sexta-feira, 1 de junho de 2007

Outras Poesias II - Antonio Pedro


VERDADEIRO JUIZ UNIVERSAL
01
Natal, Natal, Natal
Em Belém nasceu nosso bom Jesus
Se encarnou foi para nos salvar
Os reis magos vieram visitar
Quando Maria Santíssima deu a luz
Alvinho, bonitos olhos azuis
Filho predileto de um casal
Seu nascimento foi sensacional
Seu olhar meigo e tão profundo
Rei dos reis, Pai dos pais, Senhor do mundo
Verdadeiro juiz universal
02
Todos esperavam a vinda do Messias
Quando a estrela brilhou no oriente
Os magos lhe ofereceram presente
Que todos esperavam este dia
Pois marcavam em todas as profecias
Que tinha de nascer de um casal
Sem mancha do pecado original
Era ele o Rei primeiro sem segundo
Rei dos reis, Pai dos pais, Senhor do mundo
Verdadeiro juiz universal.
03
Hoje é Natal nos lembramos os pastores
É a vinda do anjo anunciando a boa fé
È Aleluia e o amor de Maria e José
Naquela gruta que havia muitas flores
A estrela que brilhava multicores
Aquele lugar desaparecia o mal
Era Deus mostrando a este bom casal
Também era o Rei primeiro sem segundo
Rei dos reis, Pai dos pais, Senhor do mundo
Verdadeiro juiz universal.
04
Jesus nasceu lá em Belém
Na cidade não tinha uma estalagem
São José não encontrando hospedagem
E numa manjedoura muito além
Lá nasceu o bom Jesus, o nosso bem
De Maria e José este casal
Os pastores fizeram um festival
Que era ele o primeiro sem segundo
Rei dos reis, Pai dos pais, Senhor do mundo
Verdadeiro juiz universal.
05
Quando a estrela brilhou no horizonte
Os reis magos estavam preparados
Todos eles estavam lado a lado
Viajaram deixando o ocidente
O rei Herodes ficou impertinente
Querendo saber só para fazer o mal
A cerca do menino bem normal
Jesus era primeiro sem segundo
Rei dos reis, Pai dos pais, Senhor do mundo
Verdadeiro juiz universal
06
Era Jesus, era Deus o nosso criador
Que nasceu naquela manjedoura
De Maria aquela mãe tão sofredora
Bom Jesus que é nosso salvador
São José aliviou sua dor
O bom Jesus que nos defende do mal
Aleluia, aleluia, aqui neste Natal
Pois Jesus é o primeiro sem segundo
Rei dos reis, Pai dos pais, Senhor do mundo
Verdadeiro juiz universal.
Belém, 21/12/99
AMOR DE MÃE
01
Agora vou escrever
O valor que uma mãe tem
Zela o filho e quer bem
E não quer vê-lo sofrer
O filho dando prazer
Ser mamãe não é ruim
É a flor de um jasmim
O filho dá assistência
E trata com paciência
Pois que quer mãe faz assim.
02
O filho é pra zelar
Sua mãe constantemente
Sentir o que ela sente
Sendo esposa exemplar
Mãe é a dona de um lar
É a flor de um jardim
Como taça de marfim
O filho vive ao seu lado
Zela com muito cuidado
Pois quem quer mãe faz assim.
03
O filho sendo casado
E quer bem a sua esposa
Mas a mãe é outra coisa
O bem querer é separado
Nunca deve ser mudado
E nem andar com moitim
É uma fita de cetim
Mesmo Ihe dando trabalho
Dar o melhor agasalho
Pois quem quer mãe faz assim.
04
Mãe é o amor da vida
Veja a mãe de Jesus
Desde quando deu a luz
Foi por ele protegida
E nunca é esquecida
Que amor de mãe não tem fim
É a lâmpada de Aladim
E dela fica pertinho
Trata dela com carinho
Pois quem quer mãe faz assim
05
Nossa mãe é a Igreja
Que Deus deixou de presente
Os filhos vivem contentes
Com sua mãe benfazeja
Pede a Deus que Ihe proteja
Como a viúva de Naim
Zela como um rubim
Não a deixa em abandono
Passando noite de sono
Pois quem quer mãe faz assim.
HOMENAGEM AOS PAIS
Falando sobre pais
Que estima o filho e quer bem
O mesmo amor o filho tem
Que seu amor é demais
O filho tendo cartaz
Mesmo o filho casado
Do pai é bem estimado
Ensina o filho a rezar
Que o pai não quer deixar
Um só filho abandonado
Se você vê o Pai Nosso
Que rezamos todo dia
É o pai que nos envia
Com o merecimento nosso
Ir contra meu pai não posso
Que eu fico envergonhado
Quero papai ao meu lado
Papai é dono do lar
Que o pai não quer deixar
Um só filho abandonado
Todos viram o que passou
Com o filho pródigo também
Seu pai Ihe queria bem
E contra o pai pecou
E seu pai lhe perdoou
Matou um novilho cevado
Houve festa no reinado
Mandou música tocar
Que o pai não quer deixar
Um só filho abandonado
Pai foi tu que tinha esperança
De ver teu filho adulto
E via o retrato oculto
De quando era criança
Com muita perseverança
Pois criou com muito cuidado
O amor de pai é sagrado
Com seu filho a dialogar
Que o pai não quer deixar
Um só filho abandonado.
