sexta-feira, 1 de junho de 2007

RELATO HSTÓRICO - Messias de Freitas

LIVRO RESGATANDO MEMÓRIAS

IV - RELATO HISTÓRICO
Segundo os dados dos primeiros habitantes do Cajueirinho, como falou o casal de irmãos: Manoel Marques de Freitas e sua irmã Teodora Marques de Freitas, até as décadas de 30 e 40 do século vinte, tiveram muito que contar verbalmente sobre estórias do passado do Cajueirinho, especialmente Teodora, que era a mais comunicativa informante. Ela era a minha avó paterna, principal informante sobre a história que relato. Este casal de irmãos veio para o Cajueirinho em 1870, recém casados também com dois irmãos, seus primos: Francisco Lourenço de Freitas, o esposo de Teodora Marques de Freitas e Ana Marques de Freitas, a esposa de Manoel Marques de Freitas; (este último casal, eu não conheci, pois na minha época já eram falecidos). Francisco e Ana eram filhos do casal Frutuoso José de Freitas e Rita Maria de Jesus - o fundador do Cajueirinho. Eles eram respectivamente tios, pais e sogros daqueles dois casais.
Segundo as informações daquele casal de irmãos e seus filhos, especialmente de Teodora, a gente ficou sabendo como começou e como ali viveram seus primeiros habitantes.
Frutuoso José de Freitas e sua esposa Rita Maria de Jesus, filha de Alexandre José de Vasconcelos e de sua esposa de nome ignorado. O casal tinha dez filhos e residia no lugar Córrego Fechado, na margem esquerda perto da foz do rio Acaraú. Ali ele já criava muito gado e outros animais, certamente precisando de uma terra mais expansiva para ampliar a sua criação, talvez indagando, descobriu esta área desocupada para vender, pertencente ao Sr. Manoel Pinto Brandão que havia adquirido a mesma com o Governo Imperial; que sem dificuldade comprou aquela terra de três mil e seiscentos hectares por três contos de réis, em um só pagamento. Recebeu a escritura no Cartório de Imóveis de Sobral em março de 1869. Certamente aquela compra foi firmada em 1868, pois quando registraram a terra com o nome de Fazenda Cajueirinho, já havia o roçado que ao brocá-lo, foi encontrado o cajueirinho que deu nome ao lugar.
Nos contava nossa informante Teodora, que era a única sobrevivente que assistiu e participou de todos os sonhos e ideais de Frutuoso sobre o Cajueirinho, que para se viver aqui no meio da mata cheia de animais ferozes e cobras venenosas era de meter medo, como foi o caso dos três casais aqui nos primeiros anos de convivência; cada casa tinha que ter um fogo aceso durante a noite para afastar os animais ferozes. Para vir do Córrego Fechado até aqui os caminhos eram tortuosos: os transportes de Frutuoso, além de cavalos de sela, era um carro de boi. Com toda dificuldade ele vinha com ela aqui, saia no seu caminho de costume, entrava no Salgado Grande até o Córrego do Tope, saía para o Córrego do Medeiros vinha neste até o Lagamar, seguindo pelo Riacho da Prata e entrava no Córrego do Cajueirinho em cajueirinho.
Foi em janeiro de 1870, que se mudaram definitivamente para o Cajueirinho: os dois casais de irmãos (casados) e mais um casal de escravos que Frutuoso trouxera para ajudar aos outros nos serviços de agricultura e pecuária, pois os principiais ideais aqui, era plantar e criar gado. E quanto ao Senhor Frutuoso, principal dono e administrador, este sempre estava aqui junto ao grupo, mas os finais de semana ele passava em sua residência no Córrego Fechado.
Frutuoso José de Freitas proprietário da terra, registrou-a com o nome de Cajueirinho, devido ter sido encontrado ali um cajueirinho solitário, por coincidência, no centro daquela área de terra comprada. Portanto, decidiu construir a casa sede da fazenda ali mesmo, em frente aquele cajueiro.
4.1. INSTALAÇÃO DA FAZENDA CAJUEIRINHO
Aqueles três casais ao chegarem no Cajueirinho em janeiro de 1870, para se instalarem, construíram casas improvisadas cobertas de palha de carnaubeira para se abrigarem temporariamente. No ano anterior, o Senhor Frutuoso, proprietário e administrador, já havia mandado cavar um cacimbão no leito do córrego que era seco naquela época. No local só foi encontrada água franca e boa, aos vinte metros, ou seja, noventa palmos de profundidade; (uma indagação sem resposta na época) Onde bebiam aqueles animais selvagens? A onça, os porcos do mato que são animais que não passam sem água, e muitos outros? Já havia o riacho da Prata que na época de chuvas corria água, mas coisa temporária; nos intervalos de secas, ficando sempre aquela interrogação que perdurou até o ano de 1880, quando Manoel Monteiro descobriu a Lagoa dos Monteiros.
No meado do ano de 1870, Frutuoso José de Freitas iniciou as construções das casas permanentes dos moradores que ficariam definitivamente residindo em Cajueirinho (a nova fazenda). Construiu três casas de morada, casas de taipa com madeira especial, forquilhas de aroeira, linhas e caibros de carnaúba, ripas de pau pereira, tudo tirado daquela terra, que tinha em abundância. As telhas, ele trouxe da Lagoa dos Espinhos em Carrapateiras na terra do seu cunhado Francisco Marques da Rocha e esposo de sua irmã Rosa Maria da Conceição (pais de sua nora Teodora e do genro Manoel). Uma das casas que construiu, em frente ao referido cajueiro do lado norte do Córrego, ele entregou ao seu filho Francisco Lourenço de Freitas, esposo de Teodora, a outra ele construiu ao lado sul do Córrego e a entregou ao seu genro Manoel Marques de Freitas, esposo de sua filha Ana, a terceira ele construiu duzentos metros ao Norte da primeira, que a entregou ao seu querido escravo Pedro Marques da Cunha e Jacinta Maria da Conceição.
Depois daquelas casas prontas e seus proprietários nelas instalados, aprontaram também cercados apropriados para prender gado e em junho de 1871, Frutuoso instalou ali a sua nova fazenda com duzentas cabeças de gado de criar e outros animais, como, cavalos, éguas, ovelhas, cabras, etc. Tiveram que cavar mais um cacimbão e fazer mais currais, bebedouros, pois só um era pouco. Entregou tudo ao seu filho e ao seu genro que na nova fazenda plantavam e criavam, onde desenvolveram a agricultura e a pecuária junto ao casal de escravos, e também aos filhos dos três casais que iam nascendo e se tornando adultos.
O velho Frutuoso, depois de ter comprado a terra, fundado e instalado a fazenda e tê-la entregue ao filho e ao genro, pensava ter cumprido o seu dever e passou a morar em sua residência no Córrego Fechado, vindo aqui somente nos finais de semanas a passeio. Também orientava aqueles moradores dando-lhes algumas dicas. Há um provérbio que diz: “o olho do dono é quem engorda o boi”.
Quero salientar que naquela época do seu retorno ao Córrego Fechado, houve grande conturbação na sua vida: primeiro a doença e a morte da sua fiel esposa e companheira ocorrida em janeiro de 1876, mais uma razão para ele passar os finais de semanas no Cajueirinho; segundo, a seca de 1877 que para ele que estava com uma fazenda em grande desenvolvimento, aquilo foi um choque terrível, a luta para salvar aquele gado da fome e da sede.
