNCA TIRO DA LEMBRANÇA
Pai e mãe sofrem muito
Precisam ganhar o pão
Dar o filho à criação
De todos os filhos juntos
E por falar nesse assunto
Uma filha boa é minha esperança
Lembra o tempo que era criança
E sempre quer bem o pai
Do pensamento não sai
E nunca tiro da lembrança.
E DEIXO DE SER O QUE SOU / QUANDO O BARCO DA VIDA NAUFRAGAR
Minha vida é um barco bem seguro
Que navega desde o tempo de criança
É por Deus que eu tenho esta esperança
Porque penso sempre em meu futuro
Em uma casa petrificada com um muro
Que não pode nunca se esmagar
Nem o sol nem o vento pode carregar
E o tempo que tenho já passou
E deixo de ser o que sou
Quando o barco da vida naufragar.
TANTO AMOR QUE EU TIVE A ELA E ME DEIXOU NA SOLIDÃO
Oh! Mulher falsa e malvada
Me deixou em abandono
Vou dormir não tenho sono
Porque foste minha amada
E foi por mim estimada
Pois amei de coração
Beijei e apertei a mão
Pois achava muito bela
Tanto amor que eu tive a ela
E me deixou na solidão.
SE CONSELHO FOSSE BOM / NINGUÉM DAVA, VENDIA
Não preciso de conselho
Quero viver na palestra
Pois o conselho não presta
Que estou vendo o espelho
Eu quero é um aparelho
Pra eu brincar em folia
Fazer festa todo dia
Pois pra isso eu tenho um dom
Se conselho fosse bom
Ninguém não dava, vendia.
SE AMAR FOSSE PECADO / EU ERA UM GRANDE PECADOR
O amor nasce do bem
Que vive no coração
Que procura a união
No coração de alguém
Quem ama ciúme tem
Quando tem um grande amor
No coração deixa a dor
Vive sempre delirado
Se amar fosse pecado
Eu era um grande pecador.
EU ESQUECI DE ESQUECER QUEM ME ESQUECEU /
SÓ TENTANDO ESQUECER QUEM NÃO ME ESQUECE
01
Eu pensei que o amor não fosse nada
O amor mata e maltrata meu coração
Me deixou nesta negra ingratidão
Fico triste pensando em minha namorada
Acordo cedo lá pela alta madrugada
Sei que meu amor maltratar já não merece
Maltrata meu coração fica triste e adoece
Pelo amor que tenho chora ela e choro eu
Eu esqueci de esquecer quem me esqueceu
Só tentando esquecer quem não me esquece.
02
Pelejei pra me esquecer de uma amizade
Que eu arrumei outra pra mim tão facilmente
Mais bonita e carinhosa eu tenho na minha mente
Eu pensei que pra mim tudo era felicidade
Este amor que arrumei não era de verdade
Cada dia meu coração mais adoece
Rogo a Deus e aos santos faço uma prece
Que pra mim só quero 0 que é meu
Eu esqueci de esquecer quem me esqueceu
Só tentando esquecer quem não me esquece.
AH! SE O PASSADO VOLTASSE / MAIS TODO PASSADO NÃO
Nas noites enluaradas
Nós saímos em serenata
A lua da cor de prata
Na casa da namorada
Se cantava uma toada
Afinava o violão
Entoava uma canção
Se esta garota me amasse
Ah! Se o passado voltasse
Mais todo passado não.
BROQUEI, QUEIMEI MAIS NÃO PLANTEI /
SÓ A FALTA DE CHUVA NO SERTÃO
No sertão mês de outubro é pra brocar
Em novembro já é pra tá queimado
Em dezembro é pra tá cercado
Em janeiro já é pra se plantar
E no seco pode e covar
Se ouvir o retombo do trovão
E a chuva também cair no chão
Com a chuva eu sempre me animei
Broquei, queimei mais não plantei
Só a falta de chuva no sertão.
NÃO FORAM OS ANOS QUE PINTARAM MEUS CABELOS /
FORAM AS MULHERES COM O PINCEL DA INGRATIDÃO
De mulheres eu fui muito querido
Gozei muito a minha mocidade
De mulheres ganhei muita amizade
Ganhei uma e foi um bom marido
E hoje eu sou mal correspondido
Sempre amei de todo coração
Todas elas eu tinha união
E hoje tão me dando é atropelos
Não foram os anos que pintaram meus cabelos
Foram as mulheres com o pincel da ingratidão.
PENSE BEM COMO FOI A ESCRAVIDÃO
Filme triste foi aquele do passado
O sofrimento do pobre do escravo
Os patrões tão ruim, muito bravo
O negro apanhava era amarrado
Os brancos estavam muito errado
O rico nunca teve coração
Às vezes matava o negro na prisão
O almoço, a janta era fora de hora
Peia no lombo ou era palmatória
Pense bem como foi a escravidão.

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