Pobre pai que enfrentou
Muitas horas de trabalho
E deu o melhor agasalho
Ao filhinho que criou
A natureza adotou
Um filho considerado
Que do pai é respeitado
Pois sendo um pai exemplar
Que o pai não quer deixar
Um só filho abandonado
O velho pai agradecido
Pelo que fizeste a mim
Vós merecem um rubim
Meu velho pai querido
De te não sou esquecido
A quantos anos passado
Que eu vivi ao teu lado
Eu tenho que me lembrar
Que um pai não quer deixar
Um só filho abandonado.
LAMENTO A NECESSIDADE DO MENOR ABANDONADO
01
Se você ver uma criança
Pelas ruas mendigando
Pedindo pão e chorando
Com o rosto triste dá pena
Seus pais não ver esta cena
Pois estão muito ocupado
A fome os tem desanimado
Vivem sem felicidade
Lamento a necessidade
Do menor abandonado
02
Tenho dó de uma criança
Quase sem leite e sem pão
Sabendo que é nosso irmão
Todo cheio de esperança
Parece uma vingança
Pra este pobre desprezado
A fome tem devorado
Do alimento tem vontade
Lamento a necessidade
Do menor abandonado
03
Uma criança sem pai
Criada no meio do mundo
Fica como um vagabundo
E pelas mas ele sai
Depois no abismo cai
A mãe não tem cuidado
O filho fica revoltado
Com a mãe não tem amizade
Lamento a necessidade
Do menor abandonado
04
O pobre deste menino
Sem pai, sem mãe, sem irmão
Não tem quem lhe dê a mão
Pelo mundo sem destino
Mesmo sendo masculino
Não ver a mãe ao seu lado
Pedindo envergonhado
Pelas ruas da cidade
Lamento a necessidade
Do menor abandonado.
05
O pobre deste cristão
Nem pai, nem mãe não se importa
Ele sai de porta em porta
A fim de arranjar o pão
Leva murro e bofetão
Fica de ouvido inchado
Sujo e esmolambado
A roupa não tem a metade
Lamento a necessidade
Do menor abandonado.
05
Sempre lamento a vida
De um menor sem estudo
Andando sem um escudo
Da casa está perdida
E pra arranjar comida
Precisa esta roubando
Vai prezo se lamentando
Nunca ele fala a verdade
Lamento a necessidade
Do menor abandonado.
06
Se ver criança na rna
De fome tão abatido
De mulher que deixa o marido
E na vida continua
A criança seminua
De lágrimas toda banhada
O pai tem Ihe desprezado
Eu acho ser um covarde
Lamento a necessidade
Do menor abandonado.
07
Eis aí minha história
Lamento de uma criança
Fica em minha lembrança
Guardo em minha memória
Nunca pode ter a glória
Um pobre desamparado
Acho ser um malvado
Um pai sem dignidade
Lamento a necessidade
Do menor abandonado.
HINO A IGREJA MATRIZ
São Francisco de Assis hoje canta
A palavra santa de amor a Jesus
Valdery com sua santa Igreja
Que deseja o amor, a paz e a luz.
E ainda seus paroquianos
Há dois anos esperam ao senhor
Os trabalhos já realizados
Estimado é o nosso pastor. (bis)
Luiz Silva que foi o engenheiro
O primeiro de nossa cidade.
Com os trabalhos que foram constantes
Foi vibrante e falou a verdade
Entregando esta obra prima
De estima que vejo ao meu lado
Aprendendo, pois é nordestino.
Com os hinos e o seu teclado. (bis)
A catequese hoje está feliz
E a matriz enfeitada de flor
E unidos assim como irmãos
De coração louvando ao Senhor
Mostrando um trabalho perfeito
Que ajudou o povo companheiro
Com o dizimo para a histórica reforma
Uma norma de um povo guerreiro.
As irmãzinhas que enfeitam os altares
De seus lares visitam a matriz
Ofertando um buquê de flores
Em favores a Francisco de Assis
E agora estão bem satisfeitas
Pois enfeitam o altar do Senhor
Todas elas louvando a Maria
Neste dia de paz e de amor.
FESTA DE SÃO FRANCISCO - 1997
A família vai viver melhor Jesus Cristo no novo milênio
1° dia: Jesus mostra o bom caminho
viver bem com a família
Foi Deus que me deu proteção
Pra criar os meus filhinhos
Com amor e com carinho
Antônio França e João
Tudo de bom coração
Maria Amélia e Emilia
Depois criei Cecília
Esta com muito carinho
Jesus mostra o bom caminho
Viver bem com a família
2° dia: A família vive bem
com Jesus sempre ao seu lado.