4.2. RETROCESSO
Segundo a nossa informante Teodora Marques de Freitas, que acompanhou tudo de perto, logo nos primeiros anos de trabalho, ali correram as mil maravilhas; o progresso andava a passos largos, tudo progredia excepcionalmente bem. Grande era a prosperidade quando o imprevisto veio bater à porta: a grande seca de 1877 que perdurou por três anos consecutivos e, tendo como conseqüência o declínio preocupante. O gado morria de fome e de sede. Uma parte foi para as praias onde havia alguns refrigérios; também aproveitaram muitas reses das mais velhas, matando, secando a carne no sol e guardando dentro de malas feitas de couro de boi. Comiam a carne assada com tapioca feita de goma, de batatas, de mocunam (cipó típico da região). Essa história nos contava com tristeza a nossa saudosa avó Teodora.
D
Cacimbãoiante daquela calamidade, Frutuoso cuidou logo de arranjar serviço para seu povo, especialmente para seus escravos a quem tinha que sustentar com comida e roupa. Para se prevenir contra uma outra possível seca, idealizou e mandou cavar um tanque profundo dentro de sua propriedade, para que não viesse a faltar água outra vez, e o fez. Juntou seus escravos e cavou um tanque de alvenaria, com uma área de oito por cinqüenta metros, com vinte metros de profundidade; feito com uma rampa para facilitar a retirada do material de dentro daquela escavação, e também facilitar a descida do gado e outros animais para irem beber. O referido material foi retirado em cima de couro de gado, puxado por bois mansos e treinados, (o cujo foi usado em uma barragem em frente aquela escavação), única obra que se tem registro edificado por mão escrava em nossa região.
O Capitão Frutuoso José de Freitas, na época, era senhor de escravos, mas daqueles senhores que não tinha senzala: seus escravos não eram muitos, cada família morava em sua casa doada por ele, viviam como qualquer cidadão, apenas só trabalhavam para ele e comiam da casa dele. ”Esta eram as condições que ele impunha aos seus escravos”. Com a emancipação dos mesmos, somente aquele sistema obrigatório mudou, deu a liberdade a todos, que ficaram livres para viverem como quisessem. Podiam ficar trabalhando para ele e para quem quisesse recebendo os seus salários dali por diante. Aqueles que quisessem ficariam sendo seus moradores e legítimos donos das casas que ele doou e lhes daria também mato para fazerem o seu roçado. Consta que naquela época, Frutuoso foi o único senhor que amparou os seus escravos.
Quando voltou a chover normalmente, em 1880, a obra estava concluída, que encheu e permaneceu com água para jamais faltar e a agricultura também se restabeleceu, e assim tudo se normalizou e a vida continuou.
Aquele tanque construído naquela época, com a erosão provocada pelas águas correntes, no decorrer de um século, foi soterrado de maneira que ainda se sabia do local porque restavam sinais da barragem. Quando no ano de 1983, que também foi seco e estava difícil o ganha-pão para muitas pessoas sem arrimo, o Governador do Estado despachou para o povo o serviço de emergência chamado de “Bolsão da Seca”. Conseguiram cinqüenta vagas destinadas à restauração do velho tanque do Frutuoso, foi quando cinqüenta homens trabalharam durante quatro meses desentupindo o mesmo. Ainda chegaram a doze metros de profundidade, devido à impetuosidade da água que jorrava em conseqüência da existência do Açude da Prata que outrora não tinha. Assim não para chegar até o ponto final primitivo. Estando assim o serviço do tanque terminado, o povo passou a trabalhar até chover em 1984, na parede do Açude que estava também em restauração com uma outra turma.
O referido tanque é uma obra que foi construída em 1870 no século XIX, nos anos de 77 a 80, mas que a primeira geração nascida no Cajueirinho dizia que desconhecia esta obra que perdurou até a terceira geração nascida aqui. Da primeira, foram poucos os que viram a reconstrução da mesma em 1983 realizada pela segunda e a terceira geração. Agora depois de refeito aquele poço, é natural e possível que as águas que descem da cabeceira do córrego trazendo detritos, estes venham a soterrá-lo outra vez; não se sabe se algum daqueles que o reconstruíram, verá ele soterrado novamente.
QUANDO E COMO DESCOBERTO A LAGOA DOS MONTEIROS COM REFERÊNCIAS A FORMOSA E CASTELHANO
Consta uma versão falada que na grande seca de 1877 á 1879, saíram do Jaguaribe, no leste do Ceará, um grupo de sete pessoas: Manoel Monteiro, solteiro, juntamente com três irmãs casadas e os três cunhados. Conforme esta versão, eles viajavam a pé e, onde encontravam trabalho, paravam para ganhar o suficiente para manter-se e seguir caminho até encontrar um novo ponto para situar-se. A citada viagem foi feita pela praia desde o Jaguaribe até Formosa (nome registrado pelo português Estevão Lousada que na época já era dono de uma légua de terra no referido lugar). Os fundos da terra tem o nome de Santo Estevão. Possivelmente na mesma época ou até antes, um espanhol, de Castela, Província da Espanha, de nome, Modesto Francisco Gonçalves, registrou outra área de terra situada ao leste de Formosa com o nome de sua nacionalidade - Castelhano, que faz fundo com o Cajueirinho.
Remetendo-se ao grupo já mencionado, estabilizaram-se em Formosa, onde ficaram morando, trabalhando na roça, pescando no mar e caçando no matagal bem próximo onde os quais garantiam mantimentos por determinado tempo principalmente pelo abatimento de veados e caititus (porco do mato) e outros.
Foi numa destas caçadas que um dia, já muito distante de Formosa, se depararam com árvores sujas de lama, fato que despertou bastante curiosidade no grupo de caçadores. Resolveram seguir na direção das marcas de lama deixadas pelos caititus nos troncos das árvores e, não foram muito longe, encontraram um lamaçal proveniente de um olho d’água ali existente no meio da mata que servia para matar a sede dos animais, descoberto desta forma, o segredo que garantia a sobrevivência dos animais da região.
Diante daquela descoberta, eles pensaram, reuniram-se e discutiram a idéia de irem morar lá. Ficavam longe da pesca, mas, próximo das caças e da mata para trabalhar. Só então, contaram a descoberta a Estevão Lousada e pediram licença para sair de Formosa pra a nova morada. Ao chegarem e apossarem-se daquela localidade, logo construíram suas casas nas proximidades da água, tudo sem saberem que estavam bem perto do Cajueirinho que já era habitado. Ali sentiram-se seguros, com água franca, caças para comerem e matas para trabalharem.
A primeira coisa que fizeram foi abrir um caminho até Formosa e a partir de então ficaram comunicando-se, vendendo e comprando o necessário para sobreviverem. Somente em 1880, depois do inverno chegado, eles na luta pela caça na mata, depararam-se com a Fazenda Frutuoso José de Freitas em Cajueirinho. Assim, abriu-se uma outra fonte de comunicação. Cajueirinho já tinha comunicação com o povo da ribeira, especialmente do Córrego Fechado, Lagoa Salgada, Cruz e Jenipapeiro, onde existia a parentela. Logo as comunicações se estenderam também á Lagoa dos Monteiros, como era chamada a nova localidade.
