sexta-feira, 1 de junho de 2007

MEU DOCE TEMPO

No tempo
Onde se desdobrava
A felicidade mais que reinante,
Moleque, à sombra abundante
Da velha oiticica,
Por trás de nosso quintal
Fronteira da verdade real
De minha infância querida...

Verdes sementes,
Cargas pros carrinhos
Feitos das latas de pajeú,
Folhas enroladas imitavam urus
Da imaginária fazenda.
O momento se ia
Ornado de tanta alegria,
Gratuito, sem prendas...

Assim eram minhas tardes,
Correndo na margem da Grota
Em cavalos de talo de carnaubeira,
No pescoço, a inseparável baladeira
Pra tocaiar rolinha
Escondido na moita-mofumbo.
Hoje retratos de um mundo
Que a felicidade, foi tão minha...

Desse tempo,
Ficaram sons vivos, que ainda
Ressoam em minha vida,
Marcas, que não me são esquecidas
No forte inconfundível brado
De papai me chamando...
Ele se foi, mas ainda ouço ecoando
A proteção de seu chamado.

31/out/2009

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