Com Jesus eu sou feliz
Tenho um bom coração
Deus me dá boa proteção
Falou o reto juiz
Mesmo minha sorte quis
Que eu fosse considerado
Sou um cristão balizado
E moro lá no Belém
A família vive bem
Com Jesus sempre ao seu lado
3° dia: Vamos viver com Jesus
novo milênio vem chegando.
A voz do povo dizia
Que os dois mil não completava
Nossa senhora chegava
A Jesus ela pedia
Eu sou a virgem Maria
Estou pedindo e rogando
A Jesus estou implorando
Peço paz, amor e luz
Vamos viver com Jesus
Novo milênio vem chegando.
4° dia: Jesus Cristo a sua vida
toda foi de sofrimento.
Jesus nasceu na pobreza
De Maria e são José
Patrono da boa fé
Jesus não quis riqueza
Jesus não tinha grandeza
Martírio foi mais de um cento
Que fez o rico avarento
A salvação que foi pedida
Jesus Cristo a sua vida
Toda foi de sofrimento.
FESTA DE SÃO JOSÉ - 1998
MARIA MODELO DE ESPERANÇA NA SOCIEDADE
01
São José pai adotivo
De Jesus o salvador
Consagramos com amor
Seu exemplo construtivo
É este o grande motivo
De fazermos a aliança
Todos com perseverança
Três dias que se festeja
É nossa mãe que deseja
Maria, modelo da esperança.
02
Maria mãe das dores
Lá da gruta de Belém
Deus é luz no sumo bem
Naquele campo de flores
Com José e os pastores
Num clima de amizade
Cheios de felicidade
Jesus ali com José
Um anjo da boa fé
E a mãe da humanidade.
03
A mãe do verbo encarnado
São José o padroeiro
O filho do carpinteiro
Formaram um lar sagrado
Por nós sendo admirado
Eles não tinham grandeza
Amou Lázaro, o mendigo
Pois este era seu amigo
Jesus amou a pobreza
04
Maria mãe educadora
Com o seu filho Jesus
Mãe do céu tu es a luz
E a nossa protetora
Ó mãe auxiliadora
Defende do mal vizinho
Mãe dá-nos o seu carinho
E nos afasta do mal
Proteja o bom casal
Mãe guardai ao bom caminho.
05
Maria mãe da Igreja
Padroeira do Brasil
Tens um coração gentil
E aos seus filhos deseja
Que unidos todos sejam
Em busca da libertação
Dando-lhes a proteção
Fortaleza e alegria
Para que todos um dia
Tenham santa educação.
06
Todos estão com alegria
São José falando forte
Patrono da boa morte
Com Jesus e com Maria
São José que é o guia
Ama a Deus e a verdade
Mostrando a comunidade
A importância da festa
E os três dias de palestra
A todos deixa saudade.
PARABÉNS PARA VOCÊ
Hoje brindamos o dia
De muita filosofia
Jubilado de alegria
A todos que estão aqui
Eu acho tão necessário
Homenagear nosso vigário
Neste seu aniversário
Nosso padre Valdery.
2
Foi vindo do Soberano
Que ele ganhou mais um ano
E de seus paroquiano
Boa vinda de Jesus
Pedindo ao Deus de bondade
Fazendo boa amizade
Aqui em nossa cidade
De São Francisco de Cruz.
3
Este aniversariante
Que ganhou mais um brilhante
Dos corações bem amante
Hoje se acha feliz
Pedindo a Deus que proteja
Os corações que almeja
Os membros desta Igreja
De São Francisco de Assis.
4
Os teus anos estão passado
Eu vi no livro sagrado
És por todos estimado
De Deus recebe o perdão
Que marca no calendário
Este seu aniversário
É mais um missionário
Cumprindo a sua missão.
5
Passa-se o mês de novembro
Já vai chegando dezembro
É o mês que eu me lembro
Que todos tem alegria
Haverá música e orquestra
Formando boa palestra
Comemorando esta festa
Todos louvando este dia.
6
Já estou terminando
Ao bom Jesus implorando
Esta data até quando
Nos recorda o seu passado
Quem espera sempre alcança
Com amor e esperança
Todos fazendo aliança
A você muito obrigado
HISTÓRIA DE AMOR E MORTE
01
Vou contar uma história
De Mariquinha e João Bento
Como foi sua amizade
Também o seu casamento
E todos dois caducando
Mais como estavam se amando
Satisfez o seu intento.
02
Me contaram esta história
E eu agora estou contando
E foi com toda certeza
Que estavam namorando
João Bento e Mariquinha
Na porta da camarinha
Eles estavam se beijando.
03
Não eram muito velho não
Ele só tinha noventa
Mariquinha era linda
E já contava os oitenta
Eram cheio de novela
Ele um ranço na guela
Ela um fungado na venta.
04
Todos dois eram viúvos
E começaram se amando
Os netos sempre diziam
Vovó está caducando
Deixe de ser besta enxerido
Der a mão no pé do ouvido
Eu estou é namorando.
05
E um dia se afobaram
Não teve outro jeito a dar
Arrumaram um animal
E botaram o caçuá
Mariquinha e João Bento
Na carga de um jumento
E levaram pra se casar.