A partir daí, foram chegando novos moradores na recém fundada Lagoa dos Monteiros. Vindos da ribeira do Acaraú. Eram exatamente as famílias Marques da Costa, Marques de Sousa e Marques de Freitas. Com o tempo essas famílias estabeleceram uniões conjugais com a família Monteiro. A princípio, Manoel Monteiro se casou com uma irmã de Antônio Marques da Costa. Durante muitos anos, foi a família Monteiros e Marques que habitaram a localidade, originárias dessa união. O tempo foi passando e a família Marques absorveu a família Monteiro que entre todos são parentes, mas deixou de ser registrada nos nomes das pessoas daquela localidade ficando somente como memória no nome da lagoa lá existente e da localidade.
Salienta-se que os fundadores da localidade, a família Monteiro, depois de empossados, compraram legalmente aquela área do Sr. Manoel Pinto Brandão, seu legitimo proprietário.
Pela proximidade geográfica dos descendentes da família Monteiros com os habitantes de Cajueirinho, houve um outro cruzamento entre os membros que originou as famílias Marques da Rocha, hoje todos misturados, mas com origens diferentes.
Vale salientar que esta história me foi repassada por “terceiros” e se há outra versão eu a desconheço. Não afirmo com certeza absoluta, assim como relato a historia do Cajueirinho, pois esta foi transmitida a viva voz das pessoas que vivenciaram os fatos.
Consta ainda que um daqueles jaguaribanos com o nome de Zifirino, esposo de Amélia Monteiro, uma das irmãs de Manoel Monteiro que dizia-se apaixonados por gado, com a descoberta da Fazenda Frutuoso, vendo o gado, não pode se conter. Deixou o seu povo na Lagoa dos Monteiros e veio com a família morar no Cajueirinho, engajando-se com Frutuoso no serviço de vaqueiro. Assim passou cerca de 20 ou 30 anos naquela lida, quando faleceu deixando Amélia viúva com cinco filhos, quatro homens e uma mulher.
Eu ainda cheguei a conhecer Amélia Monteiro que faleceu em 1931. Embora com apenas cinco anos de idade, lembro-me dela muito bem. Convivi com seus cinco filhos até quando morreram, já na terceira idade. Eram contemporâneos de meus pais. A mulher, chamada Vicência – filha de Zifirino, morreu já velha sem nunca se casar. Viveu uma vida honesta na companhia de seu irmão João Zifirino Monteiro, o mais velho. O segundo era Domingo Zifirino Monteiro, o terceiro José Zifirino Monteiro e o quarto Antônio Zifirino Monteiro. José não teve filhos. Domingos tem seus descendentes na localidade de Solidão. Os descendentes de Antônio residem no município de Camocim e a família de João migrou para o Maranhão ficando uma filha de nome Maria, na Lagoa das Pedras, também no município de Camocim.
UMA OBSERVAÇÃO!
Estas duas localidades conjugadas, Cajueirinho e Lagoa dos Monteiros, têm uma história especial em suas descobertas, aqueles ancestrais entraram nos degredos sombrios, na solidão das matas, enfrentando animais ferozes em busca do desenvolvimento.
Por ser uma área de história singular além das outras, esta região do sudoeste do município de Cruz tem capacidade de se elevar à categoria de distrito de Cajueirinho, assim como já fez com a área do noroeste do município que compreende ao distrito de Caiçara.
4.3. A PRIMEIRA GERAÇÃO - DESCENDENTE DOS PRIMEIROS HABITANTES DO CAJUEIRINHO
Aqueles três casais acima citados, que receberam de Frutuoso casas para morarem, aqui ficaram até morrerem, onde constituíram as famílias Marques de Freitas e Pedro da Cunha; dos quais registro aqui os nomes dos seus filhos que compuseram a primeira geração nascida em Cajueirinho.
Do casal Francisco Lourenço de Freitas e Teodora Marques de Freitas, nasceram os seguintes filhos, obedecendo a ordem cronológica: Maria do Espírito Santo Freitas, João Marques de Freitas, Luiz Marques de Freitas, Maria do Carmo Freitas, Francisca Romana de Freitas, Raimunda Marques de Freitas, Miguel Marques de Freitas, Francisco Marques da Rocha, que nascera no dia 10 de abril de 1894, três meses após o falecimento de seu pai. Talvez pelo fato de ter nascido após o falecimento de seu pai, sua mãe Teodora quis homenagear o pai dela e avô do recém-nascido dando-lhe o nome de Francisco Marques da Rocha, por isso não levou o sobrenome Freitas como seus pais e seus irmãos.
Todos casaram e constituíram famílias, exceto João e Luís, que faleceram solteiros, em 1915, vítimas de úlceras, na época ferida brava, contraída talvez por picadas de insetos venenosos, nas selvas amazônicas. Extraiam a matéria-prima da borracha nos seringais do hoje estado do Acre, onde se aventuraram deixando suas noivas aqui e foram ganhar dinheiro no Amazonas para depois voltarem e casarem. Faleceram aqui recém chegados de lá.
Do casal Manoel Marques de Freitas e Ana Marques de Freitas, nasceram os seguintes filhos, citados cronologicamente: Francisco Marques de Freitas, Rita Marques de Freitas, Maria Marques de Freitas, José Marques de Freitas, Antônio Marques de Freitas, Raimundo Marques de Freitas, Rosa Marques de Freitas (Rosinha) filha caçula daquele casal. Consta que Ana, esposa e mãe ficaram doente muitos anos, e faleceu em março de 1906. Manoel Marques de Freitas, ficando viúvo, logo em julho do mesmo ano, casou-se outra vez com sua cunhada e filha caçula do casal Frutuoso e de Dona Rosa Marques de Freitas. Daquele segundo casamento nasceram os seguintes filhos, cronologicamente são: Joaquim Marques de Freitas, Maria Marques de Jesus, Francisca Marques de Freitas, Miguel Marques de Freitas, Geralda Marques de Freitas, Rita Marques de Freitas.Todos casaram e constituíram família.
Do casal Pedro Marques da Cunha e Jacinta Maria da Conceição, nasceram os seguintes filhos, cronologicamente citados: Francisco Pedro da Cunha, Joaquim Pedro da Cunha, Joana Maria da Conceição, Gabriel Pedro da Cunha, Jovelina Maria da Conceição, Ancelmo Pedro da Cunha, Maria do Livramento da Conceição, Maria do Nascimento da Conceição, Teodora Maria da Conceição, Raimunda Maria da Conceição, Maria Antonia da Conceição e José Jerônimo da Costa. Este último levou o sobrenome de seu avô materno. Todos casaram e constituíram numerosas famílias.
A primeira geração do Cajueirinho foi composta de 33 pessoas. Não se tem dados concretos, mas calcula-se bem que aproximadamente, 90% da população do Cajueirinho é descendente daqueles três casais pioneiros que tanto eles como seus filhos aqui citados, partiram desta vida para o além, o eterno repouso, noutro abrigo, noutra guarida onde encontramos o almejado gozo. Porém, firmadora idéia de não admitir a segunda morte daqueles elementos que acabo de descrever, “a morte do esquecimento”, escrevi o nome e a ordem de filiação de cada um para que fique bem viva na História, que não fique sepultado juntamente com seus ossos.
4.4. UM TÓPICO DA VIDA PREGRESSA DE FRUTUOSO
Frutuoso nunca foi um sedentário, consta que desde jovem sempre teve a vida ativa e dinâmica, trabalhando sempre para galgar recurso e prestígio. Não era homem de letra, mas era inteligente e sabia lidar com as pessoas, de forma que tornou-se um líder no ambiente onde vivia. Já era criador de gado quando comprou três mil e seiscentos hectares de terra, fundou o Cajueirinho e situou a fazenda tornando-se um fazendeiro latifundiário como muitos chefes de família proprietários daquela época. Ele também era o senhor de escravos, e a quem dava o mesmo tratamento que dava a seus filhos. Era homem de caráter, prudente, generoso, paciente, mas enérgico e austero; muito bem conceituado.
