Entrecortando por secos galhos,
Trotando pela árida terra
Em sua imponente armadura,
Surge o vaqueiro, retrato da bravura
Do sofrido povo nordestino...
Homem de fé, e fiel
Ás ordens do patrão,
Praga que dissemina a servidão
Na feudal figura de coronel...
Sem letras nem posses,
Apenas personagem
Cantado na lira do cordel.
Seu, nem mesmo o corcel,companheiro de labuta
E exploração.
Sua caiçara é a sua senzala,
A seca que traz a fome e que assola,
É o seu inquebrável grilhão...
Sua destreza
Reverte-se na corrida
Sem medo, e desenfreada,
Na derruba da rês desgarrada.
Seu canto de aboio
Parece mais de penar,
Pela falta d’água, de assistência,
De ajuda, de complacência,
Pra esta triste realidade secular...
27/novembro/2009
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