06
Despega ai no altar
Falou o padre zangado
Pra que esses velhos casando
Que não vale mais um caldo
O velho disse não é você
Que sente este prazer
De está apaixonado
07
Mais celebrou o casamento
Ele disse muito agradecido
A velha também falou
Tu agora é meu marido
E chamado de benzinho
E já fazendo carinho
Isso é bebê sabido.
08
Ai botaram nos caçuá
Cada um de um lado
Vinham soltando foguete
Cada um mais animado
Mais não tiveram vitória
Porque no fim da história
Você ver o resultado.
09
Lá pelo meio do caminho
Ouviram o noivo chorar
Cadê a minha noiva
Tá no outro caçuá
Eu já queria ver ela
Pegar na mãozinha dela
E depois quero beijar
10
Pois deixe chegar em casa
Disserem os convidado
Eu não espero mais não
Já estou meio vexado
E começou a se vexar
E no fundo do cacuá
Já se ouvia um chiado
11
Quando chegaram em casa
Entraram de casa a dentro
O povo todo gritando
Tira a carga do jumento
Tiraram a Mariquinha
Levaram lá pra cozinha
Mais esqueceram de João Bento.
12
Foi uma cachaçada danada
E começaram a gritar
Ai disseram cadê o noivo
Ainda está no caçuá
E o pobre do João Bento
Quando tiraram de dentro
Ele acabou de expirar.
13
Ai disseram dona Mariquinha
O seu velhinho faleceu
A velha correu de lá
Também topou num pneu
Caiu por cima do João Bento
E foi aquele tormento
Com meia hora morreu.
14
Então foi uma sentinela
No dia do casamento
A culpada foi Mariquinha
Outro dizia foi João Bento
Outro disse foi castigo
Porque desmanchou o figo
Foi no xoto do jumento.
15
De certo que não convém
Dois velhos assim se casando
O começo foi animado
Beberam cachaça gritando
E pra terminar a novela
O fim foi uma sentinela
Findaram a festa chorando.
16
Aconselho filhos e netos
Os seus avós não aceite
Se falar em casamento
Dê logo um café com leite
Dê água se tiver sede
Varra o pé da parede
Faça uma cama e se deite.
OS 14 ESPIRITOS DA CACHAÇ A
01.
Agora vou escrever
E falar sobre a cachaça
É um líquido mais miserável
Que ficou pra toda raça
Pois ela tem 14 espírito
É quem faz toda desgraça.
02.
Pois me disse um cientista
Ela é o terror deste mundo
O primeiro espírito dela
É logo de um vagabundo
Faz do direito ficar torto
É primeiro sem segundo.
03
Tem o espírito do porco
Não faz conta de dinheiro
Onde tem um lugar sujo
Ele fica no atoleiro
Quanto mais bebe mais gosta
É de ficar no meleiro.
04
Tem o espírito do bode
Começa beber e falar
Tomando mais umas quatro
Se dana pra budejar
e tomando mais outra dose
já não pode mais falar.
05.
Tem o espírito do leão
Que fica logo valente
As vezes é uma pessoa boa
Mais por causa da aguardente
Fica logo furioso
Brigando até com os dentes.
06.
Tem o espírito do cachorro
E só beber fica estranhando
As vezes é tão amigo
E o outro se descuidando
Morde o amigo em seu corpo
Ainda fica acuando.
07.
Tem o espírito do macaco
E só bebendo e pulando
Cutucando com o dedo
Subindo e assobiando
E enchendo o copo de cana
Metendo o dedo e cheirando.
08.
Tem o espírito do carneiro
Este é duro na parada
Quebra os móveis de casa
Berra e faz zuada
Ele só tem uma melhora
Quando leva uma lapada.
09.
Tem o espírito do touro
Fica logo é pabulando
Quando toma uma birita
Ninguém pode ir encontrando
É que da boca sai um bafo
E fica logo bufando.
10.
Tem o espírito de cobra
Ele a ninguém tem carinho
Tem uma cachaça danada
Briga até com o vizinho
E não podendo mordê-lo
Vai esperar no caminho.
11.
Tem o espírito do tigre
Este espírito é muito mal
Esconde atrás de uma porta
E mata até seu rival
Também o seu próprio pai
Se duvidar entra no pau.
12.
Tem o espírito do gato
Não confie neste sujeito
Quando toma uma cachaça
Fica faltando o respeito
Dar unhada esconde a unha
Ainda diz que é direito.
13.
Tem o espírito de criança
Na vida não tem prazer
Quando bebe da malvada
Só é falando em morrer
Às vezes bebendo chora
Nunca pára de beber.
14.
Tem o espírito bom
Da cana só quer o cheiro
A cachaça é muito branda
Alisando o companheiro
A cachaça não Ihe pega
E manso como um cordeıro.
COMO ERA O LOBISOMEM
01
Eu lanço a mão sobre a pena
Uma história vou contar
Pois é uma coisa antiga
Que agora vou alertar
É um tal de lobisomem
Que nunca mais vi falar.
02
Os antigos já diziam
Cuidado no lobisomem
Não vá nesta estrada
Se tem o bicho te come
E se tu encontrar ele
Você precisa ser homem.