Devido o seu caráter, a sua reputação, o seu conceito e prestígio social, veio a ser agraciado com o titulo de Capitão da Guarda Nacional, título este, que foi concedido e assinado pelo então imperador do Brasil, D. Pedro II, no dia 06 do mês de abril do ano de 1883.
Frutuoso “quando ainda não era capitão” viveu em Córrego Fechado administrando seu patrimônio, permanecendo nesta rotina até quando faleceu seu filho Francisco Lourenço de Freitas, em janeiro de 1894, deixando Teodora viúva com oito filhos menores; ele foi vítima de ancilostomose, doença produzida pelo ancilóstomo-parasita que ataca os intestinos (o mesmo amarelão ou opilação); naquela época sem remédio, hoje erradicada.
- RETORNO DEFINITIVO A CAJUEIRINHO
Com a falta do seu filho que residia e tomava conta da fazenda, Frutuoso, mudou de rotina; passou a ficar na fazenda durante a semana junto a sua nora e os oito netos órfãos de pai, e, só nos finais de semana ia para sua casa em Córrego Fechado.
Frutuoso perdeu o seu filho de confiança que aqui tomava conta da fazenda como cabeça do movimento. Tinha o seu genro Manoel que talvez pudesse tomar conta sozinho, mas quem morreu foi o seu filho, quem ficou viúva foi a sua nora, quem ficou órfão de pai, foram os seus netos de menor. Diante daquelas circunstâncias, Frutuoso não hesitou em vir para junto de sua nora e de seus netos para dar-lhes assistência como pai que eles não tinha; que de fato os criou como se fossem seus filhos orientando, ensinando a trabalhar, dando-lhes o exemplo de vida digna até ficarem todos adultos. Eles também o tinham como pai e que muito o veneravam. Posso afirmar isso com segurança, porque sou filho de Miguel Marques de Freitas, um daqueles netos que ele criou como filho, ouvi muito bem como papai e seus irmãos falavam dele, mesmo depois de morto. Depois de ter passado 25 anos junto daqueles netos, todos já estavam casados e era ele quem custeava os casamentos, também dava as festas por sua conta. Papai foi o último que se casou. O ato se realizou no dia 19 de janeiro de 1919.
Acontece que no dia 05 de julho de 1919, com a idade de 96 anos, um mês e dezoito dias; pois nascera no dia 18 de maio de 1823, Frutuoso José de Freitas vem a falecer. ”Segundo a sua nora”, ainda era lúcido e determinado, pois na época estava administrando o serviço de um cercado de pau-a-pique para prender gado. Saiu daqui um dia de sexta-feira com um dos seus trabalhadores em sua charrete para voltar domingo à tarde e segunda-feira continuar aquele serviço. Aconteceu que depois de já está em casa, a noite foi acometido por um acidente vascular cerebral fulminante; doença na época chamada de ramo ou congestão seja o que seja, chamam hoje de trombose ou derrame.
Como muito bem se pode ver, Frutuoso amava o Cajueirinho, amava também sua família, seus filhos, seus servidores, especialmente, aqueles que ele trouxera para cá. Nesse plano pode incluir o lugar, o Cajueirinho que ele denominou, as casas e os cercados que ele construiu, os poços que ele cavou, aquela fazenda que ele instalou; tudo isso foi cria dele que ele gerou, que ele criou e quem cria tem que amar. “Deus criou o mundo e amou tanto esse mundo que deu por ele o seu filho unigênito”.
4.5. DENOMINAÇÃO DAS LOCALIDADES
Esses nomes de localidades dentro da área do Cajueirinho, não significam uma diminuição do mesmo. O Cajueirinho é uma área de três mil e seiscentos hectares (uma légua quadrada de terra). Os nomes são pontos de referências que Frutuoso deu às localidades onde tinha moradores dentro da respectiva área, fora do centro, exceto Lagoa do Mato, Poço da Pedra, Pitombeira e Canafístula que já existiam como pontos de limites entre as terras do Cajueirinho e as outras terras vizinhas, que na época não tinha moradores. As que foram dada nomes por acaso e por atos de Frutuoso foram as seguintes: BENTO LOBO, MOURA E CAJUEIRINHO DOS JACINTOS.
BENTO LOBO nasceu da seguinte maneira: no final do século XIX, segundo diziam os primeiros habitantes, chegou aqui um casal de pessoas trazendo dois filhos, dizendo vir do “Iamum” (termo que considero errado, pois não existe essa cidade ou município, existindo sim, a região dos Iamuns com diversos municípios, o sertão central no interior do Ceará). Certamente aquela gente veio de lá; e o homem se chamava Bento Lobo sua profissão era campeiro (pegava gado no campo), era independente, trabalhava para quem o procurava. Construiu sua casa ao Sudoeste do Poço da Pedra onde morou muitos anos, depois foi embora levando aqueles filhos que trouxera. Só deixou o nome imortalizado no lugar que morou. Há uma versão que diz que ele foi vaqueiro de alguém porque no Córrego perto de onde ele morou há um tanque velho chamado de tanque do Bento Lobo, mas pode que alguém depois tenha feito o tanque naquele local e tenha dado o nome de Bento Lobo.
MOURA: Como nasceu a localidade Moura? no dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel era regente no Brasil, que havia assumido o Império no lugar do seu pai Imperador D. Pedro II. Naquela data, ela assinou a lei Áurea abolindo a escravatura no Brasil. Pela lei, daquele dia em diante, todo cidadão brasileiro era livre, não havia mais escravos e nem senhor de escravos.
O Capitão Frutuoso era senhor de escravos, mas um Senhor que tratava-os como filhos. Consta que naquela época, Frutuoso foi o único senhor que amparou os seus escravos.
Os demais senhores de escravos seus contemporâneos daquela região, aliás de todo o vale do Acaraú os abandonaram. Eles se debandaram e se perderam no tempo, aliás, aqueles senhores cruéis, também se perderam no tempo. Hoje não se sabe quem foram ou quem eram. Isto se passou há um século atrás, creio que depois de cem anos decorridos, ninguém de seus descendentes vivos sabe se eles existiram enquanto a história de Frutuoso, ainda hoje permanece viva na mente de muitos de seus descendentes. Portanto tomei a decisão de escrever estas anotações para preservar a memória daqueles meus heróis do século XIX. Consta ainda, que devido a sua mansidão, a sua generosidade, a sua solidariedade especialmente para com os seus escravos que ele os tratava como filho. Aqueles seus colegas contemporâneo, que viam aquilo, diziam que escravo não se tratava daquela maneira, que escravo era escravo; zombavam de Frutuoso dizendo que ele era um abestado que da forma que ele os tratava ele é que era o escravo dos escravos. No meu modo de ver aqueles homens tinham uma mentalidade muito fraca, eles xingavam sem saberem que com aquilo estavam enobrecendo-o”.
