João Fabião de Sousa nasceu na localidade de Lagoa Salgada no dia 01 de Janeiro do ano de 1910. Filho de José Fabião Pereira e Ana Maria de Jesus. Sua família era constituída por cinco filhos: Joaquim, Maria, João, José e Luzia Quando criança gostava de observar as borboletas, pois amava a natureza. Teve sua infância e adolescência marcadas pelo trabalho com seu pai durante as longas viagens de Lagoa Salgada a Sobral conduzindo comboios onde se vendia farinha e de lá traziam rapadura e outros gêneros.
Nessas idas e vindas ele aprendia as ricas lições de seu pai que era um dos poucos professores da época. Enquanto suportava o calor do sol forte, o cansaço causado pelas longas caminhadas e os aborrecimentos constantes nos pedágios cobrados nas chamadas “cancelas”, ele era alfabetizado pelo pai e dele recebeu educação para a vida. Mesmo sem freqüentar os bancos escolares, o jovem cedo reproduziu aquilo que aprendeu com seu mestre quando também lecionou alfabetizando as crianças de sua localidade, na casa de seu pai e também assumindo turma do antigo Mobral na casa do Sr. Zé Nemésio.
João Fabião cresceu no seio de uma família humilde, porém muito religiosa. Participava assiduamente das missas dominicais e das primeiras sextas-feiras de cada mês, se deslocando de sua casa até Acaraú a pé conduzindo sua família e parentes. Saíam ainda de madrugada para atravessar o rio antes que ele enchesse e em decorrência disso, pernoitavam na chamada “Lagoa das Cunhã” aguardando a hora da missa. Participava também da Festa de Nossa Senhora da Conceição e posteriormente, de nosso padroeiro São Francisco.
Casou-se em 1934 com Maria Neide da Silveira e com ela constituiu família gerando 15 filhos, dos quais nove morreram ainda crianças. Permanecem vivos seis: Edmilson Fabião, Maria Aparecida, Genoveva, Maria Celestina, Geraldo Benone e Raimundo Nonato. Antes de seu casamento gerou seu filho mais velho de nome Geraldo.
Seu principal divertimento era participar das cantorias a convite de seu amigos cantadores, entre eles seu irmão, o poeta José Fabião Filho. Ele também escrevia versos e com o irmão, trocava experiências.
Apesar de não ter diplomas na mão, João Fabião assumiu importantes missões na sua comunidade. Exerceu a profissão de professor até meados de 1974. Atuou também como delegado e foi o primeiro recenseador do IBGE, ausentando-se do trabalho por problemas na visão que o impossibilitavam de participar dos treinamentos. Depois da longa caminhada na zona rural recenseando, ele voltava para a sede para assumir seu posto de delegado. Seu jeito paciente e calmo fazia com que fosse respeitado e soubesse resolver os conflitos com serenidade.
Numa de suas conversas com os filhos contou-lhes que ao receber o cargo de delegado em Acaraú, ele encontrou no chão da praça da Igreja, um crucifixo dourado que lhe chamou atenção. Ao recolhê-lo lembrou da passagem bíblica que diz: “Se queres vir a Mim, pega a tua Cruz e segue-me”.
Veio a falecer no ano de 1994, aos vinte e quatro de fevereiro, com 84 anos, pouco depois do falecimento de sua esposa. Deixou 7 filhos, 54 netos, 98 bisnetos e 17 trinetos.
Hoje, sua família e amigos se reúnem na presença de Deus para louvá-lo e agradecê-lo pelo privilégio de ter convivido com um grande exemplo de pai, esposo, avô, sogro, profissional e amigo e ao mesmo tempo para pedir que sigamos seus ensinamentos de vida.
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