03
O bicho é muito valente
Tem força igual a sanção
Toma cacete e faca
Tu fica só com a mão
Ligeiro como um macaco
Pois este bicho é o cão
04
Anteontem encontrei
Lá na beira do riacho
O bicho tinha tanta força
Eu briguei que quase racho
Tem a lobisomem fêmea
E tem o lobisomem macho
05
Eu fui dar uma caçada
Lá naquela capoeira
Peguei no cabo do lobisomem
Foi aquela bagaceira
Pois o bicho me mijou
Só fedia a cabaceira.
06
Isso é mesmo verdade
Não minto nem por dinheiro
Se existia lobisomem
Eu só tinha o roteiro
Está com mais de vinte anos
Que mataram o derradeiro.
07
Os antigos eles diziam
Dos que eram amasiados
Estes eu sei que vira bicho
Que eles não são casados
E tinham esta história
Mais eles estavam enganados
08
Se fosse assim deste jeito
Agora era uma trovoada
E as mulheres e os homens
Tem porções sem ser casada
Agora era tanto bicho
Que eles davam barroada.
09
Se isso fosse verdade
Que este povo vive contando
Era tanto lobisomem
Viviam se encontrando
E depois pelas lubisomas
Os bichos tavam brigando.
10
Eu nunca vi contar isso
Em nosso livro sagrado
Não pode isso acontecer
Se o cristão é batizado
E quem faz as orações
Pra não cair em pecado
11
Falavam em lobisomem
Que corria de quatro pés
Outros diziam é uma bruxa
Que é junta com o Zé
A bicha quase me pega
Quando eu vinha do Imbé
12
E diz é de quinta pra sexta
Que eles vivem correndo
Corre junto com o outro
Eu vi um besta dizendo
Eu afirmo que é mentira
É besta quem tá correndo
13
Eu creio que é mentira
Porque eu nunca vi nada
Um sujeito me faz medo
Na beira de uma estrada
Pensando que eu me assombrava
Eu dei foi umas lapadas.
14
Portanto o lobisomem
É piada de vocês
Um assombrou-se com um porco
E correu mais de um mês
Começou a correr sozinho
E no fim já ia três.
15
Este sujeito assombrado
Sendo um cabra nojento
Que ia para um passeio
Lá na casa do João Bento
Ai correu assombrado
Eu fui ver era um jumento.
FALANDO SOBRE OS VICIOS INVETERADOS
01
Escrevo pra te contar
Do ébrio ou cachaceiro
Basta sentir o cheiro
Começa logo a tomar
Chega em casa quer brigar
A mulher fica com queixa
Mas nele não quer que mexa
Ela dá logo o inicio
Todo mundo deixa o vicio
O cachaceiro não deixa.
02
O jogador viciado
Só vive na jogatina
E diz que é sua sina
Fica no jogo sentado
Embora esteja quebrado
Os outros estão ganhando
Ele fica só olhando
Porque não tem um cruzeiro
Arruma com o companheiro
Quer saber se está jogando.
03
E falando sobre o ladrão
Só vive de roubalheira
Rouba na praça e na feira
Rouba em pé de balcão
Do bolso do cidadão
O ladrão rouba de jeito
Rouba até do prefeito
Compra o patrão sem dinheiro
Engana o bodegueiro
O ladrão é deste jeito.
04
Falando do assassino
Mata os outros por dinheiro
E o mesmo pistoleiro
E pra cumprir seu destino
Chama-se ladrão ladino
Roubando da vida alheia
Só vive de cara feia
Que só anda as escondida
E outro Ihe tira a vida
Ou termina na cadeia.
05
Vou falar da meretriz
Bonita como um brilhante
Nunca Ihe falta um amante
Quando nova é muito feliz
Fica velha o homem diz
Você não vale mais nada
E vive triste coitada
E só pensando na vida
Enquanto nova foi querida
Hoje triste abandonada.
06
Falando do trovador
Entre rios ou cascatas
Naquelas frondosas mata
Sentindo o cheiro da flor
Cantando trovas de amor
Que tem em seu coração
Empunha o seu violão
Desfralda a mágoa do peito
Depois fica satisfeito
No canto de uma canção.
Belém, 09/09/99
VIDA DE POBRE É ASSIM
01
Casa de pobre é uma ramada
De folha e ponta de palha
Que parece uma cangalha
Destas mal aparelhada
A colmeeira é quebrada
As paredes é só cupim
O chão é só mucuim
É uma poeira só
Bicho dá no mocotó
Casa de pobre é assim.
02
Todo pobre tem patrão
Faz a casinha ligeiro
Bota pau de marmeleiro
E a mulher faz carvão
Pra cozinhar o feijão
É d'água e sal em toicim
E é bem escoteirim
E os meninos comem tudo
Chega ficam pançudo
Filho de pobre é assim.
03
A panela que arrumou
É uma banda de pote
Que por causa de um caçote
Uma vizinha quebrou
E ela pobre aproveitou
Tava no meio do capim
Embora seja ruim
A outra tá arriando
Esta agora vem chegando
Mulher de pobre é assim.