Pedro Marques da Cunha e Jacinta Maria da Conceição, o casal que Frutuoso trouxera para o Cajueirinho juntamente com os outros dois casais que aqui ficaram tomando conta da fazenda, era um casal de escravos especial. Frutuoso, num gesto de nobreza e gratidão, tomou a decisão de doar para eles no Cajueirinho (cem braças de terras de frente ou de leste ao oeste, com fundos correspondente a uma légua de norte ao sul); tendo na ocasião denominados aquelas faixas de terras com o nome de “Moura”, (significado da palavra Moura: segundo ele, Frutuoso, equivalente à mulher morena de cabelos lisos). Ele se referia às características da sua ex-escrava Jacinta, a então dona da terra; dissera a nossa informante Teodora. Doou aquela terra ao casal de ex-escravos Pedro Marques da Cunha e Jacinta Maria da Conceição que na época demoliram a casa que Frutuoso já havia doado a eles e com o material da mesma construíram uma casa nova no Moura em sua própria terra. Estando instalada a sua propriedade, mudou-se para o Moura em companhia de seus doze filhos onde foram trabalhar e viver por conta própria. Ainda hoje permanece ali descendentes daqueles quatorze filhos que honrosamente saíram do domínio do Capitão Frutuoso José de Freitas. Os mais novos ali cresceram, ficaram adultos, casaram-se e constituíram suas famílias. Todos morreram na velhice deixando filhos, netos e bisnetos. Hoje inclusive as outras duas famílias pioneiras já não existem, já partiram desta para outra vida, mas não foram esquecidos.
CAJUEIRINHO DOS JACINTOS - No ano de 1914, casaram-se os jovens: Antônio Jacinto de Sousa e Raimunda Marques de Freitas, ele, filho do casal Jacinto Francisco de Sousa, ela, filha da viúva Teodora Marques de Freitas, inclusive casaram-se também Raimundo Nonato de Sousa, (Raimundo Jacinto irmão de Antônio), com Rosa Marques de Freitas (a Rosinha) filha do casal Manoel Marques de Freitas. Aquelas duas moças casaram com dois irmãos, eram primas e netas do casal Frutuoso José de Freitas, proprietário daquela terra onde os dois novos casais se situaram autorizados por ele. Daí o nome de Cajueirinho dos Jacintos como o povo passou a chamar; onde Frutuoso já chamava de Cajueirinho Oeste, por ser o lado Oeste das suas terras segundo informações dos antepassados que conviveram com ele.
O Cajueirinho dos Marques ou Cajueirinho de cima como se chamava de Cajueirinho Leste. Com muita propriedade ele tomava aquela decisão; que ao meu ver, estava corretíssima. Deveria ser mesmo Cajueirinho Leste e Cajueirinho Oeste como era o Plano do primeiro proprietário fundador desse lugar. Apesar de tudo, nenhuma coisa e nem outra, as instituições desenvolvimentistas, donas absolutas de tudo sem consultarem a ninguém, mudaram para Cajueirinho I e Cajueirinho II que permanecem até hoje.
Seja o que seja, o Cajueirinho é toda aquela área de terra demarcada em 1869, uma légua quadrada, correspondente a trinta e seis quilômetros quadrados (três mil e seiscentos hectares). As quatros localidades supraditas, que são localizadas na periferia do Cajueirinho, todas elas contêm em si, parte da mesma área anteriormente pertencente a Frutuoso José de Freitas que atualmente está dividida entre dezenas de proprietários. Uns adquiriram por fonte hereditárias, outros adquiriram por compras de terras advindas de herança que herdeiros havia se destituído das mesmas. Porém, mesmo assim dividida entre diversos donos, permanecem unidas através das escrituras de terras, pois todas trazem da origem o nome do Cajueirinho, que na verdade é um só, a partir do riacho ou açude da Prata à Lagoa dos Monteiros e da Lagoa do Mato ao serrote da Pitombeira.
4.6. FATOS POSTERIORES
Dando uma guinada no tempo, me reporto fazendo referência a uma homenagem que foi prestada ao Capitão Frutuoso José de Freitas, o fundador e denominador deste lugar, na segunda metade do século XIX.
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Antonio Raimundoo início do ano de 1990, o então prefeito de Cruz Antônio Raimundo de Araújo Neto que costumava viajar pelo município fazendo visitas e indagando sobre as necessidades existentes; em uma ocasião em minha casa, conversávamos sobre a origem do Cajueirinho e sobre o relevante serviço prestado por aquele velho dinâmico - Frutuoso José de Freitas. Este fato é importante, disse o prefeito: - Vou fazer uma pracinha no Cajueirinho em homenagem aquele velho, ele merece. Não dei importância, pensei que era brincadeira, mas não. Depois de passados três ou quatros meses sem falar no assunto, em junho, por sua própria iniciativa ele veio ao Cajueirinho, escolheu o terreno, conseguiu com o dono do mesmo, mandou brocar o mato, queimar e destocar, depois de limpo mandou construir aquela pracinha na margem da estrada de rodagem Cruz-Jijoca.
A primeira obra pública construída no Cajueirinho depois da sua existência de cento e vinte anos que foi uma luz que se acendeu para iluminar o progresso do Cajueirinho. Logo surgiram rua de casas em torno daquela praça, inclusive a Capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, construída com doações das pessoas católicas da região; um chafariz público, (há dois no Cajueirinho); um Prédio da Escola Fundamental, (há também duas no Cajueirinho) - construções feitas na administração de João Muniz Sobrinho (Jonas Muniz). Há também naquela área os prédios: Posto de Saúde e a Creche das Crianças que foram construídos na administração de Manoel Nelson da Silveira (Manoel Israel).
Retrocedendo, passo a falar da inauguração daquela pracinha que ocorreu no dia 28 de julho do ano 1990.
Conforme o dever de se dá a cada um aquilo que é seu se fazendo justiça e naquela época foi mandado confeccionar uma placa de bronze, gravado nela em letra de alto relevo, o nome do Capitão Frutuoso José de Freitas, uma homenagem aquele nosso ancestral, desbravador e fundador deste lugar. Naquele dia da inauguração a placa foi colocada em uma coluna no meio da praça, em cima da mesma uma televisão a cores doada pelo Prefeito para lazer do povo do Cajueirinho, que permanece e deverá permanecer conservada para as futuras gerações.
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aquele mesmo dia da inauguração da Praça, foi lida uma relação dos descendentes do casal Frutuoso José de Freitas para obter o resultado dos números de descendentes, foi feito os cálculos a partir dos filhos no século XIX até os tetranetos nos anos 80 no século XX. Para obtermos isto, tivemos ajuda do nosso Pároco amigo, Cônego Manoel Valdery da Rocha que além de ser padre, é cursado em línguas e letras e também um matemático que cooperou conosco fazendo esses cálculos. O resultado: 10 filhos, 76 netos, 334 bisnetos, 5.195 trinetos e 9.099 tetranetos. Somando um total de 14.914 (quatorze mil novecentos e quatorze) descendentes, a prosperidade daquele casal no percurso de cento e quarenta anos. Esta gente existente oriunda e procedente daquele casal ascendente habita entre os rios Umirim e o Camocim; ainda há aqueles que estão espalhados por quase todos os Estados do Brasil, especialmente em São Paulo.
Nós procedentes daquele casal aqui no Cajueirinho, devemos ao mesmo o nosso sangue, a nossa origem, o nosso nome e os três mil e seiscentos hectares de extensão territorial onde habitamos.
