Quando uma nuvem nômade destila
Gotas roçando a crista azul da serra,
Umas brincam na relva, outras tranqüilas.
Serenamente entranham-se na terra.
A gente fala da gotinha que erra
De folha em folha, e trêmula vacila,
E nem se lembra da que o solo encerra,
Da que ficou no coração da argila.
Quanta gente que zomba do desgosto
Mudo, da angústia que não molha o rosto,
E que não tomba em gotas pelo chão.
Havia de chorar se adivinhasse
Que há lágrimas que rolam pela face,
E outras que rolam pelo coração.
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