04
Pobre casa é bem feia
As forquias é de pinhão
A cozinha é de melão
E a mulher é satisfeita
Diz a casa tá direita
Tem alí uns buraquim
A gente tapa com um pauzim
O meu marido chegando
A gente vai endireitando
Vida de pobre é assim
05
O pobre tem tanto filho
Que só cabatão mago
Um se chama Tiago
O outro nome é Pompilho
O outro chama-se Emilio
E tem um que é Sarafim
O outro o nome é Martim
Tem um que o nome é Zé
O outro nome é mané
Filho de pobre é assim.
06
Casa de pobre é no mato
A privada é um barreiro
Pra não encostar no fogareiro
Onde eles faz o jato
Pobre não cria um pato
Nem também um bacurim
Mora longe do vizim
Que é pra não ter entriga
Quer saber é da barriga
Vida de pobre é assim
07
Vai na casa do patrão
Pois só trabalha alugado
Todo dia é no roçado
Traz um litro de feijão
Vai um dia mais o João
O outro mais o Joaquim
E também leva o chiquim
Chega em casa não tem nada
E sai de madrugada
Vida de pobre é assim.
08
Poço de pobre é um buraco
A muie busca água o por do sol:
Com uma saia a tiracol
Porque não tem um casaco
Os filhos são uns macacos
Da grossura de um soim
O bucho bem redondim
Assim meio azulado
É um tal de bucho quebrado
Filho de pobre é assim.
08
É bonita a candeia
De lenha de sabiá
E um chapéu de abanar
Colocado numa teia
Feito um monte de areia
Arrudiado de cupim
Pra espantar o meruím
Dorme deitado no chão
O travesseiro é um pilão
Vida de pobre é assim
09
Sempre o pobre é conformado
A mulher todo ano é um filho
A cama é palha de milho
Que arramou no roçado
Lá num canto reservado
O travesseiro é de capim
Macio como cetim
O almoço é de feijão
A janta é camaleão
Vida de pobre é assim
10
O pobre é desacreditado
Planta e espera ano e meio
Nisto mesmo eu não creio
Trabalho mesmo alugado
Eu vou lá plantar no roçado
Só tem moita de aristim
Toda cheia de espim
Faço cabeça de galo
Caboclo não tem regalo
Vida de pobre é assim.
11
Pobre vive em sofrimento
Não tem hora pra almoçar
E também pra jantar
Sua vida é um tormento
E mesmo falta alimento
E nunca acha ruim
De mandioca faz coim
Quem é pobre como tudo
Embora fique pançudo
Vida de pobre é assim.
12
Pobre é como cururu
Pois mora mesmo é no mato
Come raposa e come gato
Come batata de embú
Come rama de chuchu
Come batata de capim
Come mel de chupim
E come goma de mucunã
Come ovo de coã
Vida de pobre é assim.
13
O remédio dele é do mato
É leite de janaguba
A casca da catanduba
O azeite de carrapato
Fraqueza é ovo de pato
Catarro é mel de cupim
Quebrado é leite de jasmim
Arrebentado é casca de jucá
De urina é jatobá
Remédio de pobre é assim.
14
Pra estômago é barreleira
Pra azia é carvão
Lombriga é leite de mamão
E pra dormir é cideira
Banana é pra caganeira
Dor de ouvido é alecrim
Empasinado é chumbim
Tem o chá de agrião
Que é bom para o coração
Remédio de pobre é assim.
15
Pobre nunca viu dinheiro
Vive devendo o patrão
Compra um litro de feijão
Ainda come sem tempero
Faz um fogo no terreiro
E se senta num banquim
Mais o compadre Fransquim
Comendo gerimum assado
Conversando no passado
Vida de pobre é assim.
16
Filho de rico é tratado
De banha chega é pançudo
O do pobre é barrigudo
Diz logo é bucho quebrado
Fica logo acabrunhado
Lá num canto sozim
O bucho é do fuzim
E assim mesmo cantando
E o tempo vai passando
Vida de pobre é assim.
17
Pobre vive caçando
Peba, tatu e cotia
E quando chega de dia
O pobre tá cochilando
O cachorro é trambecando
Só porque é bem magrim
O latido é bem finim
Late com o fundo na parede
Só de passar fome e sede
Cachorro de pobre é assim.
18
O pobre não tem morada
A casa dele é um giral
A cama dele é de pau
A muié vive deitada
A camisa dele é rasgada
Que só tem o colerim
E ela não tem biquim
E lá na porta da frente
Assentada no batente
Mulher de pobre é assim
COMO ERA O PASSADO / COMO É O PRESENTE
01
Vou contar uma história
Do tempo da antiguidade
Dos rapazes daquele tempo
Das moças, da amizade
E dos pais de família
Quando casava uma filha
No tempo da bistidade
02
Um rapaz naquele tempo
Quando ficava barbado
Pedia licença ao pai
Pra poder ser barbeado
O pai ficava satisfeito
Aquilo era um respeito
Pra poder ser respeitado.