4.7. ESTRADA DE CAJUEIRINHO
O caminho descoberto por Frutuoso para chegar até a nova fazenda Cajueirinho composta de uma légua de terra quadrada (36 km²), comprada por 3.000 réis do Sr. Manoel Pinto Brandão que residia em Sant’Ana do Acaraú, é o seguinte: entrava no Salgado Grande, Via ao Tope, daí à localidade chamada Medeiros, seguindo pelo Córrego do mesmo nome até o Lagamar (que na época era seco) seguindo ao sul pelo mesmo, no Poço da Pedra, limite norte-leste do Cajueirinho. Pegava o Riacho da Prata até o Córrego do Cajueirinho, seguia pelo mesmo meia légua no centro da área de terra comprada onde se situou. Este era o único caminho que dava acesso ao Cajueirinho desde a sua fundação em 1868, até 1901.
O Sr. Francisco Bernardino de Albuquerque, residente em Cruz, fundador da primeira igreja de Cruz em 1884, abriu uma estrada reta de Cruz a Jijoca a mesma passando, pelo Cajueirinho debaixo, da galhada do referido cajueiro que deu nome ao lugar. No lugar, Córrego do Mourão, onde ele já tinha adquirido na época uma fazenda de gado, construiu cacimbas e nos anos de seca, tanques profundos para o gado beber e que ainda hoje reside ali seus descendentes.
Frutuoso, foi o único proprietário desta terra, onde existe o Cajueirinho, durante 51 anos.
4.8. CEMITÉRIO DE CAJUEIRINHO
No dia 16 de abril de 1920, amanheceu caído e moribundo, debaixo daquele Cajueiro, o velho retirante Raimundo Lopes da Silva. Gente mesmo conhecida do Córrego Fechado, que em 1919, devido a uma grande seca, ele com sua família emigraram para a cidade de Parnaíba, no Piauí. Por lá nada conseguiram, voltando pior de que quando foram; viajavam a pé, se hospedaram debaixo do Cajueiro, do dia 15 para o dia 16. Cedo da madrugada, o velho não podendo mais andar, a família se foi, deixando-o ali abandonado.
Ao amanhecer do dia 16, quando o velho foi encontrado na casa da viúva Teodora, (viúva que ficou com oito filhos. Frutuoso era seu sogro e tio que também viuvara na mesma época dela e passou a morar com ela e seus netos, órfãos de pai. Em 1919 Frutuoso também morreu e Teodora ficou sendo a dona absoluta de tudo até quando foi feito um inventário em 1920). Teodora sabendo do fato mandou trazer o retirante para sua casa, para cuidar dele. Aconteceu que o velho estava muito fraco e ao comer o prato com comida oferecido por Teodora, pegou no sono e morreu. Ela tinha oito trabalhadores limpando uma capoeira de roça.
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Miguel Marques de Freitas e Vitória Marias de Jesusuando aqueles trabalhadores chegaram ao meio dia, notaram que o velho estava morto. Então ela designou dois trabalhadores que o enterrassem no Cemitério de Caiçara, o mais próximo que havia. Com aquele serviço, à tarde destes trabalhadores estava ganha. Eles saíram com o velho na mesma rede de tucum em direção a Caiçara. Com cerca de 500 metros entraram no mato e enterraram o velho. Depois de dois dias foi que eles contaram aos outros trabalhadores que tinham ali enterrado, naquele exato local.
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Francisco Marques da Rocha e Rosa Maria da Conceiçãoeodora sabendo, mandou brocar o mato, arrumou estacas de sabiá e ali fez um cemiterinho, onde hoje é o Cemitério de Cajueirinho. No dia que completou um ano de morte de Raimundo Lopes da Silva, Teodora convidou os vizinhos moradores de Lagoa dos Monteiros, Poço Doce, Canafístula e Pitombeiras e ali rezaram um terço em sufrágio ao retirante, de apelido Raimundo Patacho. Assim essa cerimônia se sucedeu até 1969, todos os anos sem falhas aquele terço se repetia.
Teodora, sendo a principal interessada pelo movimento, antes de falecer, em 1945, incumbiu aquela tarefa aos seus dois filhos Miguel Marques de Freitas e Francisco Marques da Rocha de rezar o terço. Quando faleceu Francisco Marques, houve uma missa de corpo presente no Cemitério. De lá para cá, em virtude de já possuirmos padres em Cruz, aquela devoção continuou, mas com uma missa em lugar do terço, que ainda hoje perdura. Não mais no cemitério, e sim na Igreja. Igreja esta idealizada por aqueles dois irmãos Francisco e Miguel, pelo fato de em novembro de 1939, ter havido umas santas missões celebradas pelos missionários, Padre Pedro, João e Tiago, passando por aqui em direção a Caiçara esclareceram que nas localidades que não possuísse Igreja, não poderiam serem enterrados cristãos, e desta forma o Cemitério não poderia funcionar como tal.
Assim sendo, pouco tempo depois monsenhor Sabino de Lima Feijão, fechou o Cemitério de Cajueirinho, do Paraguai, e um entre Castelhano e Carrapateiras, conhecido por Cemitério do Bangoê. Durante 24 anos esteve interditado para o enterro de mortos, mas nunca fechado para aquela devoção.
Felizmente aquele preconceito foi derrubado por um novo conceito em Novembro de 1962, quando o então padre, José Edson Magalhães na época, vigário de Cruz, abriu novamente o cemitério que funciona até hoje. Devido a tal preconceito, nasceu a idéia de se construir a igreja daquela localidade, que foi muito comentada, mas que devido à construção da igreja de Lagoa dos Monteiros, a idéia cessou.
Aquela idéia ficou no imaginário de Miguel Marques de Freitas e na hora de sua morte pediu a seu filho Messias para que a mesma não ficasse em vão. Ele levando em consideração o pedido do pai vem construindo seu sonho que atualmente se encontra em fase de acabamento.
4.9. ORIGEM E FUNDAÇÃO DA ESCOLA FILOMENA SOUSA
Era o dia 06 de janeiro do ano de 1954. Na época, não estava existindo sequer uma escola de alfabetização em toda extensão do Cajueirinho, que é correspondente a uma área de trinta e seis quilômetros quadrados.
Naquele dia dedicado aos Reis Magos, às oito horas da noite, na residência do Senhor Jovino Pinto Araújo, reuniram-se doze chefes de famílias do Cajueirinho leste, com a finalidade de discutirem e estudarem as possibilidades de fundarem uma escola particular duradoura, para na mesma seus filhos estudarem; foram as seguintes pessoas: Jovino Pinto de Araújo, Francisco das Chagas Freitas, Simão Marques de Freitas, Antônio Carlos Sobrinho, Manoel Severino Correia, Manoel Messias de Freitas, Francisco das Chagas Silveira, Vicente Muniz da Costa e Bernardino Francisco da Silveira.
Juntos, depois que estudaram as possibilidades, inclusive, como iriam conseguir uma professora competente para dirigir a escola, pois tinha que vir de fora, pois no Cajueirinho não tinha, também como conseguir o numerário para o pagamento da mesma. Alguém que estava presente na reunião deu a idéia de como solucionar aquele problema apresentou o plano que logo foi discutido e aprovado por todos os participantes.
Estando tudo discutido e aprovado, logo ali foi fundada uma escola particular que deveria ser patrocinada, como o foi, por pessoas beneméritas, amigas do povo do Cajueirinho, e também que não fossem políticos, para assim, evitar preconceitos dentro da escola. Assim ficou acertado...
