Eu vivo aqui na cidade
Sem prazer, sem alegria,
Pelo contrário, me invade,
Uma grande nostalgia.
De segunda a sábado trabalho
Com muita satisfação,
Mas à noite não me empalho
Olhando televisão.
Domingo, depois que assisto,
Da missa o sacrifício,
Da sociedade desisto,
Achando o campo propício.
Entro pelas florestas
Ouvindo o canto das aves,
Gozando ótimas festas,
Para mim, as mais suaves.
Invejo as aves das selvas
Sobretudo os beija-flores,
Que pairam sobre as relvas,
Sugando o néctar das flores.
Contemplando as borboletas
Me sinto muito feliz,
Brancas, róseas, violetas,
E amarelas, que matiz!
Vou parar em uma estância
Pertinho do pé da serra,
Recordando a minha infância,
Nos campos da minha terra.
Quando criança eu pegava
As mais belas borboletas,
Cuja beleza imitava,
As lindas malacachetas.
Assemelhava as madrepérolas
Equivalentes ao ouro,
E possuir aquelas pérolas,
Era o meu maior tesouro.
Cedinho corria ao mato
Deixando em casa os diletos,
Para entrar em contato,
Com as aves e os insetos.
A infância para mim
Foi uma vida angelical
Qual Adão no seu jardim,
Do paraíso terral.
E assim eu passo o dia
Admirando a natureza,
Gado, mata, serrania,
Em tudo eu vejo beleza.
À tardinha, do recreio,
Regresso então à cidade,
Trazendo o espírito cheio,
De paz e felicidade.
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