03
As moças daquele tempo
A roupa era de algodão
Com a saia bem comprida
Chega arrastava no chão
Só via-se a ponta do dedo
Eu acho que era com medo
Já de um tal gavião.
04
Naquele tempo as moças
Tinha um buraco na parede
E os rapaz mais sabido
Fingiam estar com sede
E era que se adiantava
Pelo buraco olhava
Tava enrolada na rede.
05
Ela via o rapaz
E o rapaz via ela
Via naquele buraco
Ou na passagem da cancela
No dia que ia casar
E o rapaz ia olhar
Às vezes estava amarela.
06
Naquele tempo o padre vinha
Em um burrico montado
Pra casa do pai da noiva
O festim tava animado
Celebrava o casamento
Não é coisa que eu invento
Pois só custava um cruzado.
07
Casava aquela moça
E sem ter nem um problema
O noivo longe da noiva
Pois tinha este sistema
Os noivo quando casava
Eles três dias dançavam
Um tal de passo da ema.
08
No outro tempo passado
As moças eram inocentes
Mais já hoje uma me disse
Tempo bom é o presente
Só presta namoro arrochado
Não vejo quem está do lado
Bebo até aguardente.
09
Chega o malandro na casa
Minha filha vamos embora
Ela diz mamãe vou ali
Está passando da hora
Sai eles dois se beijando
A fome não apertando
Passam a semana fora.
APESAR DE INOCENTE O PASSARINHO /
VIVE SEMPRE MELHOR DO QUE A GENTE
01
Como é lindo os pássaros nas Campinas
Voando no ar oh! Que beleza
Como é grande o autor da natureza
Os vastos e as águas cristalinas
A pastagem e as frutas de buninas
O alimento dos pássaros é a semente
Eles acham no campo facilmente
Alimentam os filhotes lá no ninho
Apesar de inocente o passarinho
Vive sempre melhor do que a gente.
02
Os passarinho, o prazer é de voar
Todos eles ao romper da alvorada
Os cânticos bonitos da passarada
Quem é que não gosta de escutar
Aquilo que o homem não pode imitar
Aqueles cânticos bonitos e estridente
Voa no ar e fica tão contente
Com os filhos eles tem muito carinho
Apesar de inocente o passarinho
Vive sempre melhor do que a gente.
03
Ver-se os pássaros voando nos baixios
No campo pousando sobre as matas
Das águas dos rios ou cascatas
Nos arvoredos bonitos e sombrios
No outono, no inverno ou estios
As mães passarinho tão delicadamente
Com os filhos não ficam imprudente
Elas acham que eles precisam de carinho
Apesar de inocente o passarinho
Vive sempre melhor do que a gente
04
Que bonito é o amanhecer do dia
Vem brilhando em todo arrebol
Os pássaros cantando ao sair do sol
Cortando o ar com muita alegria
Mês de maio consagrado a Maria
Com as flores todos ficam bem contente
Brilham no sol que imita uma lente
Em busca de alimento para os filhinhos
Apesar de inocente o passarinho
Vive sempre melhor do que a gente.
05
Como é bonito o cântico da rolinha
A saracura com seu cântico retinido
Canta o sabiá, o vem-vem e o cupido
Galo de campina, rouxinol e o golinha
Como é alegre quando chega à tardinha
Quando passa a forca do sol quente
Ai todos os pássaros cantam contente
Um com o outro todos são vizinhos
Apesar de inocente o passarinho
Vive sempre melhor do que a gente
06
O anum que é um pássaro preto e feio
Mais é bonito e sereno o seu voar
Senta-se no ramo com a cauda ao ar
O seu ninho, porém não tem asseio
Em ramo fechado ele aplica bem no meio
Sem se incomodar com o sol quente
Seu alimento também é outro vivente
De gravetos é feito o seu ninho
Apesar de inocente o passarinho
Vive sempre melhor do que a gente.
07
Se eu pudesse voar também voava
Eu ficava alegre e bem risonho
Diversas vezes eu já voei em sonho
Em rio cauteloso eu passava
Uns nadando e eu que me jogava
Naquela água que era muito quente
Mas voar também era em minha mente
Só voa quem tem pena e tem ninho
Apesar de inocente o passarinho
Vive sempre melhor do que a gente.
O QUE É O MACUMBEIRO
01
Agora vou escrever
Falar sobre o macumbeiro
Manchando o livro sagrado
Do nosso Deus verdadeiro
E pelo mundo curando
Mais é só mesmo enganando
A fim de ganhar dinheiro
02
Eu não creio em macumbeiro
Pois só vive embriagado
E não conheço nenhum
Que não seja amasiado
Tem uma tal seção
É iludindo o cristão
Não tem nada de sagrado
03
O macumbeiro é danado
Tem uma abertura de mesa
Bota imagem de santo
E quarenta vela acesa
Se enche de aguardente
Sai logo rangendo os dentes
Que fica de perna tesa.
04
Pois eu tenho plena certeza
Que não há espírito assim
Entrar dentro de cachaça
Então é muito ruim
Eu nunca que acredito
Em briga com outro espírito
Não é conversa pra mim.
05
E quem anda com moitim
E casado e tem paquera
Este eu sei que acredita
Em toda esta miséria
O tirador de espírito
Que tempo que está escrito
No livro da besta fera.
06
Tempo ruim não se espera
Pois quem tiver doente
Procure logo um médico
Que trata bem do cliente
Não é como o macumbeiro
É danado é por dinheiro
E só cura com aguardente.
07
Eu tenho na minha mente
Que espírito não se cura
Eu conheci uma velha
Que sofria de loucura
Mandou buscar um negão
Parecia com o cão
Só era cachaça pura.
08
E disse a mulher se cura
Está faltando é dinheiro
Precisa comprar vela
Compre a cachaça primeiro
Depois de tudo arrumado
Bebendo com um budejado
Parecia um pai de chiqueiro.
09
Eu digo ao companheiro
Vou lhe contar como é
O velho dono da velha
Nele depositou fé
Pagou logo com piado
O velho disse arre danado
É espírito de caburé.
10
Danou-se jogando o pé
O povo pedia socorro
Botou uma moca nas costas
Ela gritava eu morro
Uivava e dava grito
O velho disse o espírito
Agora é de cachorro.
11
O povo dizia eu corro
Mas as portas estavam fechadas
O negão virou um cão
Com uma bateria danada
Bebeu tanto o macumbeiro
No fim ganhou o dinheiro
E a cura não valeu nada.
12
Já era de madrugada
O macumbeiro ainda os grito
Com o bucho cheio de cana
Pulava que só cabrito
Pode ser que cure alguém
Mais eu não vou nesse trem
E nele nunca acredito
13
Deus expulsava espírito
Com os seus discípulo amado
Por meio de penitência
Ou um sonho revelado
Que o espírito imundo
Estando aqui neste mundo
Fosse por ele expulsado.
14
O nosso livro sagrado
Sua palavra é amor
E os discípulos curavam
Por Cristo nosso Senhor
O macumbeiro é com cachaça
Fazendo uma desgraça
Com um tal de telecor
15
O rei Nabucondonossor
De um sonho foi esquecido
Querendo saber do sonho
Falou um esses bandido
Se não fosse Daniel
Profeta muito fiel
Fez o sonho esclarecido.
16
E é no mesmo sentido
Que eles querem ser
Mais sem fazer penitência
Ai é que eu quero ver
Vivem tudo em mau vida
E esta corja bandida
Não faz nada pra valer.
17
E não tem nenhum pra crer
Em Jesus crucificado
Não acreditam também
Que foi morto e sepultado
Não crer na virgem Maria
Nem acredita que em três dias
Jesus foi ressuscitado.
18
O nosso livro sagrado
No coração se almeja
O macumbeiro não gosta
Só vive nessa peleja
E nunca quis confissão
Só quer saber de seção
Nunca foi na santa igreja.
19
Pois só faz o que deseja
Na seção chamando espírito
E tem um tal de médium
Só quer ser o gabarito
Isso tudo é tentação
Que persegue o cristão
Com os laços do maldito.
20
Se ler o que está escrito
No nosso livro sagrado
Não abria mais seção
Nem ficava embriagado
Este bando de ladrão
Com história de visão
Tudo é amasiado.
21
Precisa muito cuidado
Com esses mal feitor
Feiticeiro e papa cana
Com boneco e telecor
E iludindo o cristão
Vá embora seu ladrão
Me faça esse favor.
22.
E vou dizer ao senhor
Se tem essa tentação
Tome um conselho do padre
Faça uma confissão
Ouça os conselhos meus
Que é a palavra de Deus
E nunca queira seção.
23
Aconselho como irmão
Nunca seja desigual
Tome os meus conselhos
O mundo só tem o mal
Não seja interesseiro
Igual a macumbeiro
O descrente como animal.
24
Já findei pessoal
Ouça a minha história
Zele os meus interesse
E marque esta memória
Digo sempre o espírita
O homem que acredita
São doido e nunca tem glória
25
Sei que ganha vitória
A pessoa que nunca vai
Na casa de macumbeiro
Tirando o que não sai
O doido que acredita
São excomungado do pai.
Belém, 21/01/95
HOMEM PRAIANO
01
Agora vou escrever
Falar no homem praiano
Porque ele enfrenta a morte
Por dentro do oceano
E falar do sertanejo
Sua vida é fazer plano
02
O caboclo do sertão
Sua vida eu não desejo
Quando chega no inverno
É leite, coalhada e queijo
Nós praiano tem fartura
De siri e caranguejo.
03
Tem a cioba e cangulo
A cavala e o cirigado
O prego e o camurupim
Agulhão e o pescado
Temos uruanã
Melher que carne de gado.
04
No nordeste tem contraste
Entre a praia e o sertão
No litoral tem fartura
Não seca nunca o chão
O pobre do sertanejo
Tem um tempo e outros não.
05
Por isso é necessário
Que os nossos governante
Não fiquem ai no poder
Tornando 0 povo imigrante
Olhem mais para o nordeste
Esta gente cativante.

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