No dia 30 daquele mesmo janeiro de 1954, sábado à noite, chegou em Cajueirinho, vinda de Bela-Cruz, a primeira professora daquela escola recém fundada, a então Srta. Maria da Paz de Carvalho, que no dia 31, domingo à noite, reuniu aqueles mesmos pais de famílias da reunião do dia 06, para junto com eles fazer a matrícula dos alunos e dar a nota do material didático a ser comprado. Aproveitando-se ali a oportunidade daquela reunião, também foi discutida a denominação da escola, que de acordo com todos os que estavam presentes, lhe foi dado o nome de ESCOLA SÃO JOSÉ, em homenagem ao seu primeiro patrocinador, o Sr. JOSÉ VALDEMAR DE OLIVEIRA, então coletor estadual em Acaraú, e hoje residente em Itapipoca.
O grau de instrução daquela professora na época era apenas o curso ginasial. A mesma deu a primeira aula no dia 03 de fevereiro de 1954, terça-feira, tendo lecionado aqui eficientemente durante quatro anos, de fevereiro de 1954 a dezembro de 1957, quando decidiu deixar de ensinar para ir continuar os seus estudos em Fortaleza, onde num convento de freiras ela se engajou na irmandade. Como freira, ela estudou e se formou professora. Depois de algum tempo, voltou à sua terra natal – Bela Cruz. Hoje é aposentada como professora do PATRONATO daquela cidade.
Para Substituir MARIA DA PAZ DE CARVALHO, veio de Acaraú a então Srta. MARIA ADILEIA DE CARVALHO, que deu continuidade aos ensinamentos na ESCOLA SÃO JOSÉ, a partir de fevereiro de 1958 até dezembro de 1959, quando saiu para ir trabalhar como escrevente no cartório eleitoral de Acaraú.
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Neuma Sousa
Lourdes Pinto Neide Freitasara o ano de 1960, já havia alunos daquela Escola com a 4ª série do 1º grau concluída; na época, o Pe. José Edson Magalhães, já era pároco de Cruz, o mesmo passou a nos orientar, foi quando nos ajudou a organizar a escola, distribuindo em quatro classes, colocando três ex-alunas daquela Escola como professoras da mesma: para alfabetização: MARIA DE LOURDES PINTO; para a 1ª e 2ª séries: MARGARIDA PINTO DE ARAÚJO; para a 3ª série: MARIA NEIDE DE FREITAS; então, para ensinar a 4ª série e dirigir as outras três citadas, veio de Caiçara a Srta. MARIA EDITE MAGALHÃES, que já havia concluído o 2º grau na ESCOLA VIRGEM PODEROSA, em Acaraú. Essa última citada ficou até o final de 1960, quando saiu para ir morar em Fortaleza.
No ano de 1961, somente as três professoras novas e leigas, que eram daqui, continuaram ensinando as suas classes, aquelas permaneceram. Porém, a 4ª série ficou parada durante todo aquele ano, somente em Fevereiro de 1962, a mesma teve prosseguimento com a chegada da então Srta. MARIA NEUMA SOUSA, vinda de Cruz, que também não demorou, ficou somente até o final daquele ano, quando foi embora para São Paulo.
Com a falta de NEUMA SOUSA, no final do ano de 1962, somente no dia primeiro de Abril de 1963, foi preenchida a vaga pela então Srta. MARIA ELOISA DA COSTA, que veio de Bela Cruz e assumiu a direção da Escola e ensinava a 4ª série, tendo pegado uma turma de alunos repetentes, no entanto, não se deve culpar a professora anterior pelo fato, pois apesar de na 4ª série ter havido falhas de seqüência, muitos dos alunos daquela época não freqüentavam as aulas pontualmente, coisa que os pais também pouco ligavam; havia pais que precisando dos serviços dos filhos, os tiravam da escola sem darem satisfação a ninguém; não existia um controle de ordem entre os pais de alunos e aquelas professoras. Hoje a coisa já é diferente, há leis vigentes no país, que obrigam os pais manterem os seus filhos nas escolas.
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EloísaARIA ELOÍSA DA COSTA, ensinou o resto daquele ano de 1963, com muita garra e simpatia, no final do ano foi bem sucedida com um aprendizado dos seus alunos; continuou no ano seguinte, 1964, com grande desempenho e desenvolvimento dos alunos. No final daquele ano de 1964, influenciada por alunos do Poço Doce, que aqui estudavam, veio até nós uma comissão daquela localidade nos pedir para juntos fundarmos também uma escola particular em Poço Doce, que atendemos prontamente. Assim então, no início de janeiro de 1965, fundamos uma escola em Poço Doce, tipo filial da Escola SÃO JOSÉ, isto é, com a mesma direção, o mesmo estilo e mesmo sistema de pagamento, patrocínio. Para dirigir a nova escola, foi transferida da Escola São José de Cajueirinho a professora MARIA ELOÍSA DA COSTA que a partir de fevereiro de 1965, passou a ensinar em Poço Doce, na residência do Sr. Geraldo Antonio da Silveira.
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Filomena Sousanclusive, com aquela fundada em Poço Doce, na mesma época foram fundadas também ainda mais duas outras escolas com a mesma orientação e estilo; uma na comunidade de Carrapateiras, que funcionou na Igreja Católica, sobre a direção do Professor Joaquim Marques de Freitas; a outra na comunidade de Castelhano, que funcionou na também na Igreja católica, sobre a direção da professora MARIA TIAGO DE FREITAS.
UMA LIDERANÇA FRUSTRADA
Foi a saída da professora Maria Eloísa da Costa para ir dirigir a nova escola em Poço Doce que ocasionou a vinda da então senhorita Filomena Sousa, filha do Sr. Francisco Pereira de Sousa (Chico Pereira) de Cruz, para vir assumir a direção da escola SÃO JOSÉ em Cajueirinho. “Ela era uma revolucionária”, chegou no dia cinco de fevereiro de 1965, ao assumir a escola, o seu primeiro ato foi mandar fazer o hino da Escola São José, pelo Sr. Nicodemos de Araújo que o mesmo fez a letra. E o Senhor Joca Lopes compôs a música. Reorganizou a escola e deu ordem, estabelecendo uma reunião dos pais de alunos com as professoras mensalmente. Que além de lecionar, dirigir a escola, ainda coordenava o Movimento de Educação de Base (MEB), fundando aqui no ano de 1970, pela equipe do MEB de Sobral juntamente com ela. Ministrava palestras nas escolas do MEB aqui e nas escolas do mesmo, nas outras comunidades da Paróquia de Cruz, onde também promovia reuniões de casais afim de orientá-los sobre as regras de controle de natalidade e outros assuntos referentes a possíveis causas de discórdias que comumente sucede na vida cotidiana com casais desinformados.
Como católica atuante que era, Filomena Sousa, fundou no Cajueirinho o Movimento do Dia do Senhor, que orientava e também ministrava cursos para casamentos e batizados. Entretanto, uma vez por mês, ela ficava dois dias em Sobral se atualizando, se aprimorando para as tarefas que exercia. Dentro daquela revolução, no dia 06 de junho de 1966, ela se casou com o Sr. Manoel Messias de Freitas, que era viúvo (o mesmo, na época era líder comunitário, de veras comprometido com a comunidade, por quem sempre teve um grande zelo, que era também o responsável pelo numerário para o pagamento daquelas professoras). Com o casamento nada mudou. A luta continuou como antes, somente a responsabilidade aumentou com os quatros filhos que nasceram, que foram os seguintes: Quintilio, Quintino, Plautus e Leila; os quais constituíram sua prole. Porém, nada é permanente neste mundo, tudo passa. Sete anos ela permaneceu aqui numa luta incessante até o dia 22, no dia seguinte, 23 de Janeiro do ano de 1972, exatamente o dia em que ela completava 27 anos de vida, faltou naquele dia que deveria ter sido um dia festivo para nós, às 11 horas da manhã, a mesma faleceu inesperadamente num dos leitos do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Sobral. Vítima de um parto cesariano com placenta prévia, segundo disseram os dois médicos parteiros que a atenderam fazendo a operação cesariana: o Dr. José Jander Gifone e o Doutor Guarany. No dia seguinte, 24 daquele Janeiro de 1972, ela baixou a sepultura no cemitério do Cajueirinho, deixando tudo para trás.
Durante o seu magistério aqui, que durou apenas sete anos, quando se foi, deixou 116 alunos matriculados para o ano seguinte, deixou também uma turma de 22 alunos com a 4ª série do 1º grau concluída. Do Movimento de Educação de Base (MEB), por quem ela tinha uma verdadeira paixão, “ela não chegou a ver o final do projeto que era de cinco anos”, mas, nas Escolas do MEB em Cajueirinho, e nas outras Escolas do mesmo nas outras comunidades desta paróquia de Cruz, por onde ela andou dando palestra, segundo os dados da equipe do MEB de Sobral, nas quarenta e duas escolas que existiam dentro daquele período, ficaram 840 adultos alfabetizados, sabendo ler e escrever.
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M. Aparecida Lopes
Luciano Marquesom o seu falecimento, aquele Movimento do Dia do Senhor, que ela fundou no Cajueirinho, o qual o esposo orientava dentro de sua própria casa, onde o mesmo funcionava ficou com dificuldades de funcionamento. O esposo, chocado com a perda da esposa, desanimado, sem condições de reassumir aquele movimento sem a velha companheira, decidiu entregá-lo ao Pe. Valdery. Que ficasse a seu critério a escolha de um novo dirigente. Ao Sr. Luciano Marques da Costa ele entregou a direção do Movimento do Dia do Senhor. Assumiu e permaneceu na direção do mesmo fazendo celebrações, cursos para casamentos e batizados, até quando também faleceu. Conseqüentemente, a Srta. MARIA SOLANGE DE CARVALHO, assumiu a direção daquele movimento.
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Pe. Edson Magalhãesnfim, para assumir aquela vaga subitamente deixada pela Senhora Prof. Filomena Sousa veio ainda de Cruz a então Srta. Maria Aparecida Lopes, em Fevereiro daquele mesmo ano de 1972, que assumiu e permaneceu até quando se aposentou. Ao assumir, antes de iniciar as aulas, já havia surgido na comunidade à idéia de mudar o nome da ESCOLA SÃO JOSÉ, para o nome de ESCOLA FILOMENA DE SOUSA. Para tratar do assunto, foi reunido o povo, que discutiu o plano e submetido à votação, o mesmo foi aprovado unanimemente; inclusive, a adaptação do hino, que foi feita pelo mesmo autor - Nicodemos Araújo – “ficando assim no passado o nome de escola São José”. Aqui a mesma funcionou ininterruptamente durante vinte anos sem nenhum registro, de fevereiro de 1954 a março de 1974, quando foi cadastrada na Prefeitura, na gestão do então Prefeito Pe. Aristides de Andrade Sales. Até então, foi patrocinada pelos senhores: José Waldemar de Oliveira, Pe. José Edson Magalhães, Néon Sales Lopes e Osterval Santos Moura. A escola sempre funcionou em residências particulares, quando Escola particular, e depois de pública, ainda durante doze anos. Vale salientar que, na entrega de provas de Dezembro de 1969, feita pela saudosa FILOMENA, o então Prefeito Adenor Martins dos Santos, estava presente, o mesmo nos prometeu com segurança que iria mandar construir com verbas da Prefeitura, um prédio escolar, onde iria funcionar aquela Escola de mais de cem alunos naquela época, o mesmo ainda chegou a colocar o material de construção do citado prédio no ponto onde deveria ser construído, mas, o seu tempo se esgotou, de forma que não foi mais possível construí-lo dentro da sua gestão. Ocorreu, que com a saída de Adenor da Prefeitura, assumiu a mesma seu adversário político, Sr. João Jaime Ferreira Gomes, que atendendo pedidos de correligionários seus, mandou remover aquele material daqui do Cajueirinho Leste para o Cajuerinho Oeste. Assim a escola continuou em residências particulares, durante um período de trinta e dois anos; desde a sua fundação em 1954, até 1986, quando a mesma foi removida com professores e alunos do Cajueirinho Leste, para Cajueirinho Oeste, sem nenhuma reclamação de nossa parte; pois, consideramos um só Cajueirinho, pertencente a um só povo, nele estão arraigadas todas as nossas raízes. Apesar de mais de cinqüenta alunos terem aumentado a sua c
aminhada para mais de meia légua até chegar à escola, ninguém desistiu. A primeira diretora do Cajueirinho Oeste (Cajueirinho II) foi a Sra. Áurea Estela do Nascimento de Cruz.
A
Maria Aliceinda na primeira gestão do então Sr. Prefeito Jonas Muniz, a Sra. Maria Alice do Nascimento, então Secretária de Educação do Município, construiu um prédio escolar para os alunos da comunidade de Cajueirinho II, e ao nomear a escola, por engano, batizou-a com o nome de Maria Filomena Sousa, e não Filomena Sousa como realmente é o nome da Senhora que foi homenageada por seu trabalho prestado nessa região.
Cajueirinho, 12 de Junho de 2000.
DADOS ESTATÍSTICOS
A
M Solange Carvalhoquantidade de alunos e professores transferidos da Escola Maria Filomena Sousa para a nova escola João Evangelista Vasconcelos em 1997, quando inaugurada foi de 131 alunos e 6 professores. São eles:
Diretora e professora – Maria Solange de Carvalho
1ª série A - 22 - Prof. Maria Mailda de Freitas
1ª série B - 24 - Prof. Maria Verônica de Freitas
3ª série - 23 - Prof. Maria Maiza de Freitas
4ª série - 28 - Prof. Maria Edileusa Silveira
5ª série - 34 - Prof. Maria Solange de Carvalho
Antônia Gomes de Maria lecionou na alfabetização.
Fonte: Direção da EEF João Evangelista Vasconcelos, março de 2008.

3 comentários:

Unknown disse...

Muito bom saber de onde viemos...

Marcos Araujo disse...

Que maravilha de texto! Ótimo preservar a história, me chamo Marcos moro em São Paulo, minha avó paterna se chamava Maria Marques de Freitas, e meu pai atualmente reside nas Pitombeiras, sempre tive curiosidade de conhecer um pouco melhor a história da família e foi muito gratificante encontrar essa leitura, devo ser um dos tetranetos do fundador.

Sei que o texto já é um pouco antigo, mas se for possível gostaria de poder entrar em contato com pessoas que tenham acesso a informação dos antepassados, já alguns anos tento montar minha árvore geneológica, mas sem grandes avanços.

Marcos Ryan Freitas disse...

Esses registros, junto do Livro Era uma Vez em Cruz, deveriam ser lidos por todos os descendentes dessa importante família! Sou neto de Edmilson Marques Freitas e Bisneto de Seraphim Marques Freitas (o homem cujo monumento da praça de Monteiros homenageia) e tenho orgulho da nossa história enquanto pioneiros da pecuária